Base de Bolsonaro barra pedido de urgência para projeto que torna pedofilia crime hediondo

Eduardo Bolsonaro e aliadas no parlatório da Câmara dos Deputados. Foto: Luis Macedo | Câmara dos Deputados

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21 Outubro 2022

 

De autoria de deputados da própria base do governo e já aprovado nas comissões, PL 1776/2015 foi barrado nesta quarta.

A informação é publicada por Brasil de Fato, 19-10-2022.

A base do governo de Jair Bolsonaro (PL) na Câmara dos Deputados evitou que um projeto de lei que torna casos de pedofilia em crimes hediondos tivesse sua votação antecipada nesta quarta-feira (19).

A proposta de inversão de pauta foi apresentada pela bancada do PT, para que o PL 1776/2015, de autoria dos deputados conservadores Paulo Freire Costa (PL-SP) e Clarissa Garotinho (UNIÃO-RJ), ganhasse prioridade na ordem de votações da Casa.

No total, foram 135 votos a favor antecipar a votação do projeto e 224 contrários. Partidos de oposição como PT, PSOL, PCdoB e Cidadania votaram em bloco a favor da proposta, que foi barrada pela ação governista.

O PL, partido de Bolsonaro, deu apenas cinco votos a favor da proposta entre seus 76 deputados. No PP, foram apenas dois votos e no Republicanos, nenhum. O próprio Paulo Freire Costa, um dos autores do texto, votou contra a inversão de pauta. 

O requerimento foi apresentado pela deputada Luizianne Lins (PT-CE), que justificou o pedido de urgência por conta da situação em que Bolsonaro afirmou que "pintou um clima", ao se referir a meninas venezuelanas. "Creio que a base do governo também condena a pedofilia, e por isso mesmo pedimos urgência na votação desse projeto. É absurdo que a gente feche os ouvidos e os olhos para aquele tipo de comportamento do presidente", afirmou.

"Se essa casa, e eu acredito que não seja hipocrisia, seja realidade, tem um projeto que inclusive é da base do governo, que passou por todos as comissões e foi aprovado, que todos nós concordamos com ele, não vai deixar de aprovar a urgência diante dessa situação triste, chocante."

O deputado Carlos Henrique Gaguim (União Brasil-GO) encaminhou o voto negativo da base do governo, justificando que haveria um acordo firmado pelo presidente da Câmara Artur Lira (PP-AL) nesse sentido com a oposição. No entanto, isso foi negado pela deputada Érika Kokay (PT-DF).

"Não coloquem palavras na nossa boca aqueles que tentam proteger as acusações gravíssimas que pesam sobre o presidente da República", afirmou a deputada. "Vamos deixar de proteger os pedófilos, vamos deixar de proteger. Esses que fizeram o projeto agora não querem apreciá-lo porque o presidente da República está sendo acusado de pedofilia. Então vamos enfrentar, nós somos contra a pedofilia e estamos aqui para defender o direito das crianças e adolescentes que estão sendo desrespeitados."

Nas redes sociais, parlamentares e lideranças de oposição manifestaram seu repúdio pela posição governista. Veja abaixo algumas reações:

 

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