12 Mai 2021
"Antiquum ministerium", esse é o novo Motu proprio publicado pelo Papa Francisco nesta terça-feira, 11 de maio. Nele, o Santo Padre institui o ministério de catequista, que tem seu fundamento na primeira comunidade cristã, onde já era reconhecido, e que é colocado como uma necessidade urgente para a evangelização no mundo contemporâneo, que deve evitar cair na clericalização.
A reportagem é de Luis Miguel Modino.
A ministerialidade é algo conhecido na vida da Igreja desde seus primórdios, algo recolhido sobretudo nas cartas paulinas, mas também em outros escritos do Novo Testamento, mostrando “a presença concreta de batizados que exerceram o ministério de transmitir, de forma mais orgânica, permanente e associada com as várias circunstâncias da vida, o ensinamento dos apóstolos e dos evangelistas”, segundo afirma o Papa Francisco no seu novo Motu proprio.
A instrução catequética é definida como “um válido sustentáculo para a existência pessoal de cada ser humano”, destacando que muitos homens e mulheres vem “realizando uma missão insubstituível na transmissão e aprofundamento da fé”.
O Papa Francisco recolhe a importância da catequese nas reflexões do Concílio Vaticano II, assim como no Magistério Pontifício do pós-Concílio. Ele destaca o papel dos leigos e leigas, afirmando que sua “presença torna-se ainda mais urgente nos nossos dias, devido à renovada consciência da evangelização no mundo contemporâneo”, afirmando a necessidade de “metodologias e instrumentos criativos”, e ao mesmo tempo, insistindo em que “fidelidade ao passado e responsabilidade pelo presente são as condições indispensáveis para que a Igreja possa desempenhar a sua missão no mundo”.
Quem chama a assumir o ministério é o Espírito, algo que faz parte da vida de todo batizado, destacando a importância dos leigos nesse “serviço pastoral da transmissão da fé”, que se faz presente ao longo de toda a vida dos batizados. O Papa Francisco afirma que “o Catequista é simultaneamente testemunha da fé, mestre e mistagogo, acompanhante e pedagogo que instrui em nome da Igreja”.
Nesse ponto insiste em que “receber um ministério laical como o de Catequista imprime uma acentuação maior ao empenho missionário típico de cada um dos batizados que, no entanto, deve ser desempenhado de forma plenamente secular, sem cair em qualquer tentativa de clericalização”.
Partindo dessa reflexão, o Papa Francisco, segundo recolhe o Motu prorio, institui o Ministério do Catequista, ao qual são chamados “homens e mulheres de fé profunda e maturidade humana, que tenham uma participação ativa na vida da comunidade cristã, sejam capazes de acolhimento, generosidade e vida de comunhão fraterna, recebam a devida formação bíblica, teológica, pastoral e pedagógica, para ser solícitos comunicadores da verdade da fé, e tenham já maturado uma prévia experiência de catequese”.
Para isso a Congregação do Culto Divino providenciará o Rito de Instituição do ministério laical de Catequista, convidando “as Conferências Episcopais a tornarem realidade o ministério de Catequista, estabelecendo o iter formativo necessário e os critérios normativos para o acesso ao mesmo”.
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Papa Francisco institui o Ministério do Catequista, “uma acentuação maior ao empenho missionário” - Instituto Humanitas Unisinos - IHU