Inglaterra. Justin Welby, arcebispo de Canterbury, alerta para os devastadores impactos econômicos de um segundo lockdown

Justin Welby. | Foto: The Archbishop of Canterbury

Mais Lidos

  • "A ideologia da vergonha e o clero do Brasil": uma conversa com William Castilho Pereira

    LER MAIS
  • O “non expedit” de Francisco: a prisão do “mito” e a vingança da história. Artigo de Thiago Gama

    LER MAIS
  • A luta por território, principal bandeira dos povos indígenas na COP30, é a estratégia mais eficaz para a mitigação da crise ambiental, afirma o entrevistado

    COP30. Dois projetos em disputa: o da floresta que sustenta ou do capital que devora. Entrevista especial com Milton Felipe Pinheiro

    LER MAIS

Revista ihu on-line

O veneno automático e infinito do ódio e suas atualizações no século XXI

Edição: 557

Leia mais

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

Entre códigos e consciência: desafios da IA

Edição: 555

Leia mais

25 Setembro 2020

O líder da Igreja Anglicana da Inglaterra, o arcebispo Justin Welby, declarou que o Reino Unido está em “uma situação que ameaça a recuperação da grande crise econômica do primeiro lockdown”.

Seu alerta foi feito em uma carta escrita com o arcebispo de York, o reverendo Stephen Cottrell, sobre como o Reino Unido deve enfrentar uma segunda onda de coronavírus.

A reportagem é de Steve Doughty, publicada por Daily Mail, 23-09-2020. A tradução é de Wagner Fernandes de Azevedo.

Eles escreveram: “Os mais vulneráveis a esta segunda onda são as pequenas empresas, que empregam a maioria das pessoas e especialmente aqueles da indústria hospitalar”.

“Os pobres, os idosos e isolados são especialmente vulneráveis. Teremos um crescente nervosismo sobre o Natal, sobre saúde mental e muitos outros temas”.

Os arcebispos afirmam: “Teremos também uma sensação de cansaço – o cansaço que vem com o enfrentamento de outra ameaça e dificuldade. Para encará-la, devemos continuar encorajando um ao outro e suportando os fardos uns dos outros”.

Eles acrescentam: “Nossa situação nacional é muito mais complicada do que foi em março”.

“As divisões são profundas. Há uma preocupação pública e justa sobre a fome – especialmente com as crianças – e pessoas sem-teto, com um rápido crescimento de despejos. A violência doméstica permanece escondida”.

A carta afirma que a Igreja Anglicana “não está no mesmo lugar que estava antes”, e acrescenta, “Nós aprendemos com o grande desafio”.

“Como Igreja mostramos à nossa nação que nós devemos ser determinados, resilientes e esperançosos. Nós precisamos ser mais críticos em nossas respostas às restrições que estão acima e além das regulações governamentais”.

O arcebispo Welby tem sido um crítico frequente dos bancos e da cidade desde sua chegada ao Palácio de Lambeth em 2013. Ele os culpa por agravar a pobreza e a desigualdade.

Na carta afirmam: “Caberá a nós e a outros incentivar os bancos, que receberam essa ajuda em 2009, a serem igualmente misericordiosos com os outros como a nação foi com eles. Mateus 18, 23-35 [1] parece altamente relevante”.

A parábola conta a história de um servo que implora a um rei que cancele uma grande dívida. O rei permite que ele seja libertado, mas o servo se recusa a ajudar um conservo que lhe deve uma quantia muito menor e o manda para a prisão.

O servo implacável é então entregue aos “algozes, até que pague tudo o que lhe é devido”.

O arcebispo sugeriu no passado que o resgate de 500 bilhões de libras para os bancos após o colapso de 2008 poderia ter sido melhor gasto.

No entanto, as críticas aos banqueiros e grandes negócios saíram pela culatra, por causa da descoberta de vínculos financeiros da Igreja Anglicana com empresas como a financiadora Wonga.

 

Nota:

[1] Trata-se da parábola do servo cruel - (Nota do Instituto Humanitas Unisinos - IHU).

 

Leia mais