31 Outubro 2024
"A imagem é realmente instigante: como é que o centro do poder do cristianismo tinha tanto medo da fé adulta dos pobres?", escreve Ettore Marangi, em comentário publicado no Facebook, 23-10-2024.
Depois de um dia passado sendo pai, administrador, professor, ativista, empregada doméstica, e até mãe, estou muito cansado, mesmo acordando tarde essa manhã. Mas agora é o momento de silêncio e oração e só consigo lembrar do Gustavo Gutiérrez, que morreu hoje, o homem que em si mesmo se tornou o símbolo da Teologia da Libertação.
Faço com esta foto em que Gutiérrez aparece ao lado do Cardeal Gerhard Ludwig Müller, um conhecido opositor do Papa Francisco, símbolo vivo da Congregação para a Doutrina da Fé. Não seria correto ignorar o sofrimento que esta Congregação infligiu a tantos teólogos da libertação.
Gustavo Gutiérrez e Gerhard Ludwig Müller (Foto: Reprodução | Facebook).
Essa foto é impressionante porque expressa a disparidade desse conflito entre a Cúria Romana e as Comunidades de Base da América Latina que são inspiradas na Teologia da Libertação: de um lado temos o corpo poderoso do cardeal alemão e do outro o minuto e corpo doente do dominicano peruano.
A imagem é realmente instigante: como é que o centro do poder do cristianismo tinha tanto medo da fé adulta dos pobres?
Deixo ao leitor a resposta. Entretanto, dou-lhes algumas palavras de Gutiérrez que parecem ser um convite, agora que ele nos deixou, para continuar a sua mesma missão:
"Vivemos numa era pós-socialista, pós-capitalista, pós-industrial. As pessoas adoram ser 'postadas' mas nós não vivemos em pós-pobreza." — (Discurso durante a Assembleia Geral da Caritas Internationalis em 2015)
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"Como é que o centro do poder do cristianismo tinha tanto medo da fé adulta dos pobres?" Comentário de Ettore Marangi - Instituto Humanitas Unisinos - IHU