Igrejas precisam responsabilizar atores da violência doméstica

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21 Abril 2021

 

A pandemia mostra que a realidade e o progresso que foi feito até aqui no combate à violência doméstica e de gênero “é muito frágil e pode divagar ou ser desfeito muito rapidamente”, disse a secretária-geral da YWCA (Associação Cristã de Moças), Casey Harden, embaixadora do programa Quintas-Feiras em Preto.

A reportagem é de Edelberto Behs, jornalista.  

Embora se tenha progredido por várias décadas nos serviços para vítimas e sobreviventes da violência doméstica, e na criação de uma palavra comum sobre violência de gênero, “essas manifestações de progresso de cura são pequenas para um flagelo de violência, abuso, opressão e sistemas injustos”, declarou em entrevista para o serviço de imprensa do Conselho Mundial de Igrejas (CMI).

Os pontos de progresso são “incrivelmente frágeis”, e quando “nossos sistemas estão estressados”, como agora com o covid-19, “vemos um ressurgimento, ou regresso a um modo padrão, que é uma manifestação do patriarcado, ou seja, a violência contra as mulheres”, assinalou Casey, que há mais de 20 anos tem trabalhado no combate à violência de gênero.

A linguagem aplicada para falar sobre violência contra a mulher é diluída ou suavizada para o benefício do conforto dos outros, opinou. “Quando nomeamos a violência de gênero como ela é, pelo que é, do púlpito, nas oportunidades de comunhão, nas comunidades, e não a nomeamos de outra forma, estamos seguindo o modelo de Jesus”, disse.

Cassey convocou líderes religiosos, pregador@s, a refletirem onde estão empreendendo esforços, a quem estão apoiando, se estão fazendo o que realmente precisa ser feito para deixar claro que não existe lugar algum para a violência de gênero. A líder da YWCA conclamou essa liderança a “usar sua influência e os ensinamentos de sua fé não apenar para apoiar uma sobrevivente, mas também para responsabilizar o agressor”.

Frequentemente, referiu, é a vítima que acaba deixando a igreja ou o seu lar espiritual para estar segura, ou para ser acreditada ou apoiada. Por isso, defendeu, “para comunidades ou igrejas ecumênicas, os perpetradores de violência devem ser abordados”.

A YWCA é uma organização social de apoio a mulheres, criada no Reino Unido em 1865. Hoje ela tem sede em Genebra, na Suíça. A campanha Quintas-Feiras em Preto, do CMI, procura empoderar mulheres para que enfrentem a violência doméstica e de gênero. Na cultura ocidental a cor preta representa o luto ou ganha conotações raciais negativas. Na campanha, o preto significa a cor da resistência e da resiliência.

 

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