08 Agosto 2018
“Somos culpados quando não fazemos compras éticas”, afirma o empresário italiano Ugo Fragassi, presidente da sociedade cooperativa A.T.S. Monte Maggiore, especializada em reflorestamento e engenharia ambiental.
A entrevista foi publicada em La Stampa, 07-08-2018. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
O negócio do trabalho irregular e temporário agrícola é estimado em 4,8 bilhões de euros. Um dado que dá arrepios, mas que parece destinado a ficar sem soluções. Como empresário agrícola e dirigente nacional da LegaCoop, o senhor tem uma solução possível?
Eu tenho alguns pequenos conselhos. É preciso idealizar um modelo de hospitalidade legal e social que temos em mente há anos, que estudamos com o sociólogo Leonardo Palmisano.
A região da Puglia já tentou isso, mas, no fim, tornou-se um gueto.
Nós pensamos em pequenas pousadas de trabalho. Imaginamos work compounds para no máximo 150 pessoas com todos os serviços relacionados. Incluindo transporte.
O que os impede de realizar o projeto, pelo menos um primeiro modelo experimental?
Devemos pensar em um planejamento integrado e compartilhado. Fazer tudo juntos, público e privados.
O ministro Salvini chega nesta terça-feira a Foggia. O primeiro-ministro também irá. O que o senhor gostaria de lhes dizer?
Estou no exterior, mas o convite a todos os governantes, locais e nacionais, é de irem conhecer a realidade e entender o que pode funcionar. Para nós, empresários de Foggia, por sua vez, é preciso cooperação. Que faltou até agora. Há uma espécie de familismo amoral nas empresas agrícolas da Puglia: cada um pensa na sua horta.
Quem é mais culpado: os governos locais ou nacionais?
Somos todos culpados. Somos culpados quando compramos molho de tomate e não perguntamos de onde vem, quem colheu aqueles tomates. Somos culpados ao não tornar rastreáveis os produtos alimentares. Somos culpados quando não fazemos compras éticas.
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''Somos todos culpados quando compramos produtos sem perguntar a origem.'' Entrevista com Ugo Fragassi - Instituto Humanitas Unisinos - IHU