01 Abril 2024
O anúncio da ressurreição é feito por mulheres. São elas que vão ao sepulcro “de manhã cedo”, como Marcos nos informa na versão que leremos este ano, durante a Vigília de Sábado Santo. João acrescenta "quando ainda estava escuro" para indicar que a derrota e a decepção, a incompreensão e o medo eram os sentimentos que perpassavam todos os discípulos.
O comentário é de Tonio Dell'Olio, publicado por Mosaico di Pace, 01-04-2024. A tradução é de Luisa Rabolini.
Apenas duas mulheres tomam coragem e vão ao sepulcro para realizar aquele gesto de piedade totalmente feminino que é a unção do corpo. A narrativa continua como sabemos: àquelas duas mulheres são encarregadas de passar a informação à igreja nascente. Isso é mais que suficiente para que Maria Madalena seja proclamada como “apóstola dos apóstolos”.
O Papa Francisco fez isso. Os evangelhos não consideram de forma alguma o ministério das mulheres de segunda classe! Mas é um dado que parece que nós ainda não compreendemos e muito menos assumimos. Por isso seria correto e bonito que fosse uma mulher a proclamar o Evangelho da ressurreição na celebração da vigília. É um convite, uma sugestão, uma proposta.
Não está previsto pela liturgia, assim como não era minimamente previsto pela religião e pela sociedade do tempo de Jesus que as mulheres fossem as primeiras testemunhas da verdade-fundamento da fé cristã. Aquele gesto litúrgico desobediente (mas nem tanto se pensarmos na forma habitual de ler a Passio) poderia ajudar a todas e a todos a compreender melhor e fazer mais. Feliz Páscoa (substantivo feminino).
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A Páscoa das mulheres - Instituto Humanitas Unisinos - IHU