04 Abril 2024
A informação é de Religión Digital e Agência Efe, publicada por Religión Digital, 04-04-2024.
O procurador-geral do Bolívia, Juan Lanchipa, sustentou esta quarta-feira que há “outras pessoas envolvidas” como possíveis cúmplices na investigação sobre os supostos abusos sexuais de dezenas de menores perpetrados pelo falecido jesuíta espanhol Alfonso Pedrajas em 1971.
Lanchipa destaca que no caso Pedrajas existem vários processos que estão sob investigação nas regiões de Cochabamba, Tarija, Chuquisaca e Santa Cruz, segundo nota do Ministério Público.
O promotor sustentou que “outras pessoas serão denunciadas na mesma conduta”, na qual incorreram os ex-provinciais espanhóis da Companhia de Jesus na Bolívia Marcos Recolons e Ramón Alaix, por terem “consentido e permitido, com seu silêncio, que “estes graves atos de violação de menores ficassem impunes".
O Ministério Público acusou há poucos dias Recolons e Alaix do crime de ocultação neste caso e, na quinta-feira, um juiz cautelar ordenou a suas prisões domiciliares.
Segundo Lanchipa, o Ministério Público realizou uma investigação “de forma aprofundada” que permitiu apurar a “conduta punível dos padres que permitiram, com o seu silêncio cúmplice, a ocorrência destes atos contra menores”.
Além da prisão domiciliar, os ex-provinciais também deverão cumprir outras “medidas cautelares”, entre elas, a proibição de se comunicar com determinadas pessoas e o impedimento de viajar, lembrou a Procuradoria da Bolívia.
As denúncias de pedofilia na Bolívia ganharam destaque depois que o meio de comunicação espanhol El País publicou em 2023 uma investigação de Pedrajas, na qual se refere aos supostos abusos que perpetrou contra dezenas de crianças quando era diretor da Escola Juan XXIII, no país sul-americano desde 1971.
Como resultado deste caso, começaram a surgir outras acusações contra outros padres, alguns já falecidos, de abuso sexual de menores. Devido a estes acontecimentos, o Ministério Público boliviano iniciou investigações em vários departamentos do país por denúncias de pedofilia que envolvem principalmente sacerdotes católicos.
O governo boliviano apresentou na semana passada, pela segunda vez, um projeto de lei que declara a imprescritibilidade dos crimes contra menores em casos de infanticídio, violência e abuso sexual.