02 Setembro 2020
Francisco rezou junto a um jovem que lhe entregou uma bandeira do Líbano.
A reportagem é de Jesús Bastante, publicada por Religión Digital, 02-09-2020. A tradução é de Wagner Fernandes de Azevedo.
Ao final da audiência, veio a grande surpresa. O papa Francisco, que no início rezou junto a um jovem sacerdote que carregava uma bandeira do Líbano, chamou-o ao altar e, junto dele, anunciou uma jornada especial de oração, para esta sexta-feira, pelas vítimas da explosão que, há algumas semanas, destruiu grande parte de Beirute, e o envio do secretário de Estado, Pietro Parolin, ao país para mostrar em seu nome a solidariedade da Igreja com o país dos cedros. “Irá para expressar minha proximidade e solidariedade”.
Visivelmente emocionado, o padre aproximou-se com a bandeira, e com o Papa, a estenderam com suas mãos. “Há um mês da tragédia que assolou Beirute, meu pensamento vai à população particularmente afetada”, explicou Bergoglio.
Fazendo suas as palavras de João Paulo II, pronunciadas há 30 anos, o Papa reclamou que “o Líbano não pode ser abandonado à solidão. O Líbano é um país de esperança. Também nestes períodos mais escuros de sua história, os libaneses confirmaram sua fé em Deus e fazer de sua terra um lugar de tolerância, respeito e convivência, única na região”.
Papa Francisco e o jovem padre libanês, estenderam juntos a bandeiro do Líbano. Foto: Vatican News
“Líbano representa mais que um Estado: o Líbano é uma mensagem de liberdade, um exemplo de pluralismo, tanto para o Oriente quanto para o Ocidente. Para o bem do próprio país e do mundo, não podemos permitir que este patrimônio esteja disperso”, clamou Francisco.
Assim, o Papa alentou “a todos os libaneses a esperar e reencontrar as forças e energias necessária para reconstruir. Peço aos políticos, líderes religiosos para que se comprometam com honestidade e transparência na obra de reconstrução, olhar para o bem comum e o futuro da nação”.
“Convido à comunidade internacional a sustentar o país para ajudá-lo a sair da grave crise sem estar envolvido nas tensões regionais”, insistiu Bergoglio, que se dirigiu especialmente aos cidadãos de Beirute. “Tenham coragem, irmãos, a fé e a oração serão sua força. Não abandonem suas casas, nem sua herança. Não façam cair o sonho daqueles que acreditaram em um país belo e próspero”.
“Padres, consagrados e leigos, acompanhem os fiéis. E vocês bispos, lhes peço zelo apostólico, lhes peço pobreza, nada de luxos, pobreza com seu povo, que está sofrendo. Deem vocês o exemplo da pobreza e humildade (...). Ajudem seus fiéis e seu povo a se levantarem e serem protagonistas de um novo renascimento. Sejam agentes de concórdia e renovação no nome do interesse comum, e uma nova cultura do encontro, para viverem juntos na paz e na fraternidade. Essa palavra tão querida: irmandade”.
Depois de um momento de oração, em silêncio, o sacerdote tomou a palavra. “Não podemos viver assim”. E lançou um último pedido ao Papa: “Esperamos-lhe para abençoar nossa amada terra, obrigado Santidade!”. Seguramente, este pedido não cairá num saco furado.
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Líbano. O Papa convoca uma jornada de oração pelo país para esta sexta-feira, e envia o secretário de Estado - Instituto Humanitas Unisinos - IHU