28 Novembro 2024
“Bonhoeffer: Pastor, Espião e Assassino” chega às telas de cinema pela iniciativa do cineasta Todd Komarnicki, estrelado por Jonas Dassler. O filme, classificou-o seu produtor, não é apenas um drama histórico, mas um desafio espiritual num mundo dividido, e o teólogo luterano alemão “nos lembra do que realmente significa seguir a Cristo – uma vida de sacrifício, coragem e humildade”.
A reportagem é de Edelberto Behs, jornalista.
Nascido em Breslau, em 4 de fevereiro de 1906, Bonhoeffer optou pela carreira pastoral na Igreja Luterana. Estudou na Universidade de Tübingen e em 1927, com apenas 21 anos de idade, doutorou-se em Teologia pela Universidade de Berlim. Com a ascensão de Adolf Hitler ao poder, já em 1933 Bonhoeffer pregava, em sermões, a resistência aos nazistas. “O silêncio diante do mal é o próprio mal”, dizia.
Em 1º de fevereiro, ele proferiu uma palestra no rádio, quando criticou os “líderes” que se deificam. A transmissão foi interrompida. Numa publicação de abril do mesmo ano, ele escreveu o artigo “Die Kirche vor der Judenfrage” (A Igreja perante a questão nazista), quando defendeu o dever da Igreja de se opor à injustiça política. Em 31 de maio era criada a Igreja Confessante, que reuniu pastores e teólogos contrários ao regime nazista, uma vez que a Igreja Evangélica da Alemanha se aliara ao nazismo.
Bonhoeffer dirigiu o Seminário de Finkenwalde, que formava pastores para a Igreja Confessante. Mas em 1936 sua licença para lecionar foi cassada e o Seminário fechado pela Gestapo em agosto de 1937. A Gestapo também o proibiu de falar em público e de publicar livros.
O teólogo da resistência aderiu à Operação Valquíria, integrada por militares que tinham por meta eliminar Hitler. A duas semanas do término da Segunda Guerra Mundial, Bonhoeffer, preso desde 1943 por auxiliar a fuga de judeus da Alemanha para a Suíça, foi enforcado no campo de concentração de Flossenbürg no dia 9 de abril de 1945, dez dias, portanto, antes de as tropas soviéticas libertarem o campo de concentração.
No livro “Ética”, Bonhoeffer justifica o seu engajamento na resistência alemã contra o nazismo.
O filme de Komarnicki é o segundo que aborda a vida e obra do pastor e teólogo alemão. Em 1999, foi lançado o filme “Bonhoeffer: O Agente da Graça”. “Sou atraído por histórias de um homem contra o sistema”, contou Komarnkicke para a editora Leah MarieAnn Klett, do portal The Christian Post. “Bonhoeffer foi um homem contra o diabo”, definiu.
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Filme apresenta vida e obra de pastor que resistiu ao nazismo - Instituto Humanitas Unisinos - IHU