O cardeal Grech enviado pelo Papa à Conferência Episcopal Italiana – CEI – para acalmar o grupo que critica o ‘Sínodo dos Sínodos’: “Vamos encontrar soluções compartilhadas”

Foto: Paul Haring | Catholic News Service

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25 Novembro 2021

 

Para amansar o grupo dos bispos italianos que criticam a forma de encaminhar o "Sínodo dos Sínodos" lançado no mês passado pelo Papa em todo o mundo, com consultas populares sobre todos os temas, nenhum excluído: dos gays ao celibato sacerdotal, ao papel das mulheres, Bergoglio teve que enviar o cardeal Mario Grech, o coordenador da gigantesca máquina organizacional, para o hotel Ergife.

As contestações, aliás, desde o início não faltaram e por isso Grech, esta manhã na assembleia da CEI, foi com o ramo de oliveira na mão, dizendo que nunca teve a "pretensão de impor pontos de vista que derivariam de uma função ou de um nível de vida superiores: a intenção é buscar soluções compartilhadas, para a plena realização desse Sínodo para uma Igreja Sinodal”.

 

A reportagem é de Franca Giansoldati, publicada por Il Messaggero, 24-11-2021. A tradução é de Luisa Rabolini.

 

Um conceito, aquele de Sínodo para uma Igreja sinodal, um tanto abstruso que, aproximadamente, equivale a trazer dentro das comunidades e das estruturas uma gestão menos verticalista do que a atual e até mais democrática, embora a democracia não seja propriamente um conceito adequado para a Igreja. Basicamente o que o Papa Francisco gostaria é de iniciar progressivamente reformas baseadas no sentimento comum dos fiéis, em um caminho conjunto com os vértices.

“Alguns acusaram a Secretaria Geral do Sínodo de querer exagerar. Na realidade, nada fizemos senão traduzir em um processo articulado e consequente o que foi estabelecido” em diversos documentos, explicou Grech. Pela primeira vez, não são apenas todos os Bispos que participam no processo de consulta, mas todos os batizados, homens e mulheres.

Grech admite que se trata de uma decisão de enorme envergadura, cujas consequências ninguém será capaz de prever ("ainda não temos condições de medir os resultados e consequências"). Na verdade, não são poucos os que temem o risco de um caminho que, como na Alemanha, possa perturbar os equilíbrios e introduzir elementos desestabilizadores. Na Alemanha as comunidades estão divididas, há fortes tensões entre aqueles que querem abrir ao sacerdócio feminino, aqueles que querem abolir o celibato, aqueles que querem introduzem a bênção para os casais homossexuais, a transparência total nas finanças, a intercomunhão com os luteranos. Em suma, uma imagem nada tranquila.

Grech explicou aos bispos italianos: “Como puderam ver no Documento Preparatório, eliminamos o termo ‘questionário’, para evitar qualquer mal-entendido sobre a consulta, que não pode e nunca poderá ser uma sondagem de opinião. Não só isso: também optamos por não multiplicar as perguntas, mas concentrar tudo em uma única pergunta fundamental: Uma Igreja sinodal, anunciando o Evangelho, ‘caminha junto’; como este ‘caminhar juntos’ se realiza em sua Igreja particular?". Será que ele conseguiu convencer a todos?

 

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