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06 Setembro 2025

A empresa japonesa Furukawa cultivou abacá à custa da vida de centenas de trabalhadores afrodescendentes e de Montubio em condições desumanas. Em janeiro de 2025, organizou um grotesco "pedido de desculpas".

A reportagem é de Soraya Constante, pulicada por El Salto, 31-08-2025. 

A história do caso Furukawa, no Equador, pode ser lida como um manual sobre como perpetuar a escravidão no século XXI. De um lado, uma empresa de propriedade japonesa que, durante décadas, cultivou abacá à custa da vida de centenas de trabalhadores afrodescendentes e montubios (um grupo étnico da costa equatoriana) em condições desumanas. Do outro, um Estado que não apenas fez vista grossa, mas que hoje, mesmo com uma decisão judicial, permanece indiferente.

Em janeiro de 2021, um tribunal equatoriano reconheceu oficialmente que as vítimas haviam sofrido uma forma de servidão, também conhecida como servidão feudal, um sistema medieval no qual os camponeses (servos) eram vinculados à terra e sujeitos ao senhor feudal que a possuía.

Daquele tempo de servidão, há corpos mutilados por facões. Mulheres que deram à luz em cabanas sem água encanada. Crianças que trabalharam em turnos intermináveis ​​em plantações de abacá desde os oito anos de idade. Adolescentes grávidas. Doenças respiratórias. Tumores. Abortos. Deformidades. Salários de US$ 200.

Em 2024, o Tribunal Constitucional do Equador emitiu uma decisão reconhecendo a "escravidão contemporânea". Mas uma decisão histórica de pouca utilidade se permanecer na gaveta.

A Furukawa Plantaciones CA, do Equador, deveria pagar mais de US$ 41 milhões a 342 pessoas exploradas durante anos. A empresa, é claro, entrou em inadimplência. O primeiro pagamento venceria em 5 de março de 2025, e o cheque nunca chegou. A desculpa? Eles não têm dinheiro. A estratégia? Solicitar o levantamento da proibição de venda de terras para cobrir a indenização.

O evento mais grotesco ocorreu em um ato público: em 17 de janeiro de 2025, a Furukawa organizou um "pedido de desculpas" sem a presença de nenhuma vítima, cercada pela polícia e sem a presença de jornalistas, como se estivesse pedindo perdão a si mesma. O funcionário da empresa que assumiu o microfone deixou claro que a empresa não acredita na decisão, nas vítimas ou nas tesouras com as quais mutilaram as mãos durante anos na colheita da fibra. As vítimas descreveram o ato como uma "zombaria".

O governo equatoriano também teve a sua vez de se desculpar, mas foi mais uma cena vazia. A ministra do Trabalho equatoriana, Ivonne Núñez, foi a responsável por se dirigir às vítimas na Plaza Grande, em frente à sede do governo equatoriano.

A autoridade prometeu trabalhar para "defender os direitos dos trabalhadores e seu direito à dignidade" e aproveitou a oportunidade para declarar 31 de maio como o Dia dos Trabalhadores de Furukawa.

Durante a cerimônia, algumas das vítimas exigiram reparação integral, na esperança de garantir que essas situações nunca mais se repitam. "Obrigada pelos pedidos de desculpas, mas você acha que os pedidos de desculpas curam as feridas? Não. Os pedidos de desculpas ressuscitam os mortos? Não. Portanto, não queremos que isso fique impune", disse uma mulher citada pela imprensa local.

Para Alejandra Zambrano, advogada das vítimas, era preciso ouvir que o governo já estava trabalhando em uma política pública voltada a enfrentar e superar as causas estruturais que fomentavam a servidão, conforme determinado pela Justiça.

Os afetados insistem que as medidas ordenadas pelo Tribunal foram implementadas pela metade. O Estado não só falhou em impedir a escravidão moderna, como agora tem a responsabilidade de reparar os danos. Mas as vítimas vivem nas mesmas condições precárias: sem trabalho, sem terra, sem assistência médica, sem justiça. Seis delas já morreram esperando que o país que as abandonou as reconheça como cidadãos.

A vingança da empresa japonesa

As demissões em massa na Furukawa (aproximadamente 300 trabalhadores a partir de 2024) são outra ferida recente. Os acordos não reconhecem os anos de serviço anteriores a 2019, quando o processo judicial teve início. Em outras palavras, o tempo trabalhado nem sequer conta para uma indenização irrisória. Além disso, suspeita-se que os ativos da empresa tenham sido transferidos para outra empresa, a Marca Abacá, ligada ao acionista japonês.

A empresa também demoliu acampamentos para destruir evidências, o que dificultará o julgamento criminal por exploração laboral, previsto para começar em agosto de 2025. Mas, para muitos, o fato de um julgamento criminal só agora estar sendo discutido é outro sinal de impunidade.

O Estado não sancionou ninguém até o momento, e as investigações sobre crimes relacionados ao tráfico de pessoas continuam pendentes.

“Furukawa Nunca Mais” é o lema do Comitê de Solidariedade, que pede o retorno da mesma velha história: vítimas invisíveis, empresas impunes, governos tímidos.

De que serve uma decisão histórica se ela não muda nada na história? As vítimas sabem disso. É por isso que permanecem organizadas e vigilantes. Elas aprenderam que a justiça não vem sozinha: ela deve ser buscada até que se renda.

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