Na próxima semana, precisamente nos dias 05 e 06 de outubro, inicia-se o 2º Ciclo de Estudos "A (in)existência de um mundo comum. Pensamento vivo e mudanças possíveis à luz de Bruno Latour". O principal objetivo deste evento é analisar, a partir do pensamento de Bruno Latour, as causas e consequências relacionadas às mutações e ao novo regime climático, concatenadas principalmente com a desregulação, a globalização, o negacionismo, a explosão das desigualdades, a privação da terra, dentre outros, vislumbrando ou não possibilidades de um mundo comum.
A "grande transformação" experimentada enquanto transição epocal e forjada na lógica do antropoceno, revela um novo regime climático que ameaça seriamente a existência humana. A resposta das elites econômicas e políticas, longe de estarem à altura desta complexidade, parecem se basear muito mais em estratégias para assegurar seus privilégios. Estratégias baseadas no negacionismo e resultando em intensificação das desigualdades, crises migratórias sem fim e intensificação do populismo. Bruno Latour é inegavelmente um pensador que compreendeu e problematiza esta realidade, bem como apresenta algumas propostas. É dentro deste escopo que os ciclos de estudos buscam discutir as obras do referido autor e pensar a realidade a partir delas.
A primeira edição do ciclo ocorreu no primeiro semestre deste ano e contou com a participação das professoras Alyne Costa da PUC Rio e UFRJ, Tatiana Roque da UFRJ, a professora Letícia Cesarino da UFSC, e os professores Marcos Matos da UFAC e Rodrigo Petronio da FAAP. Todas as palestras estão gravadas e podem ser acessadas aqui, assim como a programação completa do evento.
A abertura do segundo ciclo contará com a presença do Prof. Dr. André Lemos da UFBA, o qual debaterá sobre o livro “Investigação sobre os modos de existência: Uma antropologia dos modernos”, no dia 05 de outubro às 17h30min; e com os professores Marcos Matos da UFAC e Alyne Costa da PUC Rio e UFRJ, que irão comentar sobre o mais recente livro do Bruno Latour, “Onde estou? Lições do confinamento para uso dos terrestres" (Où suis-je? Leçons du confinement à l’usage des terrestres), na quarta-feira, dia 06 de outubro às 19h30min.
O 2º Ciclo de Estudos "A (in)existência de um mundo comum. Pensamento vivo e mudanças possíveis à luz de Bruno Latour ocorrerá entre os meses de outubro e novembro. Será fornecido certificado a todos(as) que fizerem a inscrição e no dia do evento assinarem a presença, por meio do formulário (forms) disponibilizado no chat durante o evento.
O evento é aberto ao público para assistir no YouTube e Facebook. Não é necessária inscrição para acompanhar a transmissão.
Acesse a programação completa aqui.
André Lemos é Professor Titular do Departamento de Comunicação e do Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Cultura Contemporâneas da Faculdade de Comunicação da UFBA. É engenheiro mecânico formado pela UFBA (1984), Mestre em Política de Ciência e Tecnologia pela COPPE/UFRJ (1991) e Doutor em Sociologia pela Université René Descartes, Paris V, Sorbonne (1995, bolsa do CNPQ). Foi Visiting Scholar nas Universidades McGill e Aberta, ambas no Canadá (2007-2008, bolsa de pós-doutorado pelo CNPq) e no Programmable City Lab na National University of Irlanda, Maynooth (Bolsa estágio Sênior, CAPES, 2015-2016).
Alyne de Castro Costa é graduada em Comunicação Social, habilitação em Relações Públicas, pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ, mestra e doutora em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro - PUC-Rio. Suas pesquisas se concentram na área de Filosofia e a questão ambiental, com ênfase no Antropoceno e na catástrofe ecológica global, considerando também as repercussões do tema na antropologia e na política. Foi bolsista do Programa de Doutorado-sanduíche no Exterior na Universidade Paris Nanterre. Atualmente é pós-doutoranda do Colégio Brasileiro de Altos Estudos (UFRJ), com pesquisa sobre mudanças climáticas e seu enfrentamento no Brasil.
Marcos Matos possui graduação em filosofia pela Universidade Federal de Minas Gerais (2003), mestrado em Filosofia pela Universidade Federal de Minas Gerais (2006) e doutorado em Antropologia Social pela Universidade Federal de Santa Catarina (2018). Atualmente é professor adjunto da Universidade Federal do Acre.
Tem experiência na área de Antropologia, com ênfase em Etnologia Indígena, atuando principalmente nos seguintes temas: teoria antropológica, etnologia e história na Amazônia Ocidental, organização e parentesco.