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Fratelli tutti: uma nova Pacem in terris. Artigo de Massimo Borghesi

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15 Outubro 2020

"O sonho do Papa Francisco de uma nova fraternidade, em um mundo despedaçado, afunda as suas raízes na 'música do Evangelho', no 'Evangelho de Jesus Cristo'. A Fratelli tutti se dirige à humanidade inteira, mas não se esquece da raiz da esperança. É bom que os críticos do papa saibam disso e leiam o texto com atenção", escreve Massimo Borghesi, professor da Universidade de Perugia, na Itália, e, de 2000 a 2002, foi diretor da Cátedra Boaventuriana na Pontifícia Faculdade São Boaventura de Roma, em artigo publicado por L’Osservatore Romano, 13-10-2020. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Eis o artigo.

Fratelli tutti, a encíclica recém-publicada, deve ser lida com atenção para ser compreendida adequadamente. O risco, de fato, é o da banalização midiática que, concentrando-se em dois ou três pontos, reduz o documento a uma série de intenções piedosas. Trata-se, acima de tudo, de especificar o horizonte dentro do qual ela se situa: o de um mundo que corre rumo a destinos de guerra.

Os papas não escrevem encíclicas sobre a fraternidade para uma terra tranquila. A Pacem in terris, de João XXIII, foi publicada depois que, com a crise dos mísseis em Cuba, a terceira guerra mundial estava a poucos passos.

Felizmente, esse não é o caso hoje. No entanto, é inegável como a crise da globalização, o choque cada vez mais insistente entre os blocos (EUA, China, Rússia), as contínuas guerras travadas por vias interpostas, terrorismo religioso etc. configuram um mundo altamente instável, pronto para explodir. Acrescentem-se as grandes disparidades econômicas, a tragédia da Covid-19 com as suas repercussões sobre os países mais pobres, a imigração.

A mudança de época vê, a partir de 1989, o progressivo desmoronamento dos anteparos e dos contrapesos que a humanidade havia chegado a implementar após a terrível tragédia da Segunda Guerra Mundial: dos grandes órgãos internacionais, à carta dos direitos universais, passando pelo processo de unificação europeia.

Tudo se decompõe: a ONU, a União Europeia, o vínculo entre EUA e Europa, enquanto o relativismo cultural tende a exaltar o particularismo e o isolacionismo. O espírito do tempo traz novamente à tona o maniqueísmo em todas as suas formas: política, econômica, religiosa. Por toda a parte, ressurgem barreiras, antigas desconfianças, velhos nacionalismos.

É nesse contexto que Francisco lança o sonho de uma renovada fraternidade entre os povos e as pessoas: fraternidade religiosa, política, econômica, social. Um sonho análogo ao de Martin Luther King, cujo nome é citado no fim, ao lado do de São Francisco, Gandhi, Desmond Tutu, Charles de Foucauld: “I have a dream”. Não se trata de uma rendição ingênua ao espírito da utopia, ao filantropismo humanitário, como lamentam os críticos do papa. Francisco é um realista, que conhece perfeitamente a crítica de Santo Agostinho à teologia política, à confusão entre o Reino de Deus e o reino dos homens. Mas é um realista, que sabe que o realismo, se não quiser ser cínico, deve ir além, deve arriscar um projeto ideal, deve se abrir à esperança.

O cristão é um homem de esperança e não de resignação. O realismo autêntico é um real-idealismo. É por isso que hoje a Fratelli tutti representa uma pedra poderosa no pântano das ideias, da política, de uma fé estagnada.

A encíclica se dirige a todos – “Fratelli tutti” – mas é inegável que, entre os primeiros destinatários, estão os cristãos, particularmente os católicos. Muitos deles, longe de serem protagonistas da mudança, fazem parte do problema atual, parte daquele maniqueísmo político-religioso que caracteriza o momento presente. Eles também participam, muitas vezes sem serem conscientes disso, do grande vento da história.

Nos anos 1970, o vento levava para a esquerda, ao encontro e à subordinação do cristianismo ao marxismo. Desde a queda do comunismo, o espírito do mundo se volta para a direita. Assim, neste momento, diante de uma globalização econômica abstrata e muitas vezes violenta, dominada por um neocapitalismo sem escrúpulos, tem-se a reação populista, o ressurgimento dos nacionalismos político-religiosos, a territorialização da religião reduzida a um fator étnico. Tem-se o fundamentalismo e o terrorismo ou em nome de Deus.

A Fratelli tutti parte do grande “Documento sobre a fraternidade humana em prol da paz mundial e da convivência comum”, de fevereiro de 2019, assinado em Abu Dhabi junto com o Grão-Imã de al-Azhar, Ahmad al-Tayyeb. Ela o aprofunda em todas as suas implicações e o propõe ao mundo como o ideal para o momento presente.

Da fraternidade religiosa, pode surgir uma fraternidade universal, um movimento de paz capaz de atravessar povos e nações. Isso não pode deixar de ser acompanhado por uma revolução cultural, por uma “nova cultura”, a cultura do encontro. Uma cultura “que supere as dialéticas que colocam um contra o outro. É um estilo de vida que tende a formar aquele poliedro que tem muitas faces, muitos lados, mas todos compõem uma unidade rica de matizes, porque ‘o todo é superior à parte’. O poliedro representa uma sociedade onde as diferenças convivem integrando-se, enriquecendo-se e iluminando-se reciprocamente, embora isso envolva discussões e desconfianças” (n. 215).

Trata-se de afirmações – o poliedro, o todo é superior à parte – que estão no centro do pensamento de Bergoglio ainda antes de ele se tornar papa. A partir desse ponto de vista, a encíclica pressupõe um fundamento cultural preciso que sustenta o desígnio da fraternidade. Os capítulos III e IV, dedicados à abertura ao mundo e do coração, pressupõem uma antropologia relacional que une personalismo e pensamento dialógico.

Os nomes de três pensadores, Georg Simmel, Gabriel Marcel, Paul Ricoeur citado duas vezes, são chamados a sustentar a perspectiva. Assim como, da mesma forma, revela-se essencial a antropologia polar de Romano Guardini, presentes em várias partes do documento. É a antropologia polar que permite alertar contra as falsas “polarizações” atuais, contra o contraste entre uma globalização liberalista, falsamente universalizante, e um populismo particularista que falsifica o conceito de povo.

A lei da polaridade, segundo Francisco, une e distingue universal e particular; reconhece a sua antinomia, a sua complementaridade na diferença. Propõe-se como solução, no plano teórico, das ferozes contraposições do presente.

Uma última observação que permite evitar leituras apressadas e mal-entendidos. A encíclica também responde àqueles que, nos últimos anos, acusaram o papa de filantropismo, irenismo, humanismo. De ter separado Misericórdia e Verdade. É bom que essas pessoas comecem a leitura do documento a partir dos capítulos finais, do VI em diante. Aqui, de acordo com a Caritas in veritate de Bento XVI, é possível observar uma firme ancoragem do diálogo na ideia de verdade. Uma verdade objetiva, a única que permite o reconhecimento racional de uma natureza humana única e universal, contra o relativismo dominante na cultura atual.

Verdade, justiça e misericórdia não podem ser separadas. O papa responde, desse modo, aos seus críticos de direita que não cessaram, desde a Amoris laetitia, de o atacar. Uma resposta que não hesita, no capítulo VIII dedicado ao diálogo entre as religiões, em citar o “texto memorável” da Centesimus annus de João Paulo II: “Se não existe uma verdade transcendente, na obediência à qual o homem adquire a sua plena identidade, então não há qualquer princípio seguro que garanta relações justas entre os homens” (n. 273). Que não hesita, sobretudo, em evidenciar como a identidade cristã constitui um fator essencial para o diálogo fraterno com todos.

Por isso, embora apreciando a ação de Deus nas outras religiões, “todavia, como cristãos, não podemos esconder que, ‘se a música do Evangelho parar de vibrar nas nossas entranhas, perderemos a alegria que brota da compaixão, a ternura que nasce da confiança, a capacidade da reconciliação que encontra a sua fonte no facto de nos sabermos sempre perdoados-enviados. Se a música do Evangelho cessar de repercutir nas nossas casas, nas nossas praças, nos postos de trabalho, na política e na economia, teremos extinguido a melodia que nos desafiava a lutar pela dignidade de todo o homem e mulher’. Outros bebem de outras fontes. Para nós, este manancial de dignidade humana e fraternidade está no Evangelho de Jesus Cristo” (n. 277).

O sonho do Papa Francisco de uma nova fraternidade, em um mundo aos pedaços, afunda as suas raízes na “música do Evangelho”, no “Evangelho de Jesus Cristo”. A Fratelli tutti se dirige à humanidade inteira, mas não se esquece da raiz da esperança. É bom que os críticos do papa saibam disso e leiam o texto com atenção.

 

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