10 Dezembro 2021
O cardeal Rainer Maria Woelki, atualmente em um período sabático por sua condução nos casos de abuso na Arquidiocese de Colônia, enfrenta ainda mais pressão depois do anúncio de que os contratos que ele firmou com advogados e consultores de comunicação serão investigados sob o Direito Canônico.
A reportagem é publicada por Catholic News Service, 08-12-2021. A tradução é de Wagner Fernandes de Azevedo.
A agência católica de notícias KNA relatou que dom Rolf Steinhäuser, responsável interino da arquidiocese, disse que haviam indicações que o conselho econômico e o cabido de cônegos não estiveram envolvidos na assinatura dos contratos, como é requerido pelo Direito Canônico. O cardeal Woelki e o monsenhor Markus Hoffmann, vigário-geral da arquidiocese, adjudicaram os contratos, reportou a KNA.
Depois de uma reunião com o conselho econômico e o cabido de cônegos, Steinhäuser imediatamente comissionou dois advogados canônicos para examinar a matéria e informou ao Vaticano, afirmou a arquidiocese em 07 de dezembro.
No início deste ano, depois das revelações sobre o relatório sobre a gestão dos abusos na arquidiocese, uma investigação vaticana disse que Woelki tem cometido “grandes erros”, especialmente no campo da comunicação, mas que não quis acobertar nenhum crime.
Woelki tirou um ano sabático de vários meses. Hofmann continua suas funções como chefe da administração arquidiocesana e pediu a Steinhäuser que lhe concedesse uma licença até que o assunto fosse esclarecido, informou a KNA.
O cardeal Marc Ouellet, chefe da Congregação para os Bispos do Vaticano, supostamente recusou o pedido e instruiu Steinhäuser a apresentar o caso em detalhes ao Vaticano.
No início de dezembro, a arquidiocese divulgou os custos dos contratos celebrados durante a investigação independente de abusos. Os números mostram que, entre 2019 e 2021, cerca de 2,8 milhões de euros (3,2 milhões de dólares) foram gastos de um fundo diocesano especial que os clérigos pagaram ao longo de décadas.
Hoffmann lamentou sobre “os altos custos da reavaliação”, dizendo: “este foi um processo doloroso e caro”. Ele acrescentou que com a investigação, a arquidiocese havia entrado em um novo território, tanto em termos legais quanto de mídia, e pagou caro por isso.
A arquidiocese disse que 757 mil euros foram pagos por um primeiro relatório do escritório de advocacia Westpfahl Spilker Wastl. Os advogados que analisaram possíveis infrações à lei de difamação no relatório receberam mais 600 mil euros. Um segundo relatório do escritório de advocacia Gercke Wollschläger custou 516 mil euros.
A arquidiocese gastou cerca de 820 mil euros em honorários para consultores de comunicação para ajudar o cardeal, que sofreu uma forte perda de confiança pública pela condução da situação. Em março, uma entrevista coletiva para apresentar o relatório Gercke custou quase 90 mil euros.
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Alemanha. Bispo de Colônia pede análise dos contratos feitos para relatórios sobre abusos - Instituto Humanitas Unisinos - IHU