22 Novembro 2022
Marca atingida em outubro é 0,5% menor do que o recorde para o período, registrado em 2021.
A reportagem é de Murilo Pajolla, publicada por Brasil de Fato, 21-11-2022.
Dados do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) apontam que a Floresta Amazônica perdeu 10 mil km² de floresta entre janeiro e outubro de 2022, o equivalente a seis vezes a cidade de São Paulo.
É a segunda pior marca já registrada pelo Imazon em 15 anos, apenas 0,5% menor do que o acumulado no mesmo período de 2021, quando o recorde histórico foi batido. O monitoramento é feito pela entidade ambiental desde 2008, por meio de imagens de satélite.
O estado campeão da destruição foi o Pará, que desmatou 351 km² em outubro, pouco mais da metade do registrado em todo o bioma. O Imazon alerta que o desmatamento tem invadido áreas protegidas do estado, onde estão sete das 10 unidades de conservação e quatro das 10 terras indígenas mais desmatadas em outubro.
Quase metade do desmatamento registrado em Terras Indígenas (TIs) da Amazônia ocorreu na TI Apyterewa (PA), habitada por 800 indígenas Parakanã. O povo é vítima de grileiros e da expansão da pecuária ilegal.
Além disso, a derrubada se aproxima do norte paraense, onde fica o maior bloco de áreas protegidas do mundo. Entre elas está a Floresta Estadual (Flota) do Paru, que ficou em 5° lugar no ranking das unidades de conservação mais desmatadas na Amazônia.
A área local ganhou repercussão internacional após uma expedição apoiada pelo Imazon, em setembro, ter encontrado a maior árvore da Amazônia: um angelim-vermelho de 88,5 metros de altura e 9,9 metros de circunferência. A árvore, símbolo da Amazônia, está ameaçada pelo avanço do crime ambiental.
“É desesperador ver o desmatamento invadindo a Flota do Paru, unidade de conservação que o Imazon ajudou a criar e apoia a implementação há 16 anos, afirma Jakeline Pereira, pesquisadora do Imazon e conselheira da Flota do Paru.
"Estamos vendo a grilagem e o garimpo avançarem no território, colocando em risco o extrativismo de castanha-do-pará e o manejo florestal, práticas sustentáveis. Além da maior árvore da Amazônia, a Flota do Paru também tem diversas espécies endêmicas, como são chamadas aquelas que só existem em uma determinada região", diz Pereira.
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Desmatamento acumulado em 2022 é o segundo pior em 15 anos, aponta Imazon - Instituto Humanitas Unisinos - IHU