04 Dezembro 2024
O clericalismo e o paternalismo manipulam consciências para perpetuar modelos de instituições fechadas, uma corporação viciada em ocultar abusos. Criam estruturas de poder disfuncional que anestesiam indivíduos e comunidades. É essencial transformar essas dinâmicas para construir uma Igreja mais inclusiva, participativa e respeitosa da autonomia pessoal, onde tanto clérigos celibatários quanto casados, assim como leigos, possam viver uma fé madura, livre e criativa.
O artigo é de Guillermo Jesús Kowalski, teólogo e cientista social, mestre em Doutrina Social da Igreja pela Universidade de Salamanca, publicado por Religión Digital, 15-11-2024.
No "inverno eclesial", não só se multiplicaram as seitas eclesiais conservadoras, mas também seu clericalismo sistêmico iniciou a tarefa de transformar toda a Igreja em uma grande seita clerical, que atualmente colide frontalmente com o pontificado de Francisco, que retomou com vigor o mandato do Concílio Vaticano II, uma visão do Povo de Deus cuja misericórdia quer chegar como hospital de campanha às periferias do mundo...
Foto: Reprodução
O clero paternalista se indigna quando a sociedade não reconhece sua suposta superioridade moral. Tem dificuldade em conviver em uma sociedade pluralista e democrática, que ainda não conseguem entender em seu imaginário social hierárquico e de casta. Vivem da nostalgia de cristandades e autoritarismos nacional-católicos, onde realmente tinham peso, devido à mutua conivência com o poder civil, que os enchia de privilégios e perseguia seus "adversários".
O desafio da Igreja, hoje, é o mesmo que há dois mil anos no primeiro concílio dos Apóstolos: ser uma seita clerical ou ser o Povo de Deus aberto e inclusivo.
O clericalismo e o paternalismo são vícios históricos interconectados que persistem em uma parte da Igreja Católica e que deveriam ser superados por relações mais maduras e menos infantilizadoras. São um lastro de outra concepção de Igreja, aquela que o Vaticano II começou a renovar, acompanhando as exigências éticas das mudanças no mundo.
Nesse aspecto, não só teve pouco sucesso, como também sofreu um retrocesso espetacular durante os pontificados posteriores até Francisco. De nada serviram as protestas institucionais de numerosas conferências episcopais, milhares de sacerdotes e bispos e teologias de altíssimo nível perseguidas por buscar superar as formas catequéticas pré-conciliares, que seguiram vigentes.
O chamado “inverno eclesial” significou uma contramarcha ao Concílio, que validou a concepção de uma igreja como uma grande seita clerical que reinterpretava de modo fundamentalista o Concílio de Trento e uma volta a um passado “verdadeiro”, em vez de um Povo de Deus que caminha na História, inclusivo e em diálogo com as religiões e o mundo.
Como pilar dessa concepção “retrotópica” (a utopia de voltar a um passado supostamente perfeito), surgiram muitos movimentos e congregações que não hesitaram, sob uma fachada paternalista, em empreender uma cruzada proselitista com métodos de manipulação das consciências, com uma influência desmesurada sobre as crenças e as decisões dos fiéis, anulando sua capacidade crítica, no melhor estilo de seitas, conduzidas por clérigos.
Elas recorreram e continuam a fazê-lo, as que sobrevivem com muito barulho, em limitar a liberdade espiritual e moral de seus seguidores, reduzindo a fé a práticas piadosas intimistas, círculos fechados, preocupações eclesiológicas superficiais, controle das pessoas e fomentando a evasão do interesse e compromisso na construção de uma sociedade mais justa. Reúnem todas as características de seitas, mas disfarçadas em uma suposta fidelidade à “verdadeira” Igreja.
Mas não só expandiram o número de seitas eclesiásticas, como também seu clericalismo sistêmico iniciou a tarefa de transformar toda a Igreja em uma grande seita clerical, que atualmente colide frontalmente com o pontificado de Francisco, que retomou com vigor o mandato do Concílio Vaticano II, uma visão de Povo de Deus cuja misericórdia quer chegar como hospital de campanha às periferias do mundo e não a “comunhão” fechada de poucos que se salvam e não "liberam" o mundo de nada.
O clericalismo e sua face amigável, o paternalismo, são duas facetas daquela Igreja-seita, que é defendida como “instituição”, mas que pouco se importa com as pessoas reais e os problemas do mundo. Porque, para entender e amar os seres humanos reais, é preciso estar à sua altura, “se sujar” de verdade e para a vida inteira, não para a foto, como Jesus, “que não fez alarde de sua categoria divina, mas se aniquilou, tomando a forma de um servo, tornando-se como um de tantos” (Filipenses 2,6). O clericalismo não considera o que diz Gaudium et Spes 1: "as alegrias e as esperanças dos homens são as da Igreja".
Para desmantelar esses fenômenos retrógrados e apontar para uma Igreja em saída, é necessária uma nova teologia fundamental, mas não a dos manuais de apologética pré-conciliares vigentes no mundo retrotópico. E sim, uma teologia que “busca razões para sua esperança” (1 Pedro 3,15) nas periferias, na “Galileia dos Gentios”, seguindo Jesus.
Ir à terra de fronteira, periferias de limites imprecisos, uma zona de trânsito onde se encontram pessoas de diferentes raças, culturas e religiões, pobres e descartadas pelos sistemas deste mundo. Contra todas as expectativas religiosas, Jesus estabeleceu ali sua tenda e não entre os “puros” da religião que vela e não "revela" o Deus da Misericórdia.
A Galileia por onde Jesus caminhava é o lugar simbólico para a abertura do Evangelho a todos os povos e as pessoas que pensam e vivem de maneira diferente, que estão feridas, desesperadas e descartadas. É romper o círculo asfixiante dos “perfeitos” e seus sagrados líderes “iluminados”. Esses descartados não são o coração da “ortodoxia”, do “rito” e da “instituição”. Mas são os que fazem as perguntas essenciais para que essas dimensões não sejam realidades fechadas, autorreferenciais e controladas por clérigos sacralizados que só zelam por suas posturas, carreirismos e interesses.
“Vão, avisem aos meus irmãos que vão para a Galileia, e lá me verão” (Mt 28,10), diz Jesus após a Ressurreição. Voltar à Galileia significa voltar a esse lugar extremo onde a misericórdia de Deus havia tocado os apóstolos e que é o ponto de encontro com pecadores, publicanos e os discriminados religiosos. Em contraste, Jerusalém, a cidade sagrada do templo e seus fariseus rígidos e hipócritas, será a que o matará: “Jerusalém, Jerusalém, que mata os profetas e apedreja os que são enviados a ti!” (Mt 23,37).
O clericalismo é uma ideologia ou prática com uma ênfase excessiva no poder de uma parte do clero, em detrimento dos leigos, das mulheres, dos sacerdotes casados, etc. É o grupo de sacerdotes que presumem ser “como Deus manda” e se atribuem a autoridade legítima para “entender” o cristianismo, além de qualquer magistério real. Arrogam-se da compreensão “verdadeira” da Igreja e não duvidam em criticar o Papa, apesar de seu aparente “oficialismo”.
Isso gera uma hierarquia rígida e uma divisão artificial entre esses clérigos e o restante da comunidade. Uma divisão que se busca aumentar colocando distância entre as pessoas santificadas por seu celibato, rito iniciático do clericalismo, que as separa “ontologicamente” do povo fiel, algo absurdo que os inimigos da visão do Papa Francisco, como o cardeal Robert Sarah, gostam de afirmar em um livro sobre o assunto.
O clericalismo não é inofensivo, é uma estrutura de pecado camuflada de ortodoxia e tradição, uma psicologia de poder que se acomoda onde pode exercer influência e controle. Mas traz sérias consequências não apenas no plano religioso:
A exclusão dos leigos a meros receptores do ensino e direção do clero, mas não como atores ativos na vida da Igreja. Os únicos leigos autorizados a “participar” são aqueles que foram domesticados pela mentalidade de sacristia e submissão, que os incapacita de aportar critérios próprios, tornando-os repetidores obedientes das palavras do líder, sujeito de culto por se atribuir um carisma “único” e “irreemplazável”.
É uma visão unidirecional na qual “os não clérigos” não têm voz nem poder nas decisões eclesiais, por mais que sejam mencionados nas pregações, convocados a sínodos e constantemente acusados de que a Igreja vai mal “por sua falta de compromisso”.
Este clero paternalista se indigna quando a sociedade não reconhece sua suposta superioridade moral. Têm dificuldade em viver em uma sociedade pluralista e democrática que ainda não conseguem entender em seu imaginário social hierárquico e de casta. Vivem de uma secreta nostalgia de cristandades e autoritarismos nacional-católicos, onde realmente tinham poder, devido à sua mútua conivência com o poder civil que os preenchia de privilégios e perseguia seus “adversários”.
Seu paternalismo religioso implica que o sacerdote assume uma atitude protetora e autoritária em relação aos seus fiéis, subestimando-os como seres infantis que precisam ser controlados para tomar as decisões "corretas", seja em questões espirituais, sejam em questões práticas.
Ao menosprezar o leigo, transmite-lhe apenas um fideísmo e um pietismo sem um ensino profundo sobre conteúdos teológicos e sobre a Doutrina Social da Igreja. Considera que ensinar é perder tempo, e que o importante é a obediência total ao padre, o "de sempre".
O termo "paternalismo" provém da figura do pai, considerado a autoridade moral e protetora dentro de uma família, e essa ideia é transposta para uma hierarquia eclesial preocupada em ressaltar sua diferença e superioridade. Com muita facilidade, o clericalismo tende a identificar o mistério de Deus que anuncia com ele mesmo, esquecendo-se de ser "vasos de barro" (2 Cor 4) e exigindo para si atitudes reverenciais que excedem o simples respeito. Apesar de Jesus ter mandado que não se deixassem chamar de mestres ou pais (Mt 23,8), um claro mandato de humildade e serviço.
O paternalismo é uma forma de manipulação das consciências. Uma adesão cega aos seus ensinamentos. O curioso é que os clérigos, dado seu proclamado isolamento "sagrado" e superior ao mundano, desconhecem o mundo e a vida real sobre os quais querem aconselhar e dirigir.
Uma atividade onde o paternalismo dessas visões sectárias se faz sentir é a orientação espiritual. Essa prática tem dado muitos frutos na Igreja, mas não é inócua ou acertada em todos os casos. Muitas vezes causa abuso emocional, manipulação e aproveitamento da vulnerabilidade do fiel pela assimetria que a prática supõe. Em outros casos, gerou dependência, falta de crescimento e maturidade na tomada de decisões da vida.
O Papa Francisco prefere falar de "acompanhamento espiritual", como uma prática inerente aos membros de uma comunidade fraterna e que pode ser exercida também por leigos, dada sua condição batismal (Papa Francisco aos sacerdotes de Roma, 24/10/23). Assim, ele relativiza sua "auréola" para uma elite exclusivamente clerical.
Outras manifestações do paternalismo problemático:
Um clássico do paternalismo é o uso emocional da culpa, do medo e da vergonha para manter o controle sobre seus prosélitos. Isso pode levar seus membros, treinados no “temor reverente”, a seguir cegamente as orientações do líder religioso por medo da condenação ou da rejeição de seu grupo fechado de “escolhidos”.
Essa submissão excessiva e ingênua para com esses líderes levou, em alguns casos, a negligenciar candidamente a proteção das crianças, favorecendo uma proximidade inadequada entre elas e os clérigos. Muitos casos de pedofilia são um trágico reflexo dessa negligência. Os padres não apenas carregam em si as consequências do pecado original que todos temos, mas também foram condicionados por um perigoso cerceamento de sua pessoa, em uma estrutura desumanizante como o celibato obrigatório e uma vida solitária que, na prática, não presta contas a ninguém e tem a facilidade do segredo e do ocultamento.
O clero, por mais que tenha pessoas excelentes, não viveu nem foi formado para interagir com os leigos, as crianças e muito menos com as mulheres, a quem se exclui explicitamente de se casar com os sacerdotes, pelo “perigo” que isso acarretaria ao fechado sistema clerical. A reforma da formação do clero do Vaticano II não se produziu. “Voltaram ao seminário tridentino: seminaristas formados entre quatro paredes, representantes do sagrado e treinados para recordar liturgicamente o sacrifício de um inocente, separados do resto dos cristãos e supostamente superiores em dignidade e santidade. A Igreja nunca será sinodal enquanto for governada pelo ‘homem sagrado’” (J. Costadoat, Unisinos).
Costadoat fala da necessidade de "desacerdotalizar, dessacralizar ou desclericalizar o ministério, pois o 'homem sagrado' que inspira temor sagrado, que estabelece distâncias com o mundo e as pessoas, que se veste de maneira distinta, que carrega em sua psique uma divisão entre a perfeição que deve representar e a imperfeição que esconde" (Religión Digital, 7/11/24).
De abusos de consciência a abusos sexuais, há uma pequena distância. Vencidos os limites psicológicos da confiança, o caminho está aberto para qualquer coisa. Muitos abusos "típicos" estão relacionados à confissão auricular, que obriga a revelação da intimidade, um manuseio da interioridade "em nome de Deus".
Mas o Deus de Jesus Cristo é mais respeitoso com a intimidade humana do que as disposições abusivas com as quais o clericalismo, para ressaltar seu poder, impõe requisitos desnecessários aos sacramentos e normas intimidatórias no Direito Canônico, que levam a uma proliferação de pecados "mortais" por toda parte e a uma cegueira para as estruturas de pecado, que são o caldo de cultivo dos verdadeiros.
Nem se fale dos processos canônicos, como os de nulidades matrimoniais, repletos de perguntas íntimas e humilhantes, e não apenas na época de "Escândalo na Assembleia", o livro de 1971 em que Morris West relatava casos verídicos desses vexatórios "trâmites canônicos". Felizmente, Francisco simplificou bastante esses procedimentos, mais de acordo com o espírito conciliar.
A manipulação de consciências busca impor crenças, pensamentos, decisões ou sentimentos em uma pessoa, retirando-lhe a liberdade e a autonomia. É o abuso da autoridade clerical para controlar ou moldar as vidas dos fiéis de forma coercitiva.
Consiste em verdadeiro "lavagem cerebral". Stalin, que havia estudado no Seminário Teológico de Tiflis, encontrou na Inquisição e na confissão um modelo a seguir em seus métodos de "reeducação" para os dissidentes do sistema. Lavar o cérebro de alguém significa moldar, dar forma, aos fluxos de informação que o definem nos planos interno e externo, eliminando a liberdade de controle em função de suas próprias conveniências e interesses.
A manipulação e a coerção religiosa, embora aplicadas em contextos muito distintos, compartilham o uso da ideologia dominante para submeter consciências. O poder se perpetua através da despersonalização do indivíduo, forçando-o a seguir uma doutrina "oficial" e punindo aqueles que se desviam.
Uma visão dogmática e inflexível da fé que desqualifica qualquer interpretação alternativa manipula fiéis inseguros e vulneráveis. A imposição de doutrinas absolutas, sem espaço para reflexão ou debate, cria um coletivo que se retroalimenta, onde os crentes se sentem obrigados a aceitar essa autoridade religiosa sem questionar, o que lhes dá uma falsa segurança, como ocorre com qualquer outra seita.
Certamente vêm à mente dos leitores todos aqueles movimentos, congregações e ex-prelazias pessoais que, sob o estandarte da máxima ortodoxia, ainda colocam em prática esses métodos inquisitoriais. Aqueles que conseguem escapar testemunham a destruição da personalidade que viveram. Esses grupos ultracatólicos são conservadores de sua religião e da injustiça social do mundo, e a cada dia aumentam as denúncias de abusos de todo tipo.
Para superar essas dinâmicas, é essencial promover um modelo de Igreja que, ao retornar ao Evangelho de Jesus de Nazaré, promova a igualdade, a participação ativa dos leigos e a liberdade espiritual dos crentes. Algumas formas de alcançá-lo incluem:
(i) Promover uma Igreja de comunhão: uma relação mais horizontal entre os clérigos e os leigos, onde os sacerdotes sejam verdadeiros servidores da comunidade, em vez de exercer um controle autoritário.
(ii)Respeito pelas pessoas, que reformule a evangelização como "contágio" e não como proselitismo, e muito menos como coerção, algo pelo qual a Igreja pediu perdão histórico várias vezes nas últimas décadas.
(iii)Ser testemunhas da alegria da Misericórdia de Cristo que acompanha, perdoa e humaniza.
(iv) Fomentar a autonomia e o discernimento pessoal que fazem crescer. O objetivo sempre deve ser o crescimento das pessoas, e não a submissão a um sistema fechado.
(v) Promoção da corresponsabilidade: uma maior participação real dos leigos na tomada de decisões e na vida da Igreja, por meio de uma formação teológica séria, uma espiritualidade comprometida com a justiça social e o empoderamento das mulheres.
A sociologia das instituições tem constatado que muitas delas são herméticas a tentativas de transformação vindas de fora ou dos próprios leigos, periféricos ao poder clerical. Somente de dentro, por parte daqueles que conhecem o modus vivendi e o modus operandi delas, podem surgir alternativas superadoras.
Dificilmente isso será feito por aqueles que continuam se beneficiando dessas estruturas, consciente ou inconscientemente, pois estão condicionados por um viés cognitivo de difícil superação.
O perfil de uma reforma autêntica da Igreja requer um sacerdote casado, profeta que tenha vivido no cerne da elite clericalista que rejeitou e, ao abandoná-la, foi estigmatizado e perseguido por esse sistema. Alguém com essa experiência poliédrica, dentro e fora da instituição, possui os recursos para promover uma mudança real nas estruturas de clericalismo e paternalismo que a afligem.
O clericalismo e o paternalismo manipulam as consciências para perpetuar modelos de instituições fechadas, uma corporação viciada em ocultar abusos. Criam estruturas de poder disfuncional que anestesiam indivíduos e comunidades. É essencial transformar essas dinâmicas para construir uma Igreja mais inclusiva, participativa e respeitosa da autonomia pessoal, onde tanto clérigos celibatários quanto casados, assim como leigos, possam viver uma fé madura, livre e criativa.
O desafio da Igreja, hoje, é o mesmo de dois mil anos atrás, no primeiro concílio dos Apóstolos: ser uma seita clerical ou ser o Povo de Deus, aberto e inclusivo. Amo a Igreja e o catolicismo. Mas apenas um pensamento crítico sobre as situações abusivas provocadas por uma visão clericalista e sectária pode nos levar a vivê-los e propô-los em plenitude. Do reconhecimento, arrependimento e reparação nascerá uma Igreja renovada.
Somente uma pertença adulta, sem clericalismos nem paternalismos, inclusiva, pode reproduzir o Senhor entre os homens. Caso contrário, o religioso continuará sendo uma fantasia, daquelas que o filósofo chamava de "ópio". Quando vemos igrejas vazias, indiferença, preconceitos e fobia generalizada à instituição, dói, essencialmente, a ausência da fascinante novidade do Evangelho anunciado aos pobres (Lc 7,22).
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O clericalismo e suas seitas eclesiásticas. Artigo de Guillermo Jesús Kowalski - Instituto Humanitas Unisinos - IHU