01 Agosto 2024
Sem combustível sustentável e aeronaves mais eficientes em quantidade suficiente, setor aéreo, um dos que mais impacta o clima, perde suas principais alternativas de descarbonização.
A reportagem é publicada por ClimaInfo, 01-08-2024.
O setor aéreo global é um dos maiores emissores de gases de efeito estufa do planeta. Essa indústria havia estabelecido a meta de atingir o net zero até 2050. No entanto, esse plano parece estar em risco.
O sinal amarelo acendeu após a companhia Air New Zealand comunicar que abandonou a meta de reduzir emissões até 2030. A aérea atribuiu o recuo às dificuldades em adquirir novos aviões e bem como combustível de aviação sustentável (SAF), informa o Guardian. Em 2022, a Air New Zealand anunciou que iria cortar suas emissões em 29% até 2030.
A decisão sugere que mais companhias aéreas também terão de enfrentar a realidade, explica a Bloomberg: não há combustível sustentável ou aeronaves novas e mais eficientes em quantidade suficiente para atender ao setor, o que deixa as companhias aéreas comerciais sem suas duas principais estratégias de descarbonização.
A oferta global de SAF será de apenas 0,5% das necessidades de combustível neste ano, segundo a Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA). Ao mesmo tempo, a Boeing e a Airbus não conseguem fabricar jatos rápido o suficiente. Embora os jatos de nova geração possam consumir de 15% a 20% menos combustível, os tempos de espera para recebê-los são de vários anos.
Voar devasta o clima como nenhuma outra forma de viagem, gerando o maior impacto por passageiro-quilômetro, destaca no Carbon Market Watch o especialista em descarbonização da aviação e do transporte marítimo Bastien Bonnet-Cantalloube. As aéreas vêm queimando combustível de aviação de forma cada vez mais eficiente ao longo dos anos, mas o aumento no tráfego de passageiros mais do que superou essas economias, reforça.
Para o especialista, o aumento do uso de combustíveis realmente sustentáveis é essencial, mas as companhias podem agir já enquanto essa alternativa ainda é insuficiente. Entre as possibilidades estão o redirecionamento de rotas e a redução do número de voos.
O abandono da meta de redução de emissões pela Air New Zealand também foi noticiado por Reuters, CNBC, AP, CNN e BBC.
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Aviação poluente: Air New Zealand abandona meta de redução de emissões para 2030 - Instituto Humanitas Unisinos - IHU