28 Agosto 2025
O Conselho de Ministros alemão aprovou um plano para recrutar mais homens voluntariamente, chegando a 260 mil soldados ativos, garantindo que um grande exército seja fornecido para defender o território da OTAN.
A informação é publicada por EFE e reproduzida por El Diario, 27-08-2025.
O Conselho de Ministros alemão aprovou nesta quarta-feira um projeto de lei que estabelece as bases para aumentar o recrutamento de soldados, inicialmente de forma voluntária, com a meta de atingir cerca de 260 mil militares ativos — cerca de 80 mil a mais do que atualmente — além de aumentar o número de reservistas para 200 mil homens.
O chanceler Friedrich Merz e o ministro da Defesa alemão Boris Pistorius justificaram os planos citando a ameaça russa e a responsabilidade da Alemanha de ter o maior exército convencional da Europa para contribuir com a defesa do território da OTAN.
"Eu já disse antes que, dado seu tamanho e capacidade econômica, a Alemanha deve ter o maior exército convencional da Europa", disse Merz.
Pistorius, por sua vez, afirmou que, dada a atual situação de segurança internacional, não só é necessário um exército mais bem equipado, mas também um exército maior, tornando o serviço mais atraente. "Queremos atrair mais jovens para o Exército, tornando o treinamento e a remuneração mais atrativos", afirmou o Ministro da Defesa.
O salário dos recrutas deverá ser de cerca de 2 mil euros líquidos por mês, e o Exército cobrirá todos os custos de saúde. O plano é começar com 15 mil recrutas e aumentar gradualmente o número. Para tanto, o registro obrigatório (abolido em 2011) será reintroduzido a partir de 2026 para determinar a idade e a aptidão para o serviço militar.
Todos os nascidos a partir de 2008 receberão uma mensagem do Exército solicitando que respondam a uma série de perguntas e, assim, passem a fazer parte do novo cadastro. A partir de 2026, todos os homens que completarem 18 anos serão questionados se estão dispostos a prestar o serviço militar.
Caso o número de voluntários não atinja os números projetados, está sendo considerada a reintrodução do serviço militar obrigatório, suspenso em 2011. No entanto, Pistorius expressou confiança de que as metas estabelecidas serão alcançadas por meio da participação voluntária: "A experiência de outros países, como a Suécia, mostra que as Forças Armadas podem ser fortalecidas com o aumento de sua atratividade."
A reunião do Conselho de Ministros desta quarta-feira ocorreu, como de costume, não na Chancelaria alemã, mas no Ministério da Defesa, algo que não acontecia desde 1992. Além de aprovar o projeto de serviço militar, os ministros aprovaram a criação de um Conselho de Segurança Nacional e o fortalecimento do Serviço de Contrainteligência Militar (MAD).
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