O que a Igreja precisa não é apenas de reformas religiosas e convites à comunhão. Artigo de José Antonio Pagola

Mais Lidos

  • Brasil precisa de sistema de alerta antecipado contra desastres ambientais. Entrevista com Francisco Eliseu Aquino

    LER MAIS
  • “Precisamos de uma ministra negra para o STF começar a dar respostas ao racismo estrutural no país”. Entrevista com Ingrid Farias

    LER MAIS
  • “A grande estupidez da esquerda foi aceitar o neoliberalismo”. Entrevista com Rob Riemen

    LER MAIS

Newsletter IHU

Fique atualizado das Notícias do Dia, inscreva-se na newsletter do IHU


Revista ihu on-line

Zooliteratura. A virada animal e vegetal contra o antropocentrismo

Edição: 552

Leia mais

Modernismos. A fratura entre a modernidade artística e social no Brasil

Edição: 551

Leia mais

Metaverso. A experiência humana sob outros horizontes

Edição: 550

Leia mais

26 Mai 2023

  • A escuridão está caindo em Jerusalém e também em seus corações. Ninguém pode consolá-los de sua tristeza. Aos poucos, o medo está tomando conta de todos, mas eles não têm Jesus para fortalecer seus espíritos.

  • Precisamos experimentar em nossas comunidades um novo começo a partir da presença viva de Jesus em nosso meio. Só Ele deve ocupar o centro da Igreja.

  • Nossos esforços e nosso trabalho não bastam. É Jesus quem pode desencadear a mudança de horizonte, a libertação do medo e das dúvidas.

O artigo é de José Antonio Pagola, teólogo e padre espanhol, publicado por Religión Digital, 22-05-2023.

Eis o artigo.

Aterrorizados com a execução de Jesus, os discípulos refugiam-se numa casa familiar. Eles estão reunidos novamente, mas Jesus não está mais com eles. Há um vazio na comunidade que ninguém pode preencher. Eles sentem falta de Jesus. Eles não podem ouvir suas palavras cheias de fogo. Eles não podem vê-lo abençoando ternamente os infelizes. Quem eles vão seguir agora?

Escurece em Jerusalém e também em seu coração. Ninguém pode consolá-los de sua tristeza. Aos poucos, o medo vai tomando conta de todos, mas eles não têm Jesus para fortalecer seus espíritos. A única coisa que lhes dá alguma segurança é "trancar as portas". Ninguém pensa mais em sair pelas estradas para anunciar o reino de Deus e curar a vida. Sem Jesus, como vão divulgar a sua Boa Nova?

O evangelista João descreve de forma imbatível a transformação que ocorre nos discípulos quando Jesus, cheio de vida, se faz presente no meio deles. O Ressuscitado está novamente no centro da sua comunidade. É assim que deve ser para sempre. Com ele tudo é possível: libertar-nos do medo, abrir as portas e começar a evangelizar.

Segundo a história, a primeira coisa que Jesus infunde em sua comunidade é a paz. Nenhuma reprovação por tê-lo abandonado, nenhuma reclamação ou desaprovação. Só paz e alegria. Os discípulos sentem seu sopro criador. Tudo recomeça. Impulsionados pelo seu Espírito, continuarão a colaborar ao longo dos séculos no mesmo projeto salvífico que o Pai confiou a Jesus.

O que a Igreja precisa hoje não é apenas de reformas religiosas e convites à comunhão. Precisamos experimentar em nossas comunidades um novo começo a partir da presença viva de Jesus em nosso meio. Só ele deve ocupar o centro da Igreja. Só ele pode promover a comunhão. Só ele pode renovar nossos corações.

Nossos esforços e nosso trabalho não bastam. É Jesus quem pode desencadear a mudança de horizonte, a libertação do medo e das dúvidas, o novo clima de paz e serenidade de que tanto precisamos para abrir as portas e poder anunciar o Evangelho aos homens e mulheres do nosso tempo.

Mas devemos aprender a acolher com fé a sua presença no meio de nós. Quando Jesus aparece novamente depois de oito dias, o narrador nos diz que as portas ainda estão fechadas. Não é só Tomé que deve aprender a crer com confiança no Ressuscitado. Os outros discípulos também devem superar gradualmente as dúvidas e os medos que ainda os fazem viver com as portas fechadas à evangelização.

Leia mais

Comunicar erro

close

FECHAR

Comunicar erro.

Comunique à redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:

O que a Igreja precisa não é apenas de reformas religiosas e convites à comunhão. Artigo de José Antonio Pagola - Instituto Humanitas Unisinos - IHU