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A Covid no Peru mata o índio que havia sobrevivido à guerrilha, às multinacionais e à polícia

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06 Julho 2020

O povo awajun chora a perda de seu líder Santiago Manuin Valera, que sobreviveu a oito balas em 2009 para defender seu povo, mas agora é vítima do coronavírus aos 63 anos. Uma história emblemática de como a pandemia está desarticulando a Amazônia.

A reportagem é de Giorgio Bernardelli, publicada por Mondo e Missione, 03-07-2020. A tradução é de Luisa Rabolini.

Depois de meses, continuamos falando só de números. Depois de meses, ainda não entendemos que as estatísticas não são suficientes para medir a devastação produzida em muitos cantos do mundo pelo Coronavírus. É por isso que é essencial contar as histórias, como a que aconteceu nessas últimas horas entre os awajuns, um dos povos da Amazônia peruana. Na região de Alto Marañón - no nordeste do Peru, na fronteira com o Equador - outra noite, aos 63 anos, morreu pelas consequências da Covid-19 Santiago Manuin Valera, líder carismático desse povo indígena de cerca de 8 mil pessoas que há décadas luta contra inimigos de diferentes rostos também para sua própria sobrevivência.

Santiago Manuin Valera (Foto: Red Eclesial Panamazónica)

Basta analisar a história pessoal de Santiago Manuin para entender isso. Nascido em 1957, ele foi para a Europa graças a uma bolsa do governo basco em favor dos líderes indígenas: em Bilbao, ele se formou em estudos sobre os direitos humanos e depois se aprofundou com um mestrado em Genebra. Ele depois retornou ao Peru ao lado de seu povo awajun para colocar aqueles princípios em prática. E sua primeira grande batalha foi no início dos anos 1990 contra o Movimento Revolucionário Tupac Amaru, a guerrilha marxista que em nome da revolução penetrava nas áreas indígenas naqueles anos. Os awajuns haviam visto o que tinha acontecido com os outros povos indígenas que acabaram nas mãos do Sendero Luminoso, o outro movimento comunista presente nas montanhas do Peru: viram a rapidez com que seus direitos foram sacrificados no altar das ideologias. E, ao contrário, como se abriu a porta para os negócios com os narcotraficantes, para o financiamento da guerrilha. Assim Santiago Manuin liderou a luta awajun contra o Tupac Amaru e a erradicação do cultivo da coca e de papoula.

O desenlace daquela batalha foi em 1999 com a afirmação de outro modelo de desenvolvimento: a fundação - apoiada pelos jesuítas e pelo Vicariato de Jaen, a Igreja Católica – de Saipe, Serviço Agropecuário para a Investigação e Promoção Econômica. Um órgão de desenvolvimento agrícola promovido com as comunidades indígenas e não contra elas. Um compromisso pelo qual Santiago Manuin se entregou de corpo e alma imediatamente.

Mas havia outro inimigo muito perigoso à espera do povo awajun, uma ameaça igualmente voraz: a dos novos interesses econômicos na Amazônia, aos quais o Tratado de Livre Comércio entre Peru e Estados Unidos - assinado por George W. Bush e o presidente neoliberal peruano Alan Garcia - abria as portas. Um texto inaceitável para as populações indígenas que se depararam com uma abertura indiscriminada aos "investimentos estrangeiros" nas terras onde viviam desde sempre.

A tensão resultou em protestos maciços dos povos indígenas no início de 2009. Movimentos que culminaram em 5 de junho nos duros confrontos do chamado Baguazo, a batalha da Curva del Diablo, na localidade de Bagua. A repressão policial em um protesto de 2.500 pessoas se transformou em um banho de sangue com dezenas de vítimas de ambos os lados. Os índios afirmam que foi a polícia que atirou primeiro, a polícia disse que foram "atacados". Naquele dia sombrio, Santiago Manuin - que sempre tentava mediar entre as partes - foi atingido por oito balas, permanecendo vivo por milagre, mesmo com ferimentos irreversíveis que o obrigaram a uma cadeira de rodas. Isso não o poupou da acusação de ter instigado a revolta, acusação pela qual ele acabou sendo julgado. O eco internacional de Baguazo, contudo, foi tal que o parlamento peruano aportou emendas às partes mais controversas do Tratado com os Estados Unidos. E o próprio Santiago Manuin foi absolvido das acusações.

Amazônia Peruana (Mapa: Sínodo Amazônico)

Quando, em janeiro de 2018, o Papa Francisco, em Puerto Maldonado, encontrou-se com os representantes dos povos indígenas, naquele que foi o prólogo do Sínodo para a Amazônia, o líder awajun estava na primeira fila. Ele finalmente viu sua Igreja entender completamente não apenas sua batalha, mas também sua fé. “Esta visita foi muito boa para o nosso povo – contou Santiago Manuin naquele dia à agência Sir - porque reafirmou a nossa fé cristã. Como povos da Amazônia, sempre amamos a natureza, o homem e o céu, estamos em contínua relação e integrados com a natureza. Nesse ambiente, encontramos a Palavra antes mesmo de conhecê-la. Antes mesmo que chegassem os missionários ou outras pessoas, já estávamos procurando por Deus através da natureza e nos comunicando com ele”.

Mapa da Pan-Amazônia. (Reprodução/Repam)

No final, porém, a Covid-19 chegou para levá-lo embora, aquela que não é uma fatalidade: mesmo em sua morte Santiago Manuin se tornou um símbolo do abandono em que as populações indígenas da Amazônia são deixados na luta contra o vírus. Porque a verdade hoje é que essa doença provavelmente dará o golpe de graça a um "corpo" que ideologias, negócios e poluição já enfraqueceram amplamente. Como a filha de Santiago Manuin disse, ele manifestou os primeiros sintomas da Covid-19 em 17 de junho, mas foram precisos passagens por três hospitais antes que ele pudesse ter um verdadeiro diagnóstico e tratamento. Quando provavelmente já era tarde demais. Hoje existem 43 mil pessoas de etnia awajun, quechua e wampis que correm o risco de morrer na Amazônia peruana – denuncia Sekut Manuin –. E a possibilidade de que os interesses da mineração que o Baguazo parou em 2009 consigam sua revanche graças ao Coronavírus não é de forma alguma uma ideia tão impossível.

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