We Are Church diante de Dignitas Infinita: “uma oportunidade perdida de investigar a dignidade humana dentro da própria Igreja”

Imagem: Divulgação | We are Church

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20 Abril 2024

  • "We Are Church" culpa a Dignitas por sua falta de conhecimento da vida real das pessoas transgênero e não binárias.

  • No entanto, o grupo saúda o título do documento que "pode nos reconfortar" porque "é uma referência ao fato de que a dignidade humana é infinita, mas também pode ser entendido no sentido de que o ensinamento da Igreja sobre a dignidade humana ainda não foi pensado até o fim".

A reportagem é de Jesús Bastante, publicada por Religión Digital, 16-04-2024.

"Uma oportunidade perdida de investigar a dignidade humana dentro da própria Igreja". Assim define o grupo We Are Church ao se referir à declaração Dignitas Infinita. Em um comunicado, a instituição celebra que o documento, aprovado semana passada pelo Dicastério para a Doutrina da Fé, lembre a "dignidade fundamental e absoluta de todos os seres humanos, ameaçada e violada de muitas maneiras em nosso mundo atual", embora critique que nem sempre se olhe para a trave no próprio olho.

We Are Church destaca que "há muitas ocasiões na história em que a Igreja agiu de maneira muito diferente, por exemplo, na luta contra os hereges, 'mortos para salvar suas almas'", em comparação com "os abusos sexuais cometidos por clérigos e outras autoridades eclesiásticas", que, denunciam, "estão longe de terem sido suficientemente abordados".

Por isso, "é muito surpreendente o pouco que a declaração tem a dizer sobre esses crimes eclesiásticos contra a dignidade humana", ressalta We Are Church. Ao mesmo tempo, o texto lamenta a incapacidade para uma autocrítica em relação à "violência contra as mulheres", defendendo a igualdade salarial ou a promoção justa nas carreiras profissionais, "mas não menciona nem uma palavra de que isso simplesmente não existe na Igreja Católica e que esta marginaliza e discrimina as mulheres, excluindo-as do ministério ordenado e, portanto, dos mais altos cargos de direção".

"A abordagem vaticana consiste em definir o gênero baseado apenas no aspecto físico da pessoa", destaca o relatório, que atribui a Dignitas "sua surpreendente falta de conhecimento da vida real das pessoas transgênero e não binárias". Por isso, "urge abordar o tema com menos preconceitos ideológicos e mais abertura e erudição modernas", lê-se.

No entanto, We Are Church saúda o título do documento que "pode nos reconfortar", pois "é uma referência ao fato de que a dignidade humana é infinita, mas também pode ser entendido no sentido de que o ensinamento da Igreja sobre a dignidade humana ainda não foi pensado até o final".

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