15 Junho 2022
O governo Bolsonaro mostra-se, mais uma vez, inimigo dos dados, mostra um artigo publicado na Folha assinado por especialistas em políticas públicas. O Cadastro Único é o sistema que organiza as famílias brasileiras que fazem parte de programas sociais. Sua construção, ao longo de mais de duas décadas, possibilitou um banco de dados robusto, confiável, que organiza as informações da população e permite entregar benefícios – como o Bolsa Família.
Os primeiros ataques começaram com a gestão do agora bolsonarista Osmar Terra, quando ministro do Desenvolvimento Social e Agrário de Michel Temer. Alinhado com a ideologia antiestado, ele decidiu passar um “pente fino” no sistema, gastando tempo e recursos contestando algo que funcionava bem.
A informação é publicada por Outra Saúde, 15-06-2022.
Estava ruim, com Bolsonaro piorou
O que o Cadastro Único necessitava era de uma versão mais atualizada, já programada antes das interferências. Veio, com o governo Bolsonaro, mas de maneira mal planejada. Com o programa que entrou no lugar do Bolsa Família, o Auxílio Brasil, abriram-se brechas para desorganizá-lo.
Após a pandemia, criou-se uma fila grande para a atualização dos dados, o que necessitou a construção de um dispositivo que permite às pessoas fazerem suas próprias alterações. Agora, membros de uma mesma família conseguem se inscrever como se fossem de núcleos separados, para garantir que o auxílio seja pago em dobro. Além de poder causar injustiças, a falha dificulta, ainda, que se saiba como vivem as famílias vulneráveis. Para arrumar a bagunça – quando houver um governo que entenda a importância disso – será necessária uma quantidade imensa de trabalho e dinheiro público.
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Interferências no Cadastro Único podem causar atraso de décadas - Instituto Humanitas Unisinos - IHU