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"Algodão sustentável com uso de agrotóxicos é greenwashing". Entrevista de Heloísa Traiano

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17 Mai 2025

Para especialista Yamê Reis, varejistas da moda precisam investir na rastreabilidade da cadeia, que frequentemente começa no Brasil e acaba nas vitrines de todo o mundo.

Yamê Reis, varejistas da moda precisam investir na rastreabilidade da cadeia, que frequentemente começa no Brasil e acaba nas vitrines de todo o mundo.

Das lavouras às vitrines de grandes varejistas da moda, o algodão brasileiro cresce a largos passos e já corre o mundo mais do que qualquer outro. Mas a discussão sobre moda sustentável não acompanha o ritmo no Brasil.

No ano passado, o país foi o maior exportador das plumas brancas, cujas extensas monoculturas usam grandes volumes de agrotóxicos. Por esse e outros meios, a commodity deixa para trás um rastro de efeitos negativos para populações rurais, comunidades indígenas e ecossistemas.

Mestre em sociologia política e coordenadora de design de moda no Instituto Europeu de Design do Rio de Janeiro (IED-Rio), Yamê Reis integra a campanha Moda Sem Veneno, que advoga para que marcas mundo afora não chamem de "sustentável" o algodão não orgânico do agronegócio.

Para ela, que publicou um livro sobre o algodão brasileiro e acumula longa trajetória na agenda da sustentabilidade, é necessário que o varejo invista em mais rastreabilidade da cadeia de produção global, chegando até a matéria-prima, a fim de ser mais transparente com o consumidor.

A entrevista é de Heloísa Traiano, publicada por DW, 15-05-2025. 

Eis a entrevista.

Muito se fala na Europa sobre moda sustentável, mas parece que nem tanto no Brasil. A senhora concorda?

Acho que essa percepção está correta. Isso se deve também ao fato de a Europa ser hoje líder em regulamentação desse mercado. A produção fica fora da Europa, e ela precisa entender onde a roupa está sendo feita e como são essas cadeias. Já se sabe que as roupas que o europeu está consumindo hoje podem estar sendo feitas em condições de muita precariedade e vulnerabilidade do trabalho. Então, a Europa começou a controlar e rastrear essas cadeias já há algum tempo. E a regulamentar em forma de lei, projetos, entidades e alianças entre produtores, fornecedores e instituições governamentais. A gente não tem isso no Brasil, infelizmente. Isso é uma das razões pelas quais a questão da sustentabilidade na moda ainda não está tão difundida no Brasil.

Como definir o que é moda sustentável?

É um consumo mais consciente, uma roupa que tenha muita durabilidade e possa ser passada de geração em geração, e não uma roupa necessariamente barata, que você não vai conseguir revender nem fazer uma boa doação, porque ela já se deteriorou. É a moda que você compra no brechó, a roupa que você abre e vê um forro do outro lado, que tem bons acabamentos. Para mim, a moda sustentável é muito sobre isso e também sobre as fibras naturais. Ou seja, o não uso do poliéster, que é um grande vilão da moda mundial e a fibra mais usada hoje, porque barateia o processo, mas é derivada de combustível fóssil.

A moda sustentável fica restrita à elite brasileira, por que significa gastar mais?

Acho que é sobre como se gasta. Porque as pessoas que gastam menos em roupas mais baratas às vezes estão consumindo muitas roupas mais baratas. Então, acho que o preço é uma falsa questão, porque, na verdade, o que a moda sustentável prega é um baixo consumo, que pode impulsionar inclusive uma economia de baixo carbono. Já se fez muita pesquisa para se chegar ao entendimento de que a moda sustentável pode ser 10% mais cara, porque os processos delas são mais lentos e artesanais. Ela é também a base de um trabalho digno e justo, porque se paga mais por uma peça do que numa economia em que as leis não são seguidas.

O Brasil produz e exporta cada vez mais algodão, uma fibra natural. Como estamos inseridos nesse mercado?

O Brasil está muito inserido na cadeia global da moda pelo algodão. A gente não exporta um produto acabado nem têxteis, mas sim commodity. (...) O algodão plantado no Cerrado a partir dos anos 2000 é altamente industrializado, com uso de máquinas muito poderosas e muito rápidas. Tudo feito à base de financiamento do Estado, para que os mesmos agricultores da soja possam ter alta produtividade e rentabilidade. Esses produtores certificam esse algodão como Better Cotton (algodão BC, da Better Cotton Initiative ou na sigla BCI) e exportam para o mundo todo como um algodão preferencial.

Porém, já sabemos, por estudos acadêmicos e investigações jornalísticas, que o Brasil também é o maior consumidor de agrotóxicos do mundo. E no algodão, o Brasil dispara na frente no uso de agrotóxicos e de fertilizantes, que são duas coisas diferentes, mas ambos produtos químicos e venenos. Então, já se sabe que o Brasil usa uma quantidade muito superior à necessária e à usada pelos seus competidores. É esse algodão que hoje a Europa consome, não só a fast fashion como também marcas de luxo.

Chamar de sustentável o algodão brasileiro exportado é greenwashing?

Algodão sustentável com uso de agrotóxicos é greenwashing. Se você não puder provar a sustentabilidade por rastreabilidade, você não pode dizer que é sustentável. Então um dos nossos objetivos na campanha Moda Sem Veneno é que as marcas varejistas não chamem esse algodão de sustentável. Elas podem chamar de outro nome, mas não de sustentável. O algodão sustentável é aquele plantado sem uso de veneno e junto com alimentos, o que garante a segurança alimentar de quem planta algodão.

O fato de o algodão do Brasil não ser sustentável pode comprometer a sua recepção em novos mercados?

Pode, claro. Em mercados mais maduros em relação à sustentabilidade, como a Europa, provavelmente essa vai ser a jornada que o algodão vai enfrentar agora. Também é muito exigido que os varejistas, ao comprar o algodão certificado, ou qualquer que seja o algodão ou outra fibra, possam rastrear o produto. Porque eles também são responsáveis por uma cadeia que inicia numa terra onde houve conflito, apropriação indevida, ou uso de agrotóxicos. O algodão plantado no Brasil vai sobretudo para a China, que é o nosso maior consumidor e não tem exigência para sustentabilidade. Então, o Brasil pode ficar restrito comercialmente na Europa, mas está vendendo livremente na China e nos países da Ásia.

E quem mais deve se responsabilizar?

No fim da cadeia, é o varejista que precisa rastrear a cadeia. No começo, o produtor precisa também mudar as formas de produção. E eu acho que o consumidor também precisa cobrar mais das certificações. A gente fala muito da transparência, e as marcas, a indústria que compra os fios e todos ao longo da cadeia, que é muito longa, têm que se responsáveis pelo passo atrás. Depois do algodão, você tem quem compra algodão. Depois da fiação, tem quem faz o tecido. Cada etapa da cadeia tem suas responsabilidades com o uso da água, seus resíduos e o uso de energia. São questões de sustentabilidade próprias àquela indústria, até chegar ao varejo. E a rastreabilidade do varejo precisa passar por toda essa cadeia, de volta ao algodão. Não é uma coisa simples, porque a moda não é feita localmente, mas sim globalmente.

Muito se exalta o algodão brasileiro das lavouras de sequeiro, que usam menos água. O Brasil tem potencial de ser um produtor robusto de algodão sustentável?

Ele tem o potencial porque tem muita terra. Mas a gente tem consequências muito grandes de ser o maior exportador, porque há uma degradação do solo muito grande, dependendo de como se cultiva o algodão. Além do quê, as monoculturas em geral não são biodiversas. É o contrário da natureza. A natureza é agrofloresta, e o algodão da agrofloresta é o mais sustentável de todos. Mas o nível de exportação que o Brasil tem hoje não é bom para o país, porque vai degradar a terra e o meio ambiente. O modelo exportador é o modelo colonial, e por que a gente permanece nele? O Brasil pode produzir o algodão, sim, para consumo próprio em formato de agrofloresta ou em formato de agroecologia, alimentando as populações do interior do Brasil, do campo, que é onde está o maior índice de pobreza. É também uma forma de desenvolvimento sustentável.

Existem mecanismos bem-sucedidos em eficientemente rastrear a cadeia?

Existe muita tecnologia de rastreamento, ela já está muito conhecida. E a gente já tem no Brasil muitas empresas que fazem isso. Existem QR Codes que se colocam no produto para rastrear a cadeia por onde ele passou. Mas existem também empresas que não usam rastreabilidade, porque elas estão lá dentro dos locais. Elas não precisam rastrear para saber de onde vieram (as matérias primas), mas sim negociam com os produtores de forma justa. Ou seja, são muitas as formas. Mas as empresas têm que sair do modelo econômico de lucro apenas para si mesmas e fazer com que toda a cadeia passe a ganhar. Então no final a gente está falando de um aumento de preços. Mas a gente está falando de um desenvolvimento sustentável, reduzindo a pobreza e distribuindo ganhos não só para os acionistas. Trata-se de um ganho social e ambiental.

E quanto ao elevado uso de agrotóxicos no algodão brasileiro, quais são possíveis soluções?

O Brasil é totalmente liberal na entrada de agrotóxicos. É uma questão de política pública, mesmo. Não adianta você falar para o agricultor que ele não pode usar. Ele vai usar, porque só sabe plantar desse jeito. Ele tem que ser convertido à agricultura orgânica. Precisamos de incentivos fiscais e políticas públicas para qualificar pequenos e médios produtores, que hoje usam muito veneno sem controle na manipulação, e restringir a importação de agrotóxicos. A gente tem que batalhar pelos pequenos e médios produtores, porque o agronegócio da soja e do algodão não chegou aí com as próprias pernas. Mas, sim, a partir dos anos 70, com muito investimento público em políticas de liberação de financiamento para compra de maquinário e de terras. Nada foi feito sem a mão do Estado. É disso que a gente precisa agora. No sentido contrário, para os pequenos.

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