24 Março 2023
Igrejas devem estabelecer sinais de unidade e compreensão num mundo dividido e para tanto precisam “de um ‘ecumenismo de coração’ que dê um claro testemunho comum de Cristo, mesmo onde a unidade institucional das igrejas ainda não foi alcançado”, sinalizou o moderador do Conselho Mundial de Igrejas (CMI), bispo Bedford-Strohm, em encontro com o Papa Francisco em Roma, nesta quinta-feira, 23.
A reportagem é de Edelberto Behs, jornalista.
Delegação do organismo ecumênico agradeceu o papa pela mensagem dirigida à 11ª Assembleia do CMI, na qual destacou a visão de que uma missão comum como seguidores de Cristo é trazer reconciliação ao mundo e inspirar as igrejas a continuarem sua jornada juntas em uma peregrinação de Justiça, Reconciliação e Unidade.
“Juntos, vemos esse testemunho de Cristo também num claro compromisso com o mundo, como lidar com os refugiados de maneira digna, como superar a pobreza e a fome no mundo, como superar a destruição da natureza e dar passos firmes para a proteção do clima”, vocalizou Bedford-Strohm.
Integrante da delegação, o secretário-geral do CMI, pastor Dr. Jerry Pillay, expressou o apreço pela participação da Igreja Católica Romana no trabalho do organismo ecumênico internacional e a necessidade de dar continuidade às atividades conjuntas. Ele informou que o CMI está planejando a realização de uma mesa redonda que pretende reunir as igrejas da Ucrânia, também a Igreja Ortodoxa Russa. “A ideia é trazer todos juntos para uma conversa sobre o que significa, em termos de unidade cristã, lidar com o contexto da guerra”, explicou.
O papa e os representantes ecumênicos expressaram preocupação sobre a desunião das igrejas por causa de fatores outros, que não teológicos, eclesiológicos, como causas políticas e econômicas. “Reconhecemos que alguns desses aspectos certamente estão entrando nas igrejas e nos seus relacionamentos, afetando-as de maneira negativa”, lamentou Pillay.
“Afirmamos a centralidade de Cristo em nossas conversas e como podemos nos concentrar juntos no Evangelho, e como isso realmente nos ajuda em nossos relacionamentos no mundo”, frisou Pillay.
Em 2023, o Grupo de Trabalho Conjunto entre o CMI e a Igreja Católica Romana completa 58 anos. Também integrou a delegação em visita ao papa o executivo do programa do CMI para Relações Ecumênicas Fé e Ordem, professor Dr. Vsile-Octavian Mihoc.
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Igrejas precisam de um “ecumenismo de coração”, diz líder do CMI - Instituto Humanitas Unisinos - IHU