16 Novembro 2018
Pe. Arrupe | Foto: Revista Ecclesia
Pedro Arrupe, jesuíta espanhol, nascido em 1907, foi Superior Geral da Ordem entre 1965 e 1983. Ele foi o artífice da renovação conciliar da Companhia de Jesus. É uma das figuras relevantes na história da Igreja do século XX. Oficialmente, sua causa terá início na Basílica de São João de Latrão, em Roma, no dia 05 de fevereiro de 2019, vigésimo oitavo aniversário de sua morte.
A reportagem é publicada por Reflexión y Liberación, 14-11-2018. A tradução é de André Langer.
O Padre Geral dos jesuítas, Arturo Sosa S.J., confirmou à Companhia de Jesus hoje (14 de novembro), quando se completam 111 anos de seu nascimento, o início do processo de beatificação de Pedro Arrupe, jesuíta espanhol que foi Superior Geral da Companhia de Jesus entre 1965 e 1983.
O Padre Geral fez o anúncio através de uma carta, em que diz: “Tenho a alegria de comunicar a todo o corpo religioso e apostólico da Companhia de Jesus que teve início oficialmente o processo rumo a uma possível beatificação do Padre Pedro Arrupe, 28º Superior Geral da Companhia de Jesus. A partir de agora, portanto, já é considerado ‘Servo de Deus’. A causa foi colocada em andamento no Vicariato de Roma, lugar da sua morte. Após tê-lo rezado e considerado atentamente, a Companhia pediu o início deste discernimento eclesial sobre o heroísmo de suas virtudes”.
O Padre Geral continua em sua carta: “Estamos nos primeiros passos da sua causa. Uma vez recebido o nihil obstat da Santa Sé, o consentimento dos bispos mais próximos a Roma na Conferência Episcopal Italiana e constatada a ausência de obstáculos da parte do povo de Deus, no dia 05 de fevereiro de 2019, no 28º aniversário da sua morte, acontecerá, na Basílica de São João de Latrão, a sessão de abertura de sua causa de beatificação”.
Na sequência, os diversos responsáveis pelo processo diocesano começarão a trabalhar inteirando-se de mais de cem provas espalhadas principalmente na Espanha, Japão e Itália. No entanto, já nestes meses que antecedem este dia começaram seu trabalho duas comissões responsáveis pela revisão, respectivamente, de todos os seus escritos publicados e muitos documentos não publicados, tanto do Pe. Arrupe como sobre ele e o contexto sócio-eclesial em que viveu.
O Padre Geral assinala em sua carta diversas qualidades excepcionais de Arrupe e destaca a sua contribuição à Companhia, à espiritualidade inaciana, à vida consagrada, ao sacerdócio e ao laicato. Arrupe exemplificou “o desejo de integração dos melhores valores da tradição com aqueles necessários para a adaptação do cristianismo aos novos tempos”. O Padre Geral também afirma que em suas últimas viagens pôde verificar pessoalmente “quão viva é a memória e o legado do Padre Arrupe”.
Por último, anuncia a criação de um sítio na internet dedicado ao novo “Servo de Deus”, e solicita o envio de qualquer informação relacionada à causa à Postulação Geral da Companhia em Roma.
Nascido em Bilbao, na Espanha, em 1907, Pedro Arrupe é considerado uma das figuras mais relevantes na sociedade e na Igreja do século XX. Foi provincial dos jesuítas do Japão, onde viveu em 1945 a terrível experiência da explosão da primeira bomba atômica em Hiroshima. Em 22 de maio de 1965, a Congregação Geral 31 da Companhia de Jesus o elegeu como vigésimo oitavo Superior Geral. Entre as contribuições do Padre Arrupe, uma das mais significativas foi sua releitura do carisma inaciano, em profunda fidelidade ao mesmo e com uma marcante sensibilidade para com os novos tempos. Soube advertir as muitas e radicais mudanças que estavam transformando o mundo e a Igreja, assim como a urgência de adequar a missão da Companhia de Jesus, em sintonia com o Concílio Vaticano II e com um irrenunciável compromisso com a justiça e em favor dos pobres e marginalizados.
Os primeiros passos para a introdução da causa de beatificação de Pedro Arrupe foram dados há seis anos, quando o então Superior Geral Pe. Adolfo Nicolás S.J. pediu ao Pe. Anton Witwer S.J., responsável pela gestão dos processos de beatificação e canonização de jesuítas, algumas sugestões sobre o procedimento a seguir. Iniciava-se assim o trabalho de coleta de informações e análise da possibilidade de introduzir a causa, respondendo a um pedido muitas vezes expresso à Cúria Geral da Companhia de Jesus, pela estima de que goza o Padre Arrupe entre muitos jesuítas e não jesuítas.
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Padre Arrupe já é considerado “Servo de Deus” - Instituto Humanitas Unisinos - IHU