04 Julho 2022
Um professor na Alemanha recentemente se revelou transgênero, e agora recebeu permissão para continuar dando aulas de ensino religioso.
A reportagem é de Angela Howard McParland, publicada por New Ways Ministry, 04-07-2022. A tradução é de Wagner Fernandes de Azevedo.
Theo Schenkel recebeu “uma autorização de docência sem prazo de validade” pela Arquidiocese de Friburgo e continuará dando aulas de ensino religioso e de língua francesa em uma escola, como noticiou o portal Archywordlys.
Schenkel participou da campanha #OutInChurch no início deste ano com outros 125 empregados da Igreja Católica que se revelaram queer e pediram por reformas nas leis trabalhistas que discriminavam funcionários LGBTQIA+. O homem de 27 anos também é parte de um documentário, “How God Created Us” (“Como Deus nos criou”, em tradução livre), que foi ao ar na televisão alemã como parte da campanha.
“Para mim, a religião significa verdade e força”, disse Schenkel ao jornal local Die Oberbadische, explicando sua decisão de estudar teologia. “A Igreja é certamente extensão do lar para mim. Muito da minha vida aconteceu aqui.”
Um porta-voz da arquidiocese reiterou a confiança nas habilidades e fé de Schenkel:
“Apesar ou precisamente por que desta situação pessoal, Schenkel demonstrou uma profunda identificação com a Igreja Católica e uma aproximação pessoal com a fé. A Arquidiocese de Friburgo está convencida que Schenkel é pessoalmente convincente, um autêntico professor de religião.”
A arquidiocese, no entanto, não se comprometeu a reformar as políticas discriminatórias contra empregados LGBTQIA+ da Igreja. Neste ponto, decisões continuam sendo feitas baseadas em cada caso, mesmo que a Conferência Episcopal da Alemanha apoie as reformas pró-LGBTQIA+, como tornar pecado a discriminação, reforma das leis trabalhistas para funcionários da Igreja, e bênção para casais homossexuais.
Para Schenkel, a participação no #OutInChurch e sua recente aprovação da arquidiocese trouxe um alívio e uma motivação. Schenkel é grato pela solidariedade com outros empregados queer da Igreja e com a autorização para que continuem lecionando:
“Antes, eu sempre tive cuidado e pensava sobre o que eu iria dizer e para quem. Eu admiro os outros participantes, alguns que tiveram que administrar como fazer isso durante toda sua vida profissional. Antes isso era um fardo que me colocava para baixo.”
O feedback do documentário televisivo inspirou ele e sua noiva Daniela Güntert a lançarem um podcast sobre suas jornadas compartilhadas. Eles também querem continuar trabalham por reformas em questões LGBTQIA+ na Igreja. Esses são sinais positivos, ele concordou, “mas o objetivo de reduzir a discriminação contra a população queer na Igreja Católica e em particular nas leis trabalhistas ainda não foi alcançado”.
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Alemanha. Arquidiocese de Friburgo autoriza homem trans a dar aulas de ensino religioso - Instituto Humanitas Unisinos - IHU