21 Janeiro 2020
O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde convocou, ontem, uma reunião extraordinária do comitê de crise do organismo para quarta-feira (22). Tedros Ghebreyesus antecipou pelo Twitter que quer autorização dos países membros para declarar o novo coronavírus que surgiu na China como uma emergência internacional de saúde pública. A última vez que a OMS enquadrou uma situação nessa categoria foi na epidemia do zika vírus, com o surgimento de casos de microcefalia no Brasil.
Nessa segunda-feira, a situação ficou mesmo mais preocupante. As autoridades chinesas confirmaram, pela primeira vez, que a doença pode ser transmitida entre seres humanos. Além disso, o número de casos divulgados mais que triplicou: já são 223 infectados – 139 deles registrados ao longo do fim de semana –, num total de quatro mortos pela doença respiratória causada pelo novo coronavírus. Pelo menos 14 infectados são profissionais de saúde que trataram doentes. A essa altura, a enfermidade já se espalhou mais um pouquinho: há casos reportados não só na Tailândia (2) e no Japão (1), mas também na Coreia do Sul (1) e em algumas das principais cidades chinesas: Pequim, Xangai e Shenzhen. Um relatório publicado pelo Colégio Imperial de Londres calcula que o número real de infectados deve ser maior do que os números oficiais, chegando a 1,7 mil.
A informação é publicada por Outra Saúde, 21-01-2020.
A Austrália e os EUA anunciaram que vão examinar todos os passageiros vindos de Wuhan, enquanto o governo de Singapura decidiu que colocará em quarentena todos os indivíduos com sintomas de pneumonia e histórico recente de viagem àquela cidade.
A Opas emitiu ontem um alerta para os países das Américas, recomendando que os profissionais de saúde tenham acesso a informações atualizadas sobre a doença e estejam prontos para manejar a infecção. Nos EUA, a entidade que reúne os institutos nacionais de saúde anunciou ontem que já trabalha numa vacina contra o novo coronavírus – contudo, meses devem se passar até que o imunizante esteja pronto para a primeira fase de testes clínicos e, na melhor das hipóteses, poderá ser liberado em pouco mais de um ano. Contudo, coisas mais básicas sobre a infecção ainda precisam ser entendidas, como a forma de contágio. O primeiro caso foi registrado no dia 31 de dezembro e a principal suspeita é que isso tenha acontecido em um mercado que vende peixes e outros animais vivos.
E já há bastante 'nervosismo' nos ‘mercados’, com a moeda chinesa tendo perdido quase a metade do valor ontem e as ações de companhias aéreas e de turismo despencando. As autoridades chinesas, por seu turno, têm sublinhado que a doença ainda está sob controle.
Como falamos por aqui bem no comecinho, há um grande temor das autoridades de a situação degringolar com o Ano Novo chinês, que começa na sexta. Milhões de pessoas devem se deslocar pelo país, e há risco de que o novo coronavírus se espalhe muito mais, repetindo o cenário da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS), em 2003, que matou 774 pessoas no mundo.
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Novo coronavírus. Todas as atenções se voltam para a China - Instituto Humanitas Unisinos - IHU