24 Dezembro 2020
A ordem de “ficar em casa” e manter o distanciamento social por conta do covid-19 e que, geralmente, é considerado um espaço seguro “tornou-se uma ameaça para mulheres e meninas”, que se tornam vítimas de abuso e violência. A pandemia aumentou esses casos, afirmou o consultor sênior de Teologia e Relações Ecumênicas da Finn Church Aid, pastor Dr. Antii Laine.
A reportagem é de Edelberto Behs, jornalista.
“Olhando para o covid-19 através de uma lente de gênero, podemos ver que as várias formas de desigualdade muitas vezes operam juntas e se agravam mutuamente. Além da violência de gênero, a pandemia multiplica a desigualdade e as práticas discriminatórias que mulheres e meninas enfrentam todos os dias”, apontou. O fechamento de escolas, exemplificou, afetará a educação das meninas agora e no longo prazo, gerando um risco maior de trabalho infantil e de casamento infantil.
Laine é um dos criadores da ação ecumênica “Thursday in Black” (Quintas-Feiras em preto), que combate a violência de gênero e suas consequências. A campanha, avaliou o pastor em entrevista para o serviço de imprensa do Conselho Mundial de Igrejas (CMI), ampliou a consciência internacional para essa situação que ocorre em todo o mundo.
Unir forças com parceiros ecumênicos e inter-religiosos amplifica essa voz contra a violência sexual e de gênero. Líderes religiosos gozam de autoridade e credibilidade nas comunidades locais, nacionais, regionais e globais, ocupando, pois, posição chave para informar e desafiar práticas e comportamentos destrutivos. “Juntos somos mais fortes e nossa mensagem é mais elevada”, definiu.
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Além do covid, mulheres e meninas enfrentam a violência de gênero “em casa” - Instituto Humanitas Unisinos - IHU