“Discordar com Empatia” aponta para a cultura da paz

Foto: Ana Nas | Flickr CC

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26 Mai 2023

O autoconhecimento é um “caminho para se tornar mais aberto ao diálogo”; “aprender é sempre um convite e, também, um ato de coragem”, ensina a cartilha “Discordar com Empatia”, editada pelo Programa Carta da Terra em Ação, da Universidade Aberta do Meio Ambiente e da Cultura de Paz.

A reportagem é de Edelberto Behs, jornalista.

A cartilha, de 27 páginas, contribui para a melhoria da qualidade das relações humanas, mostrando que é possível discordar de opiniões e ações com empatia, recorrendo às ferramentas da cultura de paz. Para tanto, é preciso estar abeto ao diálogo.

“Dialogar com a oposição, ou seja, com alguém que apresenta ideias contrárias, não significa necessariamente mudar a ideia do outro, e sim entendê-la”, assinala a publicação. “A discordância – prossegue – é potência para a diversidade e a pluralidade. Dialogar é compreender mais sobre o outro, mas também sobre nós mesmos e como avançamos na jornada pela cultura da paz, individual e coletivamente”.

Quando pessoas apresentam dificuldades em compreender as necessidades umas das outras é estopim para as situações de violência. Então, “a chave para transformar conflitos em oportunidades de construção de pontes está em aprender a reconhecer as necessidades humanas que estão nos movendo e movendo nossos pares”, aponta o texto.

A cartilha frisa que o comportamento humano é mobilizado por necessidades. “Quando reconhecemos – e ajudamos os outros a reconhecer – aquilo que é importante para cada um dos envolvidos em conflito – aquilo que está por trás das escolhas, das preferências, dos posicionamentos, dos ataques e das resistências, que são as necessidades humanas -, despertamos, em nós e nos outros, um enorme potencial criativo, que pode ajudar a encontrar soluções antes ignoradas para transformar as dificuldades de convivência”.

É um processo fácil reconhecer necessidades nossas e dos outros? Não, certamente não é. O tipo de pensamento – “eu estou certo e o outro errado”, também conhecido como julgamento moral, impede pessoas de alcançarem uma cultura de paz. Nesses contextos, é preciso ser tolerante. “Em uma sociedade polarizada, a virtude da tolerância é constantemente mobilizada. Ela aparece como uma solução: é preciso tolerar o outro, o diferente, o conflitante”.

Mas, alerta a cartilha, é preciso reconhecer a linha tênue entre tolerância e convivência. “Quando o discurso de alguém ou de um grupo aponta para possíveis e prováveis agressões a pessoas ou a outros seres, não estamos no campo da tolerância. Condutas criminosas devem responder à legislação vigente e não podem ser toleradas”.

Para entender o mundo “é preciso reconhecer a infinidade de protagonistas no cenário da vida. E que todos têm o legítimo direito de expressar suas identidades e buscar espaços de associação”.

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