Decisão histórica do Papa: pela primeira vez, mulheres e leigos terão voz e voto no Sínodo

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27 Abril 2023

  • A maior novidade é a decisão de agregar “mais 70 membros não bispos, que representam outros fiéis do Povo de Deus (sacerdotes, pessoas consagradas, diáconos, fiéis leigos) e que vêm das igrejas locais”.

  • No entanto, os não bispos eleitos não ultrapassarão 25% do total. Três quartos dos eleitores continuarão a ser prelados.

A reportagem é de Jesús Bastante, publicada por Religión Digital, 26-04-2023.

Reforma histórica, quase revolucionária de Francisco. Logo após o término da primeira reunião do renovado C9 (do qual participam dois espanhóis, os cardeais Omella e Vérgez), a Santa Sé anunciou que pelo menos 80 dos participantes, com direito a voto, no próximo Sínodo de outubro não serão bispos. E, o que é muito mais inovador, o papa exige “que 50% deles sejam mulheres e que se valorize também a presença dos jovens”.

Os leigos e as mulheres, finalmente, entram na assembleia com plenos direitos, ainda que os responsáveis ​​pelo Sínodo tenham feito um esforço para apontar que eles representarão, no máximo, 25% do total. Três quartos continuarão a ser prelados. Mas o gesto é verdadeiramente revolucionário.

Até agora, apenas se presumia que pelo menos uma mulher, Nathalie Becquart, poderia votar na assembleia de outubro, que durará pelo menos um ano e que traçará o presente e o futuro da Igreja Católica e sua relação com o mundo.

Entre as modificações anunciadas, segundo uma nota da Secretaria Geral do Sínodo dos Bispos (que mantém esta nomenclatura, pelo menos por enquanto), destaca-se a ausência de dez clérigos pertencentes a institutos de vida consagrada, que serão substituídos” por cinco religiosas e cinco religiosas", escolhidas pelos superiores e superiores gerais. "Como membros, eles têm direito a voto".

Pelo menos 70 membros não bispos

No entanto, a maior novidade é a decisão de agregar “mais 70 membros não bispos, que representam outros fiéis do Povo de Deus (sacerdotes, pessoas consagradas, diáconos, fiéis leigos) e que provêm das igrejas locais”.

Estes 70 membros serão “escolhidos pelo papa de uma lista de 140 pessoas indicadas (e não escolhidas) pelos sete Encontros Internacionais das Conferências Episcopais e pela Assembleia dos Patriarcas das Igrejas Orientais Católicas (20 para cada uma destas realidades eclesiais)". E ainda mais: “Pede-se que 50% deles sejam mulheres e que também seja valorizada a presença dos jovens”.

“Ao identificá-los”, acrescenta a nota, “serão levados em consideração não apenas sua cultura geral e prudência, mas também seus conhecimentos, tanto teóricos quanto práticos, bem como sua participação em várias funções no processo sinodal”. Como membros, e aqui vem a decisão histórica, “eles têm direito a voto”.

"Por outro lado, além dos 70 não bispos mencionados acima, vale mencionar que também será possível ter não bispos entre os membros nomeados pontificamente", o que abre a porta para mais, muito mais, leigos e mulheres com voz e voto na Assembleia Sinodal. A isso se somam os representantes dos departamentos, que agora serão eleitos diretamente pelo papa.

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