11 Janeiro 2023
Destruição do bioma em dezembro foi a pior dos últimos cinco anos. No mês, foram perdidos 218 km² de floresta, área equivalente à cidade de Recife, mostra INPE.
A reportagem é de Cristiane Prizibisczki, publicada por ((o))eco, 06-01-2023.
Números atualizados pelo Instituto de Pesquisas Espaciais (INPE) nesta sexta-feira (6) mostram que os últimos dias da gestão de Jair Bolsonaro foram marcados por mais um recorde no desmatamento na Amazônia: 218 km² de floresta foram perdidos no mês, pior marca desde 2017. A área com alertas é equivalente à capital de Pernambuco, Recife.
Segundo o Observatório do Clima, mesmo que os resultados tenham sido influenciados pela alta cobertura de nuvens, os dados apresentados pelo INPE são alarmantes e confirmam a corrida pelo desmatamento que ocorreu no fim do mandato.
“Os alertas de destruição da Amazônia bateram recordes históricos nos últimos meses, deixando para o governo Lula uma espécie de desmatamento contratado, que vai influenciar negativamente os números de 2023. O governo Bolsonaro acabou, mas sua herança ambiental nefasta continua”, disse o secretário executivo do Observatório do Clima, Marcio Astrini.
O Pará aparece novamente no topo do ranking entre os estados da Amazônia Legal, com 105 km² de alertas registrados. Pela primeira vez, Roraima apareceu em segundo lugar, com 46 km² desmatados, seguido pelo Amazonas (20 km²), Mato Grosso (17 km²), Acre (13 km³), Rondônia (12 km²) e Maranhão (6 km²). Amapá e Tocantins não registraram desmatamento.
No acumulado de agosto a dezembro, período do governo Bolsonaro que será computado na conta de Lula, a área sob alertas chega a 4.793 km², número que representa um aumento de 54% em relação aos mesmos meses de 2021 e é recorde para o período na série histórica do INPE.
Leia mais
- Lula retoma plano de controle ao desmatamento na Amazônia e expande iniciativa para todo Brasil
- Marina terá a missão de ser ela mesma, e ser outra
- Revogaço de Lula na área ambiental é “reconstrução do zero”, diz especialista
- Qual o espaço da crise climática e do meio ambiente nas eleições?
- Quais as revogações prioritárias que Lula deveria fazer pelo meio ambiente?
- Não há verba para combate ao desmatamento, denuncia equipe de Lula
- Transição de Lula aposta na bioeconomia para desenvolver Amazônia com “desmatamento zero”
- Sem Bolsonaro e respeitando acordos, desmatamento pode cair 89% e emissões de carbono, 73%
- Expectativas são positivas, mas desmatamento não deve cair no Brasil até 2024, diz Nilto Tatto na COP27
- Amazônia: desmatamento em 2022 já é 8 vezes maior que a cidade do Rio, pior marca registrada
- “Revogaço” ambiental de Lula será primeiro passo para salvar a Amazônia, dizem especialistas
- Quais as revogações prioritárias que Lula deveria fazer pelo meio ambiente?
- Para ajudar Lula a fazer o certo, lute como floresta. Artigo de Eliane Brum
- Como Lula pode colocar o Brasil no rumo da sustentabilidade?
- Bolsonaro cria Fundo de multas ambientais com potencial bilionário para que Salles gerencie sob critérios próprios
- Todas as 800 multas ambientais aplicadas no Brasil desde outubro não foram cobradas
- Deputados somam mais de R$ 1 milhão em multas ambientais do Ibama
- Salles editou mais de 120 atos de risco à política ambiental, indica estudo
- Após quase três anos parado por sabotagem de Salles, Fundo Amazônia é reativado
- O pior presidente para o meio ambiente em 30 anos
- Economia Ecológica e o Meio Ambiente
- 5 atos do desmonte do Fundo Nacional de Meio Ambiente – FNMA
- Destruição do meio ambiente e retrocesso socioambiental de 30 anos sob Bolsonaro
FECHAR
Comunicar erro.
Comunique à redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:
Mais um recorde no desmatamento da Amazônia marca últimos dias do governo Bolsonaro - Instituto Humanitas Unisinos - IHU