Em 16 de outubro de 1943, a invasão do gueto de Roma. Mais de 1000 pessoas levadas para Auschwitz. Apenas 16 retornaram

Auschwitz. | Foto: Pixabay

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17 Outubro 2020

“As SS capturaram, casa por casa, mais de 1.000 pessoas (homens, mulheres e crianças) e as carregaram no comboio com destino a Auschwitz. Apenas 16 retornaram: uma única mulher e nenhuma criança. Nós não esquecemos”.

A reportagem é de Gian Mario Gillio, publicada por Riforma, 16-10-2020. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Eram as 5h30 do dia 16 de outubro de 1943, um sábado de manhã, quando as tropas nazistas decidiram entrar no bairro (o gueto judeu) de Roma, pela Via Portico d’Ottavia, para realizar uma grande blitz.

Os moradores das comunidades judaicas estavam tranquilos. O tenente-coronel Kappler havia pedido a eles e à comunidade judaica romana, apenas dois dias antes dessa trágica data que hoje lembramos, 50 quilos de ouro para oferecer salvação.

O engano chegou cedo, na noite do dia 16 de outubro, nas primeiras luzes da madrugada, os alemães vasculharam o gueto. Gritos, violências, caminhões, cães, fuzis e insultos despertaram as pessoas de sobressalto, tranquilizadas até poucos minutos antes pelas promessas feitas pelos dirigentes nazistas e ainda adormecidas nas suas “casas aconchegantes”.

Essas pessoas, depois de uma breve detenção, seriam deportadas para Auschwitz: 1.023 judeus. No fim da guerra, apenas 16 pessoas retornariam à Itália para as suas “casas não mais aconchegantes”.

A blitz de Roma é representativa de quão terrível foi a perseguição antijudaica ocorrida na Itália (e em toda a Europa) por obras das tropas alemãs de ocupação.

Hoje, a Comunidade Judaica de Roma afirma: “As SS capturaram, casa por casa, mais de 1.000 pessoas (homens, mulheres e crianças) e as carregaram no comboio com destino a Auschwitz. Apenas 16 retornaram: uma única mulher e nenhuma criança. Nós não esquecemos”.

A terrível captura nazista no Gueto de Roma foi narrada com lucidez extraordinária por Giacomo Debenedetti no seu livro “16 ottobre 1943” (hoje disponível graças à editora Sellerio) e que a editora Magnes Press, da Universidade Hebraica de Jerusalém, recentemente republicou.

Nessa quinta-feira, 15, o Instituto Italiano de Cultura de Tel Aviv dedicou um seminário online à recordação dessa trágica data. “Piazza Giudia: la retata degli ebrei, 1943”, de Sergio Zavoli, certamente é um dos documentários mais interessantes dedicado ao dia 16 de outubro de 1943 e que reconstrói a blitz por meio de documentos e testemunhos diretos, e está disponível no RaiPlay.

Todo dia 16 de outubro é um dia para não se esquecer.

 

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