Carta aberta aos cardeais eleitores

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06 Mai 2025

"Com espírito sinodal, portanto, pedimos que escolham o novo bispo de Roma de acordo com esse discernimento: continuar decididamente no caminho aberto pelo Papa Francisco em direção a uma Igreja cada vez mais sinodal". 

A carta é da Rede Sinodal Italiana, publicada por FineSettimana, 05-05-2025.  A tradução é de Luisa Rabolini.

Eis a carta. 

Caros irmãos cardeais, enquanto vocês se preparam para se reunir para escolher, na escuta do Espírito, um novo bispo de Roma para liderar toda a Igreja Católica, queremos assegurar-lhes que os acompanhamos com afeto e oração, para que sintam a presença, as expectativas, as esperanças e o apoio de tantos católicos e católicas que procuram estar no seguimento de Jesus pelas estradas do mundo.

Em particular, como Rede de cerca de trinta siglas que representam várias associações, comunidades, grupos e revistas italianas, nos últimos anos temos experimentado o quanto os percursos sinodais que vimos caracterizar a Igreja Católica Romana como um todo, e a italiana em particular, nos deram um vislumbre de uma Igreja mais alegre, amorosa e inclusiva, ou seja, mais fiel ao Evangelho, e nos ajudaram a amadurecer uma consciência de crentes mais responsável para com a comunidade cristã e mais disposta a servir ao projeto de Deus para a humanidade e a criação, começando pelos últimos e as últimas.

Só poucas semanas atrás, na Segunda Assembleia Sinodal Italiana, pudemos experimentar a feliz união entre a liberdade de expressão dos/as delegados/as, que, de forma determinada e apaixonada, assumiram sua responsabilidade de cristãos/ãs adultos/as, e a capacidade de escuta dos bispos, que souberam interpretar sua autoridade como serviço ao sensus fidei fidelium, fortalecendo a comunhão eclesial, confirmando um autêntico caminho sinodal, feito de escuta mútua, onde não se viveu uma contraposição entre leigos/as e bispos.

Com espírito sinodal, portanto, pedimos que escolham o novo bispo de Roma de acordo com esse discernimento: continuar decididamente no caminho aberto pelo Papa Francisco em direção a uma Igreja cada vez mais sinodal, desenvolvendo a linha traçada tanto pelo Sínodo dos Bispos de 2021-2024 quanto, no âmbito local, pelo Caminho Sinodal das Igrejas na Itália. De fato, estamos convencidos, como repetia o Papa Francisco, de que “o caminho da sinodalidade é o caminho que Deus espera da Igreja do terceiro milênio”, na medida em que é a forma adequada para uma Igreja verdadeiramente mundial “unida na diversidade”, ou seja, capaz de conjugar a universalidade do catolicismo e o seu enraizamento nas diferentes culturas existentes em um mundo que já se tornou “global”, mas que rejeita a suposta “superioridade” de uma civilização sobre as outras e, portanto, qualquer homogeneização. Uma Igreja constantemente unida na busca da vontade de Deus em meio a uma diversidade de espiritualidades, de teologias, de urgências pastorais e de respostas às concretas situações locais. Somente por meio da sinodalidade podemos gerir e superar os inevitáveis mal-entendidos, confusões e conflitos e, assim, manter viva a realidade do “ministério profético” da Igreja in credendo, caminhando para uma efetiva fraternidade e sororidade, da qual o consensus Ecclesiae é o fulcro, não imposto de forma autoritária, mas fruto da acolhida do que o Espírito Santo doa a todos/as os/as fiéis.

E a sinodalidade implementada e vivida constitui também o testemunho mais vivo e credível da possibilidade de uma convivência pacífica entre diferentes que a nossa Igreja, em harmonia ecumênica com todas as outras, pode oferecer hoje a um mundo dilacerado por guerras e polarizações.

Com esses sentimentos, nós os acompanhamos neste momento crucial de seu serviço eclesial.

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