Uma segunda onda é inevitável

Foto: Unsplash

Mais Lidos

  • “A América Latina é a região que está promovendo a agenda de gênero da maneira mais sofisticada”. Entrevista com Bibiana Aído, diretora-geral da ONU Mulheres

    LER MAIS
  • A COP30 confirmou o que já sabíamos: só os pobres querem e podem salvar o planeta. Artigo de Jelson Oliveira

    LER MAIS
  • A formação seminarística forma bons padres? Artigo de Elcio A. Cordeiro

    LER MAIS

Revista ihu on-line

O veneno automático e infinito do ódio e suas atualizações no século XXI

Edição: 557

Leia mais

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

Entre códigos e consciência: desafios da IA

Edição: 555

Leia mais

29 Julho 2020

"Uma próxima onda do novo coronavírus certamente virá, inclusive na Europa. Ela não poderá ser evitada: será, na melhor das hipóteses, atenuada. A pandemia é agora ainda mais perigosa do que era no primeiro dia", escreve Fabian Schmidt, jornalista, em editorial publicado por Deutsche Welle, 28-07-2020.

Eis o artigo.

Muitos países em todo o mundo reagiram à pandemia logo no início, com medidas rigorosas de bloqueio e um rastreamento consistente das cadeias de infecção. E foram bem sucedidos em fazê-lo.

Nesses países, a curva de infecção, que inicialmente havia subido exponencialmente, foi interrompida. As novas infecções estão agora em baixa. Exemplos disso são China, Coreia do Sul, Nova Zelândia e Taiwan, além de alguns Estados-membros da União Europeia.

Após as experiências dramáticas dos últimos seis meses, foi possível manter os sistemas de saúde funcionando em quase todas as partes e fazer a economia funcionar novamente, apesar dos sérios reveses enfrentados.

Mas o lento retorno à normalidade em alguns países não pode nos levar ao descuido. A pandemia ainda está longe de ter passado no mundo. Pelo contrário: a curva das novas infecções globais continua a crescer exponencialmente. Portanto, dia após dia há cada vez mais pessoas recém-infectadas – e não menos. A pandemia é agora ainda mais perigosa do que era no primeiro dia.

A pandemia atinge especialmente lugares onde os sistemas de saúde não funcionam tão bem, onde as pessoas são mais pobres e, portanto, vivem juntas em espaços mais confinados, ou onde as autoridades colocam os interesses econômicos à frente da saúde de seus cidadãos e não tomam medidas severas.

Enquanto em países como EUA, Brasil, Índia, Rússia, África do Sul e México, a primeira onda de coronavírus ainda está atingindo seu auge, a temida segunda onda é agora ameaçadora em países que passaram suavemente pela primeira. E em muitos países da UE os números de casos já estão subindo novamente.

A próxima onda de infecções certamente virá. Não será evitada: na melhor das hipóteses, pode ser atenuada. Mas isso só funcionará se as pessoas continuarem a adotar restrições. E isso significa, em particular: abster-se de socializar, de ver e ser visto, de festas e eventos.

As férias – nos lugares onde elas são novamente possíveis – também podem ser aproveitadas em família ou em um círculo de amigos. Mas quem pensa que deve absolutamente se juntar a milhares de outras pessoas novamente, quem se desinibe com álcool ou drogas e não mantém distância dos outros, está agindo de forma irresponsável e sem espírito de solidariedade.

Todos nós pagamos caro para chegar aos baixos índices de infecção atuais. Muitos perderam parentes e amigos. Outros perderam o emprego ou tiveram que abrir mão de seus negócios. Devemos a eles e a nós mesmos continuar a levar a sério o coronavírus. Um relaxamento das medidas de proteção não é um convite gratuito para a imprudência.

Leia mais