21 Janeiro 2022
Na Alemanha, a Igreja Católica e o Papa estão em queda livre nas pesquisas devido ao escândalo sobre a gestão de padres pedófilos pelas hierarquias. A confiança da opinião pública alemã teria caído mais 3 pontos percentuais em 2021, em relação ao ano anterior, atingindo 12% daqueles que continuam a depositar “forte confiança” na Igreja. A confiança no Papa, por outro lado, aparece um pouco mais alta, em 26%, mas trata-se de uma porcentagem significativamente reduzida em comparação com os primeiros anos do reinado, quando as pesquisas lhe davam 60% de aprovação.
A reportagem é de Franca Giansoldati, publicada por Il Messaggero, 20-01-2021. A tradução é de Luisa Rabolini.
Vários fatores importantes podem ter sido responsáveis por esse declínio ainda maior, incluindo os resultados das recentes investigações em algumas das principais dioceses - de Munique a Colônia - que trouxeram à tona negligências na forma de enfrentar no passado os casos de abusos. A esse aspecto problemático soma-se também o descontentamento das pessoas pelas contínuas polêmicas pela ausência das reformas solicitadas: da benção aos casais homossexuais ao sacerdócio feminino, da abolição do celibato sacerdotal a uma maior transparência financeira.
A KNA, a agência dos bispos católicos, publicou os resultados da pesquisa realizada pelo Instituto Forsa de Berlim sobre a percepção dos alemães em relação às Igrejas (incluindo as protestantes). A pesquisa mostra que 33% confiam na Igreja Evangélica, enquanto o nível mais alto de confiança é colocado no Conselho Central dos Judeus, que é de 43%. Por outro lado, apenas 8% expressaram forte fé no Islã. O Instituto Forsa realizou a pesquisa no final de 2021, ouvindo uma amostra representativa de 4.038 pessoas.
Na prática, de um total de 36 instituições analisadas, no ranking final, apenas os gestores, o islã e as agências de publicidade têm um nível de confiança inferior ao da Igreja Católica. "Isso significa que não apenas muitas instituições políticas, mas também as igrejas estão perdendo sua força vinculante, que seria importante para a coesão social", disse o administrador da Forsa, Manfred Guellner, segundo o relatado pela KNA.
Que as coisas para a Igreja Católica não sejam positivas pode ser visto pelos números. Em 2017, a Igreja Católica tinha um índice de confiança de 28%. A confiança no Papa, por outro lado, tinha caído para 24% durante o mandato do Papa Bento XVI, embora depois tenha subido para 60% com o Papa Francisco durante os primeiros anos de seu reinado para depois voltar a cair para 26% nesta pesquisa.
As igrejas cristãs e o Papa geralmente desfrutam de maior confiança entre os partidários da União Democrática Cristã e da União Social Cristã do que de outros partidos.
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Papa Francisco e Igreja Católica em queda livre nas pesquisas na Alemanha - Instituto Humanitas Unisinos - IHU