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Caro papa, escrevo-lhe. Artigo de Piergiorgio Odifreddi, matemático, lógico e historiador da ciência italiano

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20 Mai 2025

"A matemática, portanto, pode levar seus seguidores a muitas direções. E pode até mesmo levar ao ateísmo, que, de acordo com uma pesquisa realizada pelo Avvenire há alguns anos, é exatamente a posição declarada de 85% dos matemáticos do mundo. Espero que o senhor não considere a grande maioria de seus colegas de formação como exemplos de materialismo e mal-estar psicológico e social! E que, em vez disso, esteja interessado em continuar com alguns deles o diálogo realizado pelo Papa Bento XVI comigo."

Piergiorgio Odifreddi, matemático italiano, comenta a homilia do Papa Leão XIV proferida na missa pro Ecclesia, em artigo publicado por La Stampa, 18-05-2025. A tradução é de Luisa Rabolini.

Eis o artigo.

Caro papa Leão XIV, espero que não se ofenda se a pessoa que o felicita sinceramente por sua eleição e deseja felicidades para sua coroação for um matemático ateu. A primeira qualificação nos une por formação, enquanto a segunda nos divide por vocação. Se eu fosse crente, diria que o Senhor atribui a cada um de nós uma tarefa, de maneira inescrutável, e tudo o que nos resta é executá-la da melhor maneira possível: uma posição agostiniana, afinal.

Em sua homilia na missa pro Ecclesia, de 9 de maio, no dia seguinte à sua eleição, o senhor usou palavras duras para ateus como eu: “Hoje em dia, não são poucos os contextos em que à fé cristã são preferidos outros valores, como a tecnologia, o dinheiro, o sucesso, o poder, o prazer”. E acrescentou: “A falta de fé muitas vezes traz consigo dramas como a perda do sentido da vida, o esquecimento da misericórdia, a violação da dignidade da pessoa em suas formas mais dramáticas, a crise da família e tantas outras feridas das quais a nossa sociedade sofre, e não pouco”.

Permita-me contrapor essa sua declaração, que surpreendentemente liga ateísmo, materialismo e mal-estar psicológico e social, com o que Albert Einstein escrevia em seu artigo Religião e Ciência, de 9 de novembro de 1929: “Em nossa época, geralmente devotada ao materialismo, os únicos seres profundamente espirituais são os cientistas”. Acrescentando: “As mais belas ideias da ciência surgem de um profundo sentimento espiritual”.

Como o senhor deve saber, Einstein não era religioso no sentido usual da palavra. Em alguns ensaios dizia, por exemplo, que “para o cientista, um Deus que recompensa e pune é inconcebível” e que “a ciência purifica o sentimento religioso da impureza de seu antropomorfismo”. A única fé que ele professava era no “Deus de Spinoza, que se revela na harmonia da criação”. Mas, apesar de tudo, era profundamente espiritual e seria inadequado aplicar a ele o juízo severo que o senhor profere sobre os ateus.

Em vez disso, acredito que uma ponte de ligação entre a fé de um papa e a razão de um cientista possa ser justamente encontrada na espiritualidade da matemática que nos conecta. Uma matemática que seu amado Agostinho já usava de maneira singular na Cidade de Deus, para explicar a duração de 6 dias da criação com o fato de que 6 é um número perfeito (igual à soma de seus divisores 1, 2 e 3). Ou no Comentário ao Evangelho de São João, para explicar a pesca milagrosa de 153 peixes com o fato de que 153 é um número triangular (igual à soma dos números inteiros de 1 a 17).

Tive a sorte e a honra de conversar longamente sobre esses assuntos com seu predecessor, Bento XVI. Um dia levei a ele um de meus livros sobre os números e, quando ele leu na contracapa a citação de Agostinho “remova os números dos seres, inanimados ou animados, racionais ou irracionais, e eles cairão no nada”, ele comentou que o santo era, no fundo, um pitagórico.

Como o senhor sabe, Ratzinger apreciava muito o santo e, em uma troca de opiniões sobre bons e maus crentes, ele me escreveu: "Agostinho deixou claro que as fronteiras entre bons e maus não coincidem com as fronteiras da Igreja e são visíveis apenas para Deus. Nem todos aqueles que pertencem visivelmente à Igreja são verdadeiros membros da obra de Deus, mesmo que pareçam ser: Videntur, et non sunt. Por outro lado, pessoas que não pertencem à Igreja podem ser verdadeiros buscadores de Deus”.

Confesso que me sinto mais confortado pela benevolência dessa posição de seu predecessor do que pela aparente severidade da sua. Mas acho que, em retrospectiva, talvez também o senhor poderia concordar que não pode ser apenas a fé ou o ateísmo que determina a bondade ou a maldade de uma pessoa.

Até porque, de outra forma, a ética e até mesmo o Juízo Final seriam reduzidos a um mero controle de carteiras de identidade religiosas por um Deus em uniforme de Sumo Guarda alfandegário.

Em outra ocasião, lendo uma espécie de minhas Confissões sobre a busca da espiritualidade que até mesmo um ateu pode fazer, Ratzinger me escreveu: "Fiquei comovido ao ver como toda a sua jornada existencial, a viagem através dos continentes e dos tempos, sempre foi movida pela questão de Deus, mesmo que - pelo menos aparentemente - na direção oposta à de Agostinho. O santo norte-africano estava incessantemente em busca de Deus, porque era convicto de que somente à sombra de suas asas fossem possíveis a liberdade e uma vida feliz. O caminho de sua vida, em comparação, parece ir de uma divindade a outra, por assim dizer, de modo a deixar de lado o próprio Deus como um fantasma irreal, já que evidentemente o senhor estava convencido de que Deus é um obstáculo à liberdade e à vida boa do homem. Ao ler seu texto, no entanto, pareceu-me perceber que, se essa fuga de um Deus assustador, por um lado, o libertou de certas imagens de Deus, pelo outro, silenciosamente, a luz do verdadeiro Deus vai lentamente penetrando em seu caminho". Como vê, também Ratzinger como senhor, afinal não parecia aceitar a possibilidade de que alguém pudesse viver feliz e eticamente sem Deus, e imaginava que um percurso de busca levaria necessariamente a uma profissão de fé. Especificamente, na única “fé verdadeira”, ou seja, o catolicismo.

O senhor, no entanto, como agostiniano e matemático, deveria admitir que até mesmo a leitura de Agostinho pode levar a outras direções, mesmo que acabe desaguando na fé. As máximas de Pascal, por exemplo, são frequentemente citadas com apreço e admiração pelos católicos, que se esquecem, no entanto, de que o matemático era jansenista: ou seja, ele professava uma heresia, fundada na leitura de Agostinho feita por Jansênio, e condenada em 1642 por seu predecessor Urbano VIII, de galileiana memória.

O lógico Kurt Gödel, cujo trabalho matemático em 1931 forneceu a Alan Turing as ferramentas teóricas para a invenção do computador em 1936 e da Inteligência Artificial em 1950, também era religioso à sua maneira e até mesmo apresentou uma prova matemática moderna da existência de Deus. Mas, embora austríaco, não era católico, mas luterano. Ou seja, ela professava outra heresia, também baseada em uma leitura de Agostinho: dessa vez por Lutero, que era um frade agostiniano como o senhor, condenado em 1521 por seu homônimo predecessor Leão X.

A matemática, portanto, pode levar seus seguidores a muitas direções. E pode até mesmo levar ao ateísmo, que, de acordo com uma pesquisa realizada pelo Avvenire há alguns anos, é exatamente a posição declarada de 85% dos matemáticos do mundo. Espero que o senhor não considere a grande maioria de seus colegas de formação como exemplos de materialismo e mal-estar psicológico e social! E que, em vez disso, esteja interessado em continuar com alguns deles o diálogo realizado pelo Papa Bento XVI comigo.

De minha parte, também lhe ofereço minha total disponibilidade e, por enquanto, renovo meus sinceros votos de felicidades para a árdua tarefa que lhe foi imposta por sua eleição.

Na fé e na razão, cordialmente seu.

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