"Neste contexto cultural, o modelo espiritual de inspiração cristã exige uma renovação da teologia que não pode mais ser apenas um 'discurso sobre Deus', mas deve prestar atenção primária às novas formas de existência e à vida vivida", escreve Antonio Greco, membro da redação do blog Manifesto4Ottobre de Brindisi, em artigo publicado por Manifesto4Ottobre, 14-01-2022. A tradução é de Luisa Rabolini.
Sandro Spinsanti, conhecido por seus estudos, pesquisas e ensino de bioética, na primavera de sua vida como estudioso formou-se e praticou teologia e psicologia. Além de centenas de editoriais, artigos e ensaios, publicou mais de 40 textos. Agora que "a parábola da vida declina inevitavelmente para a fase dos ‘anos testamentários’[1], ele retornou aos seus primeiros amores como pesquisador e nos presenteou neste início de janeiro de 2022 com um pequeno livro, "La spiritualità con l’abito di tutti i giorni" (A Espiritualidade com a roupa do dia a dia, em tradução livre) [2], síntese testamentária de sua pesquisa sobre espiritualidade, iniciada com o Concílio Vaticano II, que inicialmente desembocou na redação de alguns verbetes do Novo Dicionário de Espiritualidade [3], e agora na série "tudo é vida” da histórica e gloriosa Libreria Editrice Florentina.
La spiritualità con l'abito di tutti i giorni
São muitos os que hoje, por razões biográficas mas também histórico-culturais, cortam o cordão umbilical com as igrejas-útero e abandonam o berço da religião. Muitos continuam a viver sem horizontes, outros fazem um êxodo, atravessando um deserto que pode durar até quarenta anos, rumo a uma “espiritualidade” genérica, cada vez mais similar a uma lata de lixo onde se coloca qualquer coisa. Para aqueles que permanecem no deserto, depois de terem saído da prisão dourada da religião infantil, a "espiritualidade" está sujeita a desconfianças quando é alimentada "pelo cheiro rançoso de sacristia; ou pela associação com práticas exóticas - quando não esotéricas - com estilos de vida peregrinos: ou quando é relegada ao fim da vida, quando se acredita que chegou a hora de pensar na alma” (pág. 6).
O livro de Spinsanti coloca o desafio de tornar a espiritualidade saborosa, sem abrir mão de alturas e profundidades, derrubando os muros elevados que a cercam e despojando-a de roupas de "alta alfaiataria eclesiástica" para permitir que ela venha ao nosso encontro com a sua roupa do dia a dia.
À breve introdução, “Para a nossa introdução, suavemente”, se seguem as duas partes do livro:
I. A vida espiritual, pensada nas raízes, com quatro capítulos:
1. Na história, com o olhar dirigido para a utopia;
2. Em rota de colisão com o mundo;
3. O artista, um carismático espiritual?;
4. Viver e se modelar.
II. Modelos de espiritualidade vivida, com apresentação de sete modelos:
1. Charles de Foucauld (A aspiração de viver como "irmão universal") - monge católico sem convento;
2. Madeleine Delbrel (Santidade para as pessoas de rua) - leiga católica;
3. Martin Luther King (Um crente com um sonho) -;
4. Teilhard de Chardin (Uma paixão pelo "fenômeno humano");
5. Dietrich Bonhoeffer (Espiritualidade para um mundo adulto);
6. Cecily Saunders (Companheira de viagem para o último limiar);
7. Dom Lorenzo Milani (Entre as realidades última e penúltima).
As duas partes estão profundamente conectadas. O caminho de reflexão da primeira parte é funcional para proteger os sete perfis da segunda parte de serem reduzidos a simples informações biográficas ou, pior, a fragmentos anedóticos. Tanto a reflexão teórica da primeira parte como os sete retratos da segunda parte gravitam em torno daquela espiritualidade que se inspira nos valores cristãos.
A escolha dos modelos de espiritualidade vivida recaiu sobre cinco homens e duas mulheres. Não são modelos exclusivos ou exaustivos. O número sete indica apenas a pluralidade de modelos daquela vida espiritual, cujo protagonista é o Espírito que sopra onde quer. O objetivo de Spinsanti é de indicar, resumido no subtítulo, em cada um dos sete modelos, aquela "criatividade, (que é) um dos sinais da juventude daquela mensagem que tomou forma de uma vida única e exemplar, na Palestina dois mil anos atrás, e nunca deixa de modelar vidas diferentes".
Deixamos descobrir aos leitores, que provavelmente já conhecem muitos dos nomes dos sete modelos escolhidos e que estimam o gênero literário da “biografia”, sobre qual aspecto dos percursos biográficos recaiu a atenção de Spinsanti para uma espiritualidade tornada vida vivida.
A atenção destas breves notas de revisão é direcionada para a primeira parte do texto. Estamos interessados em entender como e por que o autor justifica a proposta de "modelos espirituais", também para o homem de hoje. Os terrenos de cultura que Spinsanti indica são quatro conceitos que servem como terreno de cultura da espiritualidade com a roupa do dia a dia.
Como sair do "aperto" da civilização tecnológica? Com o pensamento simbólico, Spinsanti responde. A utopia, mas também a religião, os mitos, a poesia e o pensamento criativo são filhos da imaginação simbólica. Nos últimos dez séculos, no Ocidente, houve uma verdadeira iconoclastia em relação ao conhecimento simbólico. A utopia, cujo berço pode ser considerado a espiritualidade e o pensamento simbólico, tornou-se ideologizada, se estranhou da problemática religiosa e se distanciou da espiritualidade.
Nosso tempo começa a tomar consciência da importância do significado antropológico do símbolo: “A ciência não é o único meio para salvar a história. Utopia ou morte, poderíamos dizer enfaticamente. Após as desilusões cientificistas, olhamos com maior expectativa para a imagem para lhe perguntar aquele suplemento de alma que nos defende dos riscos de uma civilização faustiana que tende a se tornar planetária. As imagens não excluem os conceitos: juntos constituem a barreira vital que a humanidade ergue contra os impulsos destrutivos e contra o nada do tempo. A utopia veicula, junto com a ciência, a esperança da espécie humana” (pág. 10).
Mas “tanto o homem religioso quanto o filho da utopia rejeitam o mundo presente com sua falsa evidência de realidade última e imutável. Quando religião e utopia são autênticas, a partir desse olhar uma força negativa se desenvolve no caráter absoluto “deste mundo”. A cláusula de autenticidade é importante, salienta Spinsanti (…) A eventualidade de um resultado de alienação, infelizmente incontestável, porém, pertence às formas patológicas tanto da religião como da utopia, não à sua natureza essencial” (pág. 12).
Elementos utópicos não estão presentes apenas na mensagem cristã como um todo. “Algum aspecto da múltipla incidência desta dimensão utópica emerge também na vida espiritual. Ela garante, antes de tudo, uma perspectiva dinâmica à pessoa e possibilita um processo de desenvolvimento para a plena maturidade. O papel da utopia religiosa não é propor modelos ideais para imitação literal. A utopia, seja qual for a modalidade concreta em que atua sobre o indivíduo – por meio de imagens, imperativos morais ou vivências cultuais – garante mais um horizonte, concretizado pelo símbolo, que amplia as dimensões do possível” (pág. 18).
O martírio de religiosos fanáticos que ganhou as manchetes no início deste século, sem dúvida, gera constrangimento também para a espiritualidade cristã. “E, no entanto, na consideração da espiritualidade nutrida pelo cristianismo, o martírio sempre desfrutou de alta consideração”. Melhor, porém, é a noção de "testemunho", mais fundamental e original, que inclui a de martírio, "modalidade contingente dele, destinado a desaparecer onde a tolerância civil, o princípio da liberdade de consciência e os valores do pluralismo prevalecem" (pág. 22).
A referência ao martírio, como chamamento à "seriedade" da fé cristã, também é oportuna hoje. Não deve ser entendido como uma proposta de modelo heroico, pois a época em que vivemos não é uma temporada de heróis, se considerarmos heroico aquilo que depende de habilidades excepcionais e esforço extraordinário. Por tal perspectiva não entenderíamos muito da típica espiritualidade cristã.
“A vida do santo não é uma façanha da grandeza humana, mas uma façanha do Deus da aliança. Não serve para celebrar a grandeza do homem, mas para anunciar a fidelidade de Deus. O pior uso apologético que se pode fazer do heroísmo dos santos, como autocelebração da comunidade confessional, morre na raiz quando consideramos que a igreja é tão pouco senhora dos santos quanto da palavra de Deus” (pág. 26).
“O martírio é o anúncio da fidelidade de Deus, feito diante e contra um mundo em que a injustiça triunfante se tornou endêmica e institucionalizada. Manter o martírio diante dos olhos significa para a pessoa espiritual de hoje assumir a atitude correta em relação ao mundo: nem entrega complacente, nem provocação autocomprazida. A atitude dos mártires de todos os tempos, justamente, que souberam encontrar na promessa luz suficiente para caminhar em direção ao Senhor que vem carregando a tribulação, sem jamais extinguir o canto” (pág. 32).
A chave para expor esse ponto é oferecida a Spinsanti com uma palavra bastante em uso: “carisma”. Na linguagem comum, o atribuímos a pessoas excepcionais. Mas este não é o significado que a palavra recebeu entre os primeiros cristãos. A primeira comunidade eclesial de Corinto é descrita por Paulo como um mosaico muito variegado de carismas, de dons diversos. E a comunidade precisa da contribuição particular de cada um para sobreviver. Com essa premissa, Spinsanti pergunta: a arte pode ser considerada um carisma? A comunidade que se forma com base na fé em Cristo precisa de artistas? A resposta, articulada e orgânica, é sim. Porque uma verdadeira e grande obra de arte consiste em dizer o que a ideologia esconde, segundo uma fórmula lapidar de Adorno. E o que tudo isso tem a ver com o Cristo histórico?
“Depois de Cristo, toda arte se tornou essencialmente profana. O lugar do encontro com Deus não é o templo, mas a "vala imunda da história" em que o homem Jesus sofre a violência dos homens. Em sua história se revela a hipocrisia de sistemas e das hierarquias de valores opressores. A ordem do mundo mostra-se antitética à ordem de Deus; o sofrimento do mundo, chocando-se com a loucura da Cruz (cf 1Cor 1,17-3,4) é desmascarada. A obra de arte nos ajuda a ler o significado mais profundo da realidade” (pág. 39). “Não é necessário ser artista profissional para exercer essa criatividade espiritual. Entre as formas de arte menos cenográficas e mais cotidianas, disponíveis também para quem não recebeu no nascimento dons particulares, está a narrativa. Cada um pode dar à própria sua vida a forma de uma narrativa completa” (pág. 42).
Sem querer enfatizar as conversões de fim de vida, Spinsanti cita como exemplo, para resgatar sua própria história e conferir-lhe, criativamente, a forma desejada, a prática de acompanhar os doentes proposta em alguns ambientes de atenção à saúde sensíveis à espiritualidade. A referência é para a "terapia da dignidade" proposta pelo psiquiatra Harvey Chochinov[4], com a qual o paciente tem a oportunidade de "narrar" sua vida e contar o que deseja destacar dela e deixar em forma de documento.
“Mesmo sem o clamor dos obituários, cada vida pode assumir a forma de uma minúscula obra de arte, em cujas dobras se esconde a espiritualidade em seus aspectos multiformes” (pág. 44).
A atenção aos modelos de vida surge cada vez mais nesta época de transição cultural, tempo que baniu as construções ideológicas fechadas e abrangentes e em que tateamos. Porque os ideais éticos e de vida, comunicados por tentativas apenas descritivas, estão quase sempre sujeitos a distorções. Eles são transmitidos apenas por uma apropriada conduta de vida. Uma doutrina ética ou espiritual é um apelo à compreensão; uma vida exemplar é um apelo natural à imitação.
“A imitação, bem entendida, tem seu lugar e função na vida moral. Muitas vezes tem sido difamada como decisão inferior, indigna de um homem moralmente adulto”. Mas foi reavaliada por Max Scheler e Henri Bergson.
Segundo Spinsanti, os modelos apresentam uma certa composição de valores que, embora recente, nunca se identifica com a nossa. Podem servir de inspiração, como sinais indicativos do caminho, mas não devem substituir o esforço moral criativo exigido de cada um.
Uma maior articulação do discurso permite a Spinsanti especificar em que sentido a cultura atual autoriza a referência a modelos espirituais. Com esta última anotação, ele diferencia a busca do modelo espiritual do modelo heroico. Quando um conjunto de valores se torna tão cheio de vitalidade que as pessoas querem viver e morrer por ele, nascem figuras heroicas. E não existe isso para o nosso tempo. É a vida comum, em toda a sua consistência mundana, o rei e herói de hoje. Portanto, um modelo espiritual, assim como a crítica do conhecimento e as exigências da ética exigem, não quer ser uma versão atualizada do herói.
Neste contexto cultural, o modelo espiritual de inspiração cristã exige uma renovação da teologia que não pode mais ser apenas um "discurso sobre Deus", mas deve prestar atenção primária às novas formas de existência e à vida vivida.
Hoje, “falar verdadeira e fielmente de Deus é falar através de modelos, imagens, analogias: não temos outra escolha” (pág. 57). Por isso, a teologia não pode prescindir do material biográfico.
A teologia é fundamentada pela biografia.
Uma teologia (completamente a ser renovada!) fecundada pela obra da vivência concreta difere do procedimento pelo qual o magistério propõe santos canonizados como exemplos concretos de vida cristã.
1. Nenhum dos sete modelos espirituais propostos por Spinsanti é um “santo de nicho”, segundo o procedimento de autoridade do magistério, nem um “doutor em teologia”. O autor escolheu uma terceira via: propõe tornar sensível ao olhar interior a síntese vital da mensagem cristã realizada por alguns crentes do nosso tempo. Essa nova perspectiva parece ser integradora das outras duas. Na área católica, por outro lado, também por razões ecumênicas, ocorre uma forte contestação e/ou relativização da “fábrica de santos”, burocraticamente realizada pelo magistério e com a qual a hierarquia eclesiástica católica engloba quase sempre na instituição a novidade do Espírito. É evidente que uma "espiritualidade com a roupa do dia a dia", ainda que com excelentes intenções inovadoras, não terá igual presença no mundo católico e não terá sucesso diante de uma espiritualidade clerical, devocional e estática se não for contestado à hierarquia o poder de escolher por si mesma os modelos a propor a todo o povo.
2. O processo de reflexão preliminar e os sete modelos do texto conotam uma espiritualidade que se nutre de valores cristãos. E isso é escrito por Spinsanti, corretamente, de forma explícita, sem fundamentalismos de qualquer espécie, e com uma visão aberta e dialogante do cristianismo. No entanto, notamos que os cinco modelos masculinos propostos são todos “religiosos”. Somente as duas mulheres podemos definir "leigas". "Leigo" não no sentido subtrativo comum ("leigo" seria alguém que ‘não’: que não é crente ou não é padre...), mas no sentido positivo ("leigo" como alguém que segura o leme da crítica, da dúvida, do diálogo, da escuta, da curiosidade intelectual, do respeito pelas consciências...). É possível que a "roupa do dia a dia" não tenha um modelo de vida cristã, em nosso tempo, que expresse a novidade do espírito na labuta "leiga" da vida do dia a dia? O questionamento torna-se mais amplo quando se amplia o olhar para não cristãos, para os não crentes e os ateus. Não existem modelos de vida espiritual que permitem o florescimento da pessoa humana sem fazer referência aos valores cristãos?
3. Spinsanti está certo quando teoriza a necessidade do "pensamento simbólico" para o homem moderno. E apresenta a hipótese de uma nova juventude para a religião e a utopia, ambas filhas da imaginação simbólica. E isso também deveria se aplicar à espiritualidade. Mas não parece o caso. O problema é que a Sociedade muda e produz fenômenos cada vez mais estranhos, que não sabemos aonde nos levarão: a "mudança climática", a "economia manipulada" pelos interesses de poucos, a política a serviço do egoísmo de poucos, a violência e o ódio, o "poder sedutor" dos influenciadores (longe de modelos!) e dos novos meios de comunicação. Em vez disso, o mito e a religião são sempre os mesmos, engessados, aqueles de um passado muito distante. Ora, o mito é positivo se for novo, se não permanecer o mesmo da cultura pré-científica. O pensamento imaginário de outros tempos já não é suficiente para um universo tornado maior e mais rico em mistério pela nova cosmologia, pela mecânica quântica, pelas novas fronteiras da biologia. Aliás, só pode ser prejudicial.
4. Podemos indicar a década de 1970-80 como a época da "súbita demanda por espiritualidade" e a época do relançamento de uma nova fronteira para a espiritualidade de inspiração cristã: naquela década foram publicados pela Queriniana o Léxico da espiritualidade de Vladimir Truhlar [5] e pelas Ed. Paoline o Novo Dicionário de Espiritualidade [6], em que alguns dos verbetes sobre espiritualidade foram assinados por Sandro Spinsanti. Os dois textos respondiam a uma forte demanda de espiritualidade suscitada no mundo pelas muitas expectativas de mudança também abertas pelo Concílio Vaticano II.
Em 2019 Gabrielli editore publicou AA.VV., Una spiritualità oltre il mito [7], na esteira das pesquisas da teologia pós-teísta. Segundo os autores, a atual e profunda busca pela espiritualidade encontra uma resposta mais convincente nas novas ciências - cosmologia, mecânica quântica, ciências da mente - do que nas religiões tradicionais; mais na grandiosa epopeia do cosmos como a "história da matéria que desperta" do que no relato da salvação próprio da tradição cristã. Pesquisa que fascina. Em cinquenta anos, o destino da espiritualidade inspirada nos valores cristãos está realmente mudando a ponto de virar de cabeça para baixo?
5. Entre os modelos de espiritualidade com a roupa do dia a dia propostos por Spinsanti está o de Cecily Saunders. Na perspectiva das Humanidades Médicas (aquele conjunto de saberes segundo o qual a medicina, para curar ‘humanamente’, deve recorrer tanto ao que nos vem das ciências exatas, como dos conhecimentos que resultam da psicologia, sociologia, direito, ética, teologia), de que Spinsanti foi e é insigne mestre, este seu livro adquire mais importância e valor. Responde particularmente à necessidade de muitos, cristãos e não cristãos, que mais cedo ou mais tarde terão de lidar com a doença e a sua cura. Não parece redutivo. De fato, o livro, peça no mosaico de múltiplos saberes, adquire ainda o valor do testemunho de vida do próprio autor.
Aos leitores desse livro, que esperamos numerosos, antecipamos o verbete dos sete modelos: "Não queremos ser examinados ou copiados: queremos ser antes um estímulo para uma nova criatividade na vida espiritual".
[1] Disponível aqui.
[2] S. Spinsanti, La spiritualità con l’abito di tutti i giorni, Libreria Editrice Fiorentina, Firenze, 2022, pp. 127, €12,00.
[3] Nuovo Dizionario di Spiritualità, ed. Paoline, Roma, 1979, pp. xxxi; 1772.
[4] Harvey Chochinov, Terapia della dignità. Parole per il tempo che rimane, tr.it. Il Pensiero Scientifico, Roma 2015.
[5] Vladimir Truhlar, Lessico di spiritualità, Editrice Queriniana, Brescia, 1973, pp. 757.
[6] Op. cit.
[7] AA.VV., Una spiritualità oltre il mito, Dal frutto proibito alla rivoluzione della conoscenza., Gabrielli Editore, Verona, 2019, pp.231.