27 Mai 2020
No cantão de Fribourg, Marianne Pohl-Henzen, mãe e avó, sucede por vontade do bispo Morerod no prelado do qual ela foi assistente por oito anos. Ela será membro do Conselho Episcopal e terá responsabilidade pelo clero, mas não é vigário geral.
A reportagem é de Salvatore Cernuzio, publicada por La Stampa – Vatican Insider, 21-05-2020. A tradução é de Luisa Rabolini.
Espalhou-se pelo mundo todo a notícia da nomeação na Suíça de uma mulher, laica, mãe e avó, como "vigária geral" do bispo da diocese católica de Lausana, Genebra e Friburgo. Na realidade, Marianne Pohl-Henzen, 60 anos, sólidos estudos em filologia e teologia, além de uma longa experiência como "Pastoralassistentin" (assistente pastoral), assumirá o papel de delegada episcopal para a parte de língua alemã da diocese em 1º de agosto. Portanto, um papel muito diferente daquele do vigário que, de acordo com as disposições do Direito Canônico, é uma figura dotada de poder ordinário para auxiliar o bispo no governo de toda a diocese.
A escolha de Marianne, mãe de três filhos e avó de quatro netos, parece ter sido fortemente incentivada pelo bispo, o teólogo dominicano Charles Morerod, ex-secretário da Comissão Teológica Internacional e consultor da Congregação para a Doutrina da Fé, ambas nomeações de Bento XVI, no passado, também encarregado de manter diálogo com os lefebvrianos.
Marianne Pohl-Henzen substitui um dos cinco vigários da diocese, padre Pascal Marquard, no cargo desde 2017 no “Deutschfreiburg” que decidiu voltar a ser sacerdote em Zurique, sua diocese de origem. A mulher foi assistente, ou melhor, braço direito do prelado por oito anos e agora assumirá seu lugar, tornando-se membro do Conselho Episcopal e do Conselho dos presbíteros ordinários, com funções de responsabilidade sobre o clero e liderança em entes eclesiais.
Sem dúvida, é uma inovação significativa: uma mulher com um papel de liderança no órgão consultivo do bispo na gestão da diocese. No entanto, a nomeação está longe de ser a "virada" esperada pelos setores progressistas da Igreja, que viram nela um passo adiante no caminho atribulado das ordenações femininas ao sacerdócio ou ao diaconato, sobre o qual discute uma comissão criada especificamente (e recriada) pelo papa.
Marianne portanto, não será uma "vigária" ou a número dois do bispo, também porque tal nomeação seria inválida devido à falta de requisitos essenciais do ofício, ou seja, ser sacerdote. Ela não desempenhará nenhum papel litúrgico, mas terá importantes responsabilidades regionais em nome do bispo. Além disso, a sua função é um instituto jurídico que sempre foi designado para laicos, em relação a uma área ou um âmbito pastoral. Raramente acontecia de ser entregue a mulheres.
Entrevistada pelo site Kath.ch, Marianne Pohl-Henzen disse que tirará quatro meses sabáticos, que não se sente absolutamente em segundo plano em relação aos "colegas" masculinos e consagrados, e define a nova designação como "serviço" para a Igreja. O mesmo que desempenhou por anos em três vicariatos episcopais como "Pastoralassistentin", uma função difundida há décadas nas dioceses da Suíça, mas também na Áustria ou na Alemanha, onde existem mais de 3.270 assistentes pastorais, dos quais cerca de 1.500 mulheres. Nascida e criada em Freiburg, onde concluiu seus estudos universitários em filologia alemã e clássica e aprofundou sua formação teológica, Marianne foi catequista por dezoito anos no distrito de Lac, em particular em Courtepin e na paróquia bilíngue de Murten.
Depois, trabalhou por dois anos como acompanhante de vários grupos pastorais no cantão de Vaud, ao mesmo tempo em que era agente pastoral de uma unidade de língua francesa em Freiburg. Experiência preciosa, esta última, que faz dela uma mediadora entre os fiéis de língua francesa e alemã, frequentemente em tensão.
A diocese de Lausanne, Genebra e Fribourg – abalada há alguns anos por casos de abuso do abade da catedral Paul Frechaux - é dividida em cinco vicariatos geograficamente definidos: Genebra, Vaud, Neuchâtel, Fribourg que, por sua vez, tem dois vicariatos: um de língua francesa e um de língua alemã.
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Na Suíça, uma mulher leiga foi nomeada delegada episcopal, mas não é uma “vigária” - Instituto Humanitas Unisinos - IHU