22 Novembro 2018
Neste momento histórico, cabe se perguntar "qual seria o verdadeiro poder político na fase da globalização que tirou da política os instrumentos para agir". Quem disse isso, falando na apresentação do livro “Il valore di tutto” (O valor de tudo), de Mariana Mazzucato, foi o ex-presidente do Conselho e da Comissão Europeia, Romano Prodi.
A informação foi publicada por La Repubblica, 20-11-2018. A tradução é de Luisa Rabolini.
Um dos tópicos do debate, moderado por Massimo Giannini, foi a diferença salarial entre gerentes e funcionários de grandes empresas globais. "Hoje - argumentou o ex-primeiro-ministro – há uma tendência a justificar que a diferença de salário entre quem dirige a empresa e o operário padrão seja de 200 vezes, e ninguém fala nada; aceitamos coisas que 30 anos atrás não teríamos de forma alguma aceitado".
Nestes tempos "acusa-se a Europa, porque a Europa não faz nada. Quando fazia política as pessoas não estavam contra a Europa: podemos salvá-la se as próximas eleições forem eleições políticas" e não a ocasião para "enviar os ‘perdedores’ das eleições nacionais".
"O Partido Popular Europeu - observou - é o partido mais amplo: poderia nascer uma belíssima batalha política se os outros, liberais, socialistas e verdes se reunissem. Se houver eleições europeias com uma batalha política - acrescentou Prodi - quem vencer tem uma delegação europeia, não nacional. Precisamos da Europa porque a China e os EUA estão nos massacrando: vamos voltar à política".
De acordo com Prodi, mais uma vez, "a União Europeia tornou-se impopular porque o poder passou da Comissão ao Conselho que representa os países individuais. E - ele concluiu - quando se passa para os Estados individuais quem comanda é o maior".
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“O operário ganha 200 vezes menos que os gerentes e ninguém se revolta”, denuncia Romano Prodi, ex-primeiro ministro da Itália - Instituto Humanitas Unisinos - IHU