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"Na origem do cristianismo, está o outro". Entrevista com Anne-Marie Pelletier

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02 Agosto 2025

Autora de "Vivre au risque de l'autre. La Bible contre l'identitarisme" (Viver sob o risco do outro. A Bíblia contra o identitarismo), a teóloga Anne-Marie Pelletier denuncia o identitarismo que está conquistando uma parte do mundo católico e retorna às raízes de uma identidade cristã aberta ao estrangeiro.

A entrevista é de Marion Rousset, publicada por Temoignagechretien, 25-07-2025. A tradução é de Luisa Rabolini.

"O drama do cristianismo contemporâneo talvez esteja menos no seu declínio do que na sua 'desnaturação', que consiste em pretender defendê-lo dobrando-o sobre si mesmo", afirma a teóloga.

Eis a entrevista.

O que entende dizer?

Considero realmente míope focar no fenômeno da secularização, que fez com que os cristãos em nossos países passassem de uma posição de hegemonia social para uma posição de minoria. De fato, vivemos um tempo de grande convulsão, de mudanças antropológicas que estão revirando as identidades tradicionais. Estamos claramente mudando de época, mas ainda não se consegue ver claramente o que está sendo recomposto. Ao mesmo tempo, a religião é constantemente invocada, particularmente nos discursos políticos. A referência religiosa obceca os políticos nos países de tradição cristã, mas também em outros países. Em outras palavras, há um confisco da referência religiosa que se torna instrumentalização. Assim, aqui na França, o cristianismo é invocado por correntes que fazem da ‘defesa dos valores cristãos’ seu lema, mesmo que, nos fatos, espezinhem e contradigam o cristianismo. Os ‘valores cristãos’ existem apenas onde são vividos, e não onde são utilizados como argumento ideológico.

A melhor maneira de ‘defender os valores cristãos’ é vivê-los concretamente. Todo o resto é instrumentalização, distorção e perversão da mensagem, como no caso da Rússia de Putin, tão abjetamente criminosa que se sustenta pública e insistentemente sobre o patriarcado de Moscou e apela ao cristianismo, assim como o discurso Maga e as políticas conduzidas por Washington. Esse também é o caso do governo de Netanyahu, que perpetua massacres em nome de um judaísmo ortodoxo que certamente podemos considerar desviado. Esse é um drama muito maior do que aquele da secularização. Todas situações que remontam, em linguagem bíblica, à "mentira espiritual". Em última análise, é a impostura desse desvio do religioso que deveria ser a principal preocupação dos crentes hoje.

Voltando às origens, na sua opinião, a identidade cristã nos convida a reconhecer o outro e honrá-lo como fonte do próprio ser...

O Novo Testamento elabora claramente a relação entre cristãos e judeus como aquela de um enxerto dos pagãos sobre Israel, mas depois foi sistematicamente pensada em termos de substituição de Israel pela Igreja. Essa ‘teologia da substituição’ foi a matriz de um antijudaísmo absolutamente mortal. Dessa forma, os cristãos se esqueceram dessa verdade fundamental e fundacional: o ‘Novo’ Testamento abrange toda a primeira parte da Bíblia, que é chamada de ‘Antigo’ ou ‘Primeiro’ Testamento. Os Evangelhos se apresentam como o ‘cumprimento’ da esperança de Israel. Um cumprimento que deve ser entendido como a partilha daquilo que Cristo — o Messias judeu de Israel! — pretende trazer a toda a humanidade.

Isso significa que na origem do cristianismo está o outro, está aquele outro, que é o povo eleito na pessoa de Abraão. Essa realidade deveria tornar os cristãos peritos no encontro com o outro. Isso tem estado longe da realidade vivida, especialmente na relação com Israel! Esse encontro, no entanto, continua sendo o desafio da condição humana. É por isso que essa questão é essencial.

Mas, então, como explicar que algumas sociedades podem pretender servir à mensagem bíblica "enquanto permanecem surdas ao seu conteúdo, ou até mesmo o distorcem", para usar suas palavras?

É possível ler as Escrituras bíblicas sem ouvir o que elas dizem! Aliás, podem ser usadas para justificar interesses completamente estranhos ao Evangelho. De fato, não é fácil adentrar autenticamente a revelação bíblica, especialmente aceitar a crítica aos ídolos que a Bíblia propõe. Aqueles ídolos que o homem — inclusive o homem religioso! — não para de inventar. Assim como não é fácil seguir o caminho indicado pelos Evangelhos. A própria narrativa evangélica testemunha a resistência das pessoas próximas a Jesus. E basta observar dois milênios de cristianismo para constatar que os cristãos conseguiram distorcer a Boa Nova — isso significa Evangelho — que pretendiam transmitir. Conseguiram transformá-la em um bicho-papão, por exemplo, cultivando o sentimento de culpa ou transformando-a em um instrumento de dominação sobre os povos com quem entravam em contato.

Isso pode explicar o fato de uma maioria de católicos estadunidenses ter votado em Donald Trump nos Estados Unidos, que hoje implementa uma política anti-imigrantes violenta?

Esse enrijecimento em uma identidade fechada sobre si mesma permeia as nossas sociedades contemporâneas. Essa atitude está presente independentemente das religiões. Onde quer que um grupo experimente sua condição minoritária ou sua degradação, é tentado a se fechar numa cidadela. Portanto, se isolar e excluir tudo o que é diferente. Sociologicamente, tais evoluções estão indubitavelmente em curso nos Estados Unidos, eventualmente ativadas, ou até mesmo instigadas, por indivíduos e grupos políticos cujo objetivo é promover o caos, derrubando a ordem democrática. A política anti-imigrantes é a ponta de lança dessa ideologia. O entrelaçamento entre política e religião nos Estados Unidos deixou muitos católicos não apenas na defensiva, mas abertamente xenófobos, inconscientes da contradição com a religião à qual se reportam.

De forma mais geral, o identitarismo é professado por ideologias de extrema direita que reforçam os reflexos de medo e exclusão, enquanto seria necessário analisar com lucidez as novas situações, optando por uma atitude de benevolência e mantendo o objetivo de uma humanidade fraterna.

Porque, para um crente, essa humanidade fraterna não é uma utopia. É o objetivo da história assim como as Escrituras nos propõem conhecê-la. Mas, para que isso aconteça, a tradição bíblica precisaria ser efetivamente conhecida, ensinada e comunicada. E precisaria alcançar realmente aqueles que se dizem crentes. As contrafações da religião existem e são até mesmo bastante difundidas. Um dos desafios das narrativas do Evangelho é justamente mostrar Jesus lidando com essas contrafações.

Hoje, vemos como é fácil substituir o Evangelho por slogans ideológicos, eficazes no ponto vista midiático, que os poderes iliberais usam e abusam, abusando das pessoas.

As Escrituras são inequívocas quanto ao espaço a ser concedido aos outros?

A primeira coisa a ter em mente é que as Escrituras não tratam a vida humana de forma abstrata e ideal. É na concretude da experiência humana que o que é apresentado como Revelação encontra seu lugar. Assim, a Bíblia atesta toda a complexidade da relação com o outro em uma história na qual o outro é, muitas vezes, em primeiro lugar, o vizinho ameaçador, esse ou aquele grande império hegemônico. O medo do outro, a hostilidade para com o outro, são, portanto, expressos na Bíblia, porque essa é a nossa experiência humana compartilhada. Mas o que o Livro ensina progressivamente e de forma decidida é uma realidade muito mais diferenciada de encontros com o outro, na qual este pode inicialmente parecer amigável e disponível. A história bíblica progride, portanto, por meio de encontros positivos e felizes, nos quais emergem figuras de estrangeiros que despertam a admiração de Israel.

Assim, o motor da história bíblica é precisamente a superação da distância, o reconhecimento do outro nos grandes momentos decisivos da vida de Israel. Seria possível demonstrar – tendo o tempo necessário – que acolher o outro, "dar espaço ao outro", é realmente a energia que permeia toda a Bíblia, desde a criação do Gênesis até as páginas finais do Apocalipse. O outro, de todas as maneiras possíveis, contribui para a vida e o futuro de Israel. O contraexemplo seria a história de Babel: homens que decidem viver entre si, que falam uma única língua, que resistem a qualquer dispersão que os colocaria em contato com outros diferentes deles. Um sonho suicida de um mundo sem alteridade. Um sonho de um mundo sem futuro. O exato oposto do mundo que o Deus da Bíblia cria e quer ver confirmado por nós. A história termina mal, a menos que se perceba que o castigo de Deus é precisamente o que reintroduz a alteridade nesse mundo fechado e permite que a humanidade sobreviva.

É possível transpor o convite à caridade pessoal, na vida cotidiana, para o plano político?

A questão é obviamente crucial. Existem talvez dois âmbitos distintos: o da vida pessoal, que deveria responder à exigência do Evangelho, e o da vida pública, política, que deveria ser realista, como se diz, e que nada teria a ver com tal exigência?

Essa divisão é problemática em si mesma, porque é completamente ignorada pelas Escrituras, que fazem da exigência moral não uma questão individual, mas decididamente coletiva. Da perspectiva das categorias bíblicas, Deus não está à busca de indivíduos santos, mas de uma coletividade, de um povo santo. Dito isso, é preciso ser claros. Não se trata de nos eximirmos de viver de forma responsável e inteligente as situações do nosso mundo. Hoje, como no passado, há realidades a serem arbitradas, discernimentos a serem feitos para enfrentar toda a complexidade das configurações geopolíticas. Mas o que é decisivo para um cristão é fazê-lo partindo de uma abertura positiva para com o outro e da atenção para responder às suas necessidades. Simplesmente porque a identidade cristã reside nessa disposição, vivida e ensinada por Jesus.

O identitarismo é uma perversão que deve ser denunciada, mas a preocupação com a identidade não é apenas legítima, mas necessária. É justamente a falta de clareza sobre a identidade que nos faz cair no identitarismo. Trata-se, portanto, de estar enraizados em uma identidade autenticamente evangélica para poder arbitrar situações difíceis. Isso é o completo oposto das posições ideológicas e políticas que nascem da desconfiança, da necessidade de se defender, da legitimidade de multiplicar muros para cimentar uma barreira protetora. Em uma palavra, de excluir o outro, identificado desde o início como criminoso.

‘Viver em risco do outro’ não é um slogan romântico. É a posição ditada pelo consenso em relação ao outro, pelo reconhecimento de que é no encontro entre seres humanos que se forja o futuro da nossa humanidade. Uma visão das coisas que, reiteramos, não é espontaneamente natural. Que é, em todo caso, estranha aos populismos que estão florescendo. Mas é uma visão que tem o poder de inspirar uma autêntica sabedoria política em um mundo perigoso. Afinal, foi precisamente isso que inspirou os fundadores da União Europeia em 1950, no rescaldo um terrível conflito mundial. Fundadores que eram amplamente inspirados por uma tradição bíblica de confiança e acolhimento do outro.

"Vivre au risque de l'autre: La Bible contre l'identitarisme", de Anne-Marie Pelletier (Editora Desclée De Brouwer, 2025).

Leia mais

  • O significado da crítica ao identitarismo. Artigo de Maurício Abdalla
  • Jessé Souza e o fantasma do “identitarismo”. Artigo de Erick Kayser
  • Para uma crítica do identitarismo. Artigo de Douglas Barros
  • Da política identitária à mobilização por direitos efetivamente universais. Entrevista especial com Celia Kerstenetzky
  • A armadilha da identidade
  • O identitarismo e seus paradoxos. Artigo de Marilia Amorim
  • Dois argumentos lacônicos para se pensar a cidadania nacional como outra vítima do identitarismo. Artigo de Nelson Lellis e Roberto Dutra
  • “A reivindicação identitária nega a mistura”. Entrevista com Élisabeth Roudinesco

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