Reino Unido. Enquanto paróquias abandonam o rito antigo, católicos migram para grupos de Missa em latim

Foto: Flickr CC/Joseph Shaw

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23 Julho 2021

 

A Latin Mass Society of England and Wales (Sociedade de Missa Latina da Inglaterra e País de Gales, em tradução livre) viu um impressionante aumento de novos membros no último final de semana, quando algumas paróquias da Inglaterra e País de Gales celebraram suas últimas Missas na Forma Extraordinária, após a decisão do Papa Francisco de endurecer as regras sobre quando essas poderiam ser celebradas.

A reportagem é de Liz Dodd e Sebastian Milbank, publicada por The Tablet, 19-07-2021. A tradução é de Wagner Fernandes de Azevedo.

Muitas das comunidades que celebram a Missa na Forma Extraordinária no Reino Unido confirmaram que continuarão a fazê-lo, tendo recebido permissão de seu bispo diocesano. Estas incluem os Oratórios de Oxford e Birmingham, que disseram que o arcebispo de Birmingham, Bernard Longley, pediu-lhes que continuassem a garantir o acesso a ambas as formas de missa.

O arcebispo de Southwark, John Wilson, e o bispo de Arundel e Brighton, Richard Moth, também já concederam permissão para celebrar o Rito Antigo nas igrejas em suas dioceses.

Mas as paróquias da diocese de Westminster em Londres ainda estavam aguardando uma decisão no momento de ir para a impressão. Um porta-voz disse que o arcebispo de Westminster, o cardeal Vincent Nichols, está considerando cuidadosamente as implicações do motu proprio do Papa e dará instruções em breve. Nesse ínterim, aqueles que buscaram permissão foram orientados a manter sua prática atual para esta semana.

O bispo de Clifton, Declan Lang, foi um dos primeiros a rescindir a permissão para uma comunidade em sua diocese e enviou uma instrução escrita a uma igreja tradicionalista em Glastonbury pedindo-lhes que parassem de celebrar missa no Rito Antigo.

O padre Bede Rowe, da Comunidade de Nossa Senhora de Glastonbury, disse em uma mensagem: “Nossa comunidade continua a oferecer nossas orações pelas paróquias que foram confiadas aos nossos cuidados”.

Enquanto isso, a Latin Mass Society está saudando mais de 80 novos membros, alguns que estão voltando para a sociedade. Este é aproximadamente o número de novos membros que espera receber em um período de seis meses.

Em uma declaração no fim de semana, a Sociedade disse sobre a decisão papal: “O julgamento geral negativo da Forma Extraordinária e das comunidades que a frequentam parece totalmente injustificado, e desafiaríamos qualquer apologista deste documento a produzir evidências reais de que este rito minou a unidade da Igreja, comparando, por exemplo, com a celebração dos Ritos Orientais no Ocidente, as celebrações litúrgicas especiais do Neocatecumenato, ou a grande variedade de estilos litúrgicos encontrados no contexto da Forma Ordinária do Rito Romano”.

Joseph Shaw, presidente da Latin Mass Society, chamou as novas regras de “grave decepção” e advertiu que, se fossem implementadas de forma estrita, “levariam muitos católicos fiéis, que desejam nada mais do que assistir à antiga missa em comunhão com os seus bispos e com o Santo Padre, para assistir às celebrações que estão fora das estruturas da Igreja, sobretudo as da Fraternidade São Pio X”.

Alguns católicos saudaram a mudança. O biógrafo e jornalista papal Austen Ivereigh disse que a decisão do Papa marcou: “Um dia histórico. Uma jogada ousada. Um ato profético”.

Bento XVI disse aos bispos na época que o motu proprio Summorum Pontificum, de 2007, seria revisado se criasse problemas. Francisco consultou os bispos do mundo e disseram que sim, criava problemas. O que pretendia promover a unidade foi usado para semear divisão e oposição ao Vaticano II”.

Escrevendo um dia depois, em resposta à intensa raiva e crítica de muitos católicos tradicionalistas, ele foi além, sugerindo que “exortar a desobediência a Pedro, que está agindo como o Senhor o orientou, alegar que não tem autoridade ou é do diabo... isto é cisma, como o define o Catecismo. Deus nos fez livres: para nos submetermos ou não. Nós sempre temos uma escolha”.

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