07 Agosto 2023
A capital portuguesa lançou o chamado 'Rainbow Center', que tem alternado missas, colóquios e encontros.
A reportagem é de José Beltran, publicada por Vida Nueva Digital, 05-08-2023.
O presidente do Crismhom, Jonás Candaosa, compartilha com Vida Nueva sua experiência de encontro com os jovens, desde o apoio do Papa a uma Igreja "para todos" até os ataques de grupos ultracatólicos.
A Jornada Mundial da Juventude em Lisboa é a primeira das organizadas nestes encontros católicos mundiais que teve um 'Rainbow Center' , um espaço de acolhimento e reflexão promovido pela Rede Global de Católicos Arco-Íris, para o acolhimento e reflexão sobre a Igreja Cristã e a comunidade LGTBI.
Ao longo destes dias têm-se realizado Eucaristias, colóquios e sessões de formação . Entre outros palestrantes, participou o jesuíta americano James Martin, conhecido por seu trabalho acompanhando o grupo e que participará com voz e voto do próximo Sínodo da Sinodalidade convocado pelo Papa Francisco.
Crismhom, comunidade cristã LGTBI+H de Madri, esteve presente na JMJ e no Rainbow Center através de quatro jovens: Jonás, Julián, Guillermo e Juan. Para Jonás Candaosa, presidente da Crismhom, “é um grande avanço o reconhecimento da presença da comunidade na JMJ”.
Mas, para além do institucional, Candaosa destaca o acolhimento dos peregrinos: “A experiência é muito boa. Nos grupos de reflexão catequética temos partilhado naturalmente a nossa realidade e temos sentido o interesse e o apoio dos jovens”. Na mesma linha, o presidente da plataforma de Madri se anima porque “não percebemos as pessoas surpresas quando falamos sobre nosso acompanhamento pastoral, mas elas o assumem normalmente”.
Mas, sem dúvida, se há algo que marcou a equipa do Crismhom foi a reafirmação de uma Igreja inclusiva por parte de Francisco na cerimônia de boas-vindas de quinta-feira no Parque Eduardo VII. Eles sentem que "na Igreja somos todos e aqui ninguém é supérfluo" como mais do que um apoio implícito. Na mesma linha, Jonás valoriza esta década do pontificado de Francisco: “É verdade que houve idas e vindas, mas é claro que há passos em frente que não se imaginaria há pouco, sobretudo em termos de acolhimento público já se refere às suas palavras que quebram tabus”.
Paralelamente, também testemunharam em primeira mão alguns episódios de discriminação sofridos ao longo destes dias. Por um lado, a entidade cristã denuncia "o feroz ataque de LGTBIfobia perpetrado com insultos, gestos e proibições de hastear a bandeira por parte de um participante da reunião". Do outro, uma dezena de pessoas arrombou a igreja paroquial de Nossa Senhora da Encarnação, na Ameixoeira, enquanto católicos LGTBI celebravam uma Eucaristia. A polícia teve que intervir para expulsar aqueles que invadiram o templo sem incidentes.
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Lisboa: a primeira JMJ com presença oficial da comunidade cristã LGTBI - Instituto Humanitas Unisinos - IHU