Se esperar pela Funai, a demarcação não sai, diz cacique do povo Nawa

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04 Novembro 2022

Diante da omissão do governo federal, os povos Nawa, no Maranhão, Kokama e Tikuna, em Tefé, no Amazonas, iniciaram a autodemarcação de suas terras ancestrais. O presidente Jair Bolsonaro foi o único, desde a democratização do Brasil, a não demarcar um hectare de terra indígena.

A reportagem é de Edelberto Behs, jornalista.

O Brasil tem 487 terras indígenas homologadas, mas outros 241 territórios aguardam a conclusão do processo de demarcação. A maior parte está concentrada na Amazônia Legal, com 332 áreas homologadas e 92 em processo de demarcação. 

“Nós fizemos a autodemarcação para proteger nossa terra. Tiveram algumas invasões aqui dentro, de madeireiros e caçadores, que estavam destruindo nossa mata e nossos animais. Por esse motivo nos reunimos, para não deixar os brancos invadirem nosso território. Se a gente for contar com a Funai, nunca vamos conseguir. A Funai que está aí hoje não demarca terra”, explicou o cacique Railson Nawa para a repórter Jullie Pereira, do portal InfoAmazonia.

Até 1999, os Nawa foram considerados um povo extinto. Em 2003, o seu território passou pelo processo de reconhecimento e delimitação. Hoje, essa comunidade é integrada por 96 famílias, com 522 pessoas habitando o mesmo espaço, relata a repórter. Além da demarcação, os Nawa também tratam de monitorar suas terras, protegendo-as com seus guardiões da floresta contra invasores.

O coordenador executivo da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), Dinamam Tuxá, alegou que comunidades indígenas “se veem obrigadas a iniciar a autodemarcação e criar um fato político para que o Estado brasileiro se mova, para que ele realmente cumpra com suas obrigações”. Mas nesse processo também há registro de mortes, ameaças, perseguições e prisões, lamentou.

Em setembro, Paulo Paulino Guajajara e Janildo Oliveira Guajajara, dois jovens guardiões da Terra Indígena Araribóia, no Maranhão, foram assassinados a tiros. Os crimes não foram esclarecidos ainda, mas suspeita-se que tenham sido praticados por madeireiros que há anos vivem em conflito com os indígenas em decorrência da exploração ilegal de madeira no território Guajajara.

Desde a democratização, os presidentes Fernando Collor de Mello demarcou 58 terras indígenas; Itamar Franco, 39; Fernando Henrique Cardoso, 108; Luiz Inácio Lula da Silva, 81; Dilma Rousseff, 26, e Michel Temer apenas 3.

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