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Canossa ao contrário: a Igreja e o Estado secular na crise dos abusos. Artigo de Massimo Faggioli

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06 Fevereiro 2020

Antigamente, o Império se curvava ao papado. Agora, a Igreja está sendo arrastada perante o Estado.

A opinião é do historiador italiano Massimo Faggioli, professor da Villanova University, nos EUA, em artigo publicado em La Croix International, 04-02-2020. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Eis o texto.

Segundo fontes contemporâneas, em janeiro de 1077, Henrique IV, chefe do Sacro Império Romano, foi forçado a se humilhar, de joelhos, descalço na neve, diante do portão de entrada do Castelo de Canossa, no norte da Itália.

Depois de três dias e três noites, o Papa Gregório VII, que era hóspede de Matilde da Toscana, aceitou sua humilhação.

Foi o momento mais dramático da luta entre a Igreja e o Império. O poder imperial se curvou diante do papado da chamada “revolução gregoriana”.

Também foi o começo de uma nova história na relação da Igreja com impérios, Estados e nações em termos de respeito mútuo pela soberania do outro, como duas jurisdições diferentes e inassimiláveis: a Igreja para o poder político, e o poder político para a Igreja e o papado.

O Castelo de Canossa se tornou o símbolo dessa relação na Idade Média, de uma forma semelhante àquilo que foi o Muro de Berlim durante a Guerra Fria no século XX: o símbolo de um choque epocal entre dois poderes lutando pela supremacia.

Cardeais são julgados pelo Estado

O abuso sexual na Igreja Católica – está bem claro agora – é um fenômeno global.

A crise dos abusos tocou até mesmo aqueles que, antes, eram intocáveis – os bispos, incluindo o Romano Pontífice. Houve acusações e julgamentos contra os eleitores do papa.

O ex-arcebispo de Washington, Theodore McCarrick, foi removido do Colégio dos Cardeais e, após um julgamento canônico no Vaticano por abuso sexual, foi demitido do estado clerical em fevereiro de 2019.

O cardeal francês Philippe Barbarin foi absolvido das acusações de encobrimento de abusos na semana passada em um tribunal estatal. E o cardeal australiano George Pell, que foi condenado no ano passado por abuso sexual, está esperando na prisão para que o seu recurso seja ouvido pelo Supremo Tribunal.

Esses três casos estabelecem três precedentes diferentes – e todos ainda estão se desdobrando. Continuamos esperando o Vaticano divulgue um relatório detalhado sobre como McCarrick, agora com 89 anos, conseguiu subir, indetectável (e protegido), na carreira.

Não está claro o que o futuro reserva para o cardeal Barbarin em termos de liderança na Igreja. Ele mantém o seu título de arcebispo de Lyon e tem apenas 69 anos de idade (seis a menos da idade de aposentadoria), mas afirmou que pretende renunciar. Um administrador nomeado pelo Vaticano está administrando a diocese dele desde junho passado.

E George Pell – que, aos 78 anos de idade, ainda é elegível para participar de um conclave – poderia ser o primeiro cardeal nos tempos modernos a passar o resto de sua vida em uma prisão de um país que não é um regime autoritário ou totalitário, mas sim um sistema liberal-democrático governado pelo Estado de direito.

Canossa ao contrário

A humilhação, nos últimos dois anos, de três “príncipes da Igreja” outrora muito poderosos pode ser vista como uma espécie de Canossa ao contrário: a humilhação da Igreja perante jurisdições nacionais e seculares, após a sua humilhação aos olhos da opinião pública.

A Igreja no Ocidente foi considerada por séculos como uma jurisdição separada e independente, que lidava internamente com seu clero criminoso, não sob a mesma lei que todos os outros. Mas esse sistema está em crise agora.

Em diferentes nações, o ato de reequilíbrio entre Igreja e Estado assumirá formas diferentes, mas não é possível voltar ao segundo milênio.

Certamente, não é possível voltar à ideia de que os membros ordenados da Igreja Católica estão acima do direito civil.

Por outro lado, a humilhação de Canossa não significou a total subjugação do poder imperial ao poder papal.

O choque entre Gregório VII e Henrique IV pôs em movimento, entre os séculos XI e XII, um longo processo de redefinição das relações entre Igreja e império.

Isso criou a distinção entre religião e política, entre Igreja e Estado (algo muito diferente, senão ausente, em outras tradições cristãs e em outras religiões).

Não é uma questão “e/ou”

Essa é uma distinção que frequentemente falta na interpretação da crise dos abusos sexuais que se expressou em ambos os lados do corredor ideológico do catolicismo.

O lado conservador e tradicionalista tem trazido à tona novamente as teorias do catolicismo integralista, antimoderno e iliberal.

Ele continua vendo a Igreja como a mais alta fonte de autoridade moral e política, que deve ser defendida contra o ataque da democracia liberal e relativista (mas apenas em defesa dos homens da Igreja identificados como “guerreiros culturais”, como o cardeal Pell).

O lado radical-progressista, por outro lado, é tentado a aplicar automaticamente as decisões tomadas pelas autoridades seculares e políticas às leis e constituições internas da Igreja ou a aprovar sentenças e leis emitidas pelo Estado.

Essa contínua “Canossa ao contrário” não deve ser visto como um símbolo de desastre, mas sim como um momento instrutivo para a Igreja de hoje.

Na Cristandade medieval, a contraposição entre Igreja e império esteve na origem da ideia de distinção entre Igreja e Estado.

A longo prazo, ela ajudou a criar a própria ideia católica de laïcité: um tipo particular de relação entre religião e política que tem a ver com a distinção de autoridades.

Distinção entre Igreja e Estado

Isso é diferente do conceito mais recente de separação constitucional entre Igreja e Estado ou, pelo contrário, da supremacia do Estado sobre a Igreja ou da Igreja sobre o Estado.

Isso é algo que as vozes mais persistentes do debate intracatólico tendem a esquecer – tanto os neointegralistas ou tradicionalistas quanto os radical-progressistas.

Livrar-se da saudável ideia católica da distinção entre Igreja e Estado durante a tempestade da crise dos abusos sexuais colocaria os membros da Igreja à mercê de agendas populistas que oferecem um diagnóstico simplista que pode ser visto em algumas vozes na mídia católica e também secular.

Isso também escravizaria a Igreja a opostos ideológicos e a interpretações populistas da crise. Isso seria ainda mais perigoso para as comunidades cristãs que são minorias sociologicamente pequenas e que vivem sob um sistema de opressão ou perseguição.

Por um lado, não há nenhuma reforma possível da Igreja através de reivindicações de total pureza, transparência, inocência e ausência de pecado, que são típicas de regimes autoritários.

Essa é a solução ditatorial para a crise da Igreja baseada em alguma ideia ilusória de autossuficiência eclesial.

Não há nenhuma solução para a crise dos abusos na Igreja sem a intervenção de autoridades seculares no processo e na punição desses crimes.

Por outro lado, não há nenhuma reforma possível da Igreja que entregue completamente ao exterior (tribunais, parlamentos e legislaturas seculares, ramo administrativo do Estado, mídia etc.) todos os aspectos da necessidade de reforma na vida da Igreja.

O lado puramente criminoso da crise é o aspecto mais fácil.

Um caminho católico a seguir

Canossa ao contrário significa que a Igreja está claramente sujeita à lei como qualquer outra pessoa. Ela não pode proteger criminosos e deve cooperar plenamente com as autoridades seculares. Mas isso não é tudo.

Existem aspectos mais complexos na relação entre a Igreja institucional e aquilo que antes era chamado de ad extra (política, cultura, mídia seculares etc.).

O perigo de obliterar completamente o muro de distinção entre Igreja e Estado pode ser visto na polarização em relação ao diagnóstico das causas da crise dos abusos sexuais.

Aqueles que promovem uma ideologia religiosa estereotipadamente conservadora e neotradicionalista dizem que a causa dos abusos é a homossexualidade. A solução deles é usar os católicos LGBT como bodes expiatórios.

Aqueles que promovem uma ideologia religiosa estereotipadamente liberal jogam a culpa dos abusos sobre o celibato sacerdotal.

A maneira como a Igreja lida, por exemplo, com a questão da homossexualidade na Igreja e do celibato depende enormemente do tipo de relação que a Igreja será capaz de estabelecer com o ad extra. E não há como escapar da impressão de que essas reformas também são uma resposta à crise dos abusos.

A crise dos abusos sexuais precisa de um esforço abrangente para oferecer contribuições católicas – espirituais, eclesiais e teológicas – específicas à reforma da Igreja.

Ao lidar com o Estado secular e com a mídia na crise dos abusos sexuais, a Igreja precisa de vozes que forneçam contribuições para o século XXI, como Roberto Belarmino fez na era tridentina e como John Courtney Murray fez na era do Vaticano II.

A Igreja Católica precisa recuperar aquela que era, até alguns anos atrás, uma voz credível em boa parte da discussão pública. Isso não pode ser feito com relatos a-históricos e fantasiosos da tradição católica, como aqueles que parecem estar na moda agora.

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