06 Junho 2024
Dois novos relatórios alertam para a elevação das temperaturas, que ocorre tanto nas águas superficiais quanto em zonas profundas e num ritmo nunca antes visto.
A informação é publicada por ClimaInfo, 04-06-2024.
Os oceanos do planeta estão enfrentando uma tripla ameaça: aquecimento extremo, perda de oxigênio e acidificação. As condições extremas vêm se tornando muito mais intensas nas últimas décadas, colocando enorme pressão sobre a diversidade marinha, indicam dois estudos, da UNESCO e de pesquisadores da ETH Zurich.
O relatório “State of the Ocean Report 2024”, da UNESCO, destaca que a taxa de aquecimento dos oceanos duplicou em 20 anos, com 2023 sendo o ano mais quente já verificado para temperaturas oceânicas. O nível do mar aumentou 9 centímetros ao longo de 30 anos. Desde a década de 1960, os oceanos perderam 2% de seu oxigênio, e hoje existem 500 zonas mortas ao longo das costas, onde quase não resta vida. Estima-se que haja entre 1,1 milhão a 4,9 milhões de toneladas de plástico no mar, destaca Daniela Chiaretti no Valor.
Segundo a Veja, um dos principais alertas do relatório envolve a elevação das temperaturas dos oceanos. Isso porque o monitoramento tem revelado que o aquecimento não ocorre somente nas águas superficiais. Embora apenas 25% do fundo do oceano seja mapeado atualmente, já se sabe que o aquecimento em zonas mais profundas vem se dando em um ritmo nunca antes registrado.
O documento cita ainda que o derretimento das massas de gelo na Groenlândia e na Antártica Ocidental contribui para a elevação dos mares. Menciona danos causados por tsunamis, geralmente provocados por terremotos, que podem ser mais catastróficos diante da subida do nível do mar. Além disso, relata a Agência Brasil, os tsunâmis de fontes não sísmicas, como deslizamentos de terra e atividades vulcânicas, poderão se tornar mais frequentes.
O estudo “Column-Compound Extremes in the Global Ocean”, publicado no AGU Advances, corrobora os preocupantes dados. Cerca de um quinto da superfície oceânica mundial está particularmente vulnerável às três ameaças ocorrendo simultaneamente, impulsionadas por atividades humanas, como a queima de combustíveis fósseis e o desmatamento. Nos 300 metros superiores dos oceanos afetados, esses eventos compostos agora duram três vezes mais e são seis vezes mais intensos do que no início da década de 1960, explica o Guardian.
O autor principal do estudo, Joel Wong, alertou que os oceanos do planeta já estavam sendo empurrados para um novo estado extremo devido à crise climática. “Os impactos disso já foram vistos e sentidos,” disse o pesquisador da ETH Zurich, que citou o conhecido exemplo da “mancha” de calor que causou a morte de vida marinha no Oceano Pacífico. “Eventos extremos intensos como esses provavelmente acontecerão novamente no futuro e vão perturbar os ecossistemas marinhos e as pescas ao redor do mundo”, acrescentou.
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Calor extremo, perda de oxigênio e acidificação ameaçam oceanos - Instituto Humanitas Unisinos - IHU