08 Março 2018
Romero e Paulo VI, duas grandes referências da Igreja do Vaticano II, serão canonizados. A Santa Sé acaba de anunciar que o Papa Francisco aprovou os milagres que servirão para consagrar a santidade do arcebispo mártir de El Salvador e do Papa Montini, o homem que soube conduzir a Igreja na direção do Concílio.
A reportagem é de Jesús Bastante, publicada por Religión Digital, 07-03-2018. A tradução é de André Langer.
As duas canonizações têm algo – melhor, muito – de simbólico. No caso de Paulo VI, porque seu pontificado é o espelho em que se pode contemplar muitas ações de Bergoglio. Poucos ainda duvidam de que Montini seja o ‘pai’ de Francisco. No caso do arcebispo de El Salvador, significa transformar o “São Romero da América” em um santo para todo o cristianismo.
Precisamente, essa é uma das razões pelas quais se está propondo uma data e um lugar especiais para esta canonização, pois a de Paulo VI parece ser em outubro em Roma, coincidindo com o encerramento do Sínodo dos jovens. No caso de Romero, são ventilados três cenários. O primeiro, o mais desejado pelos salvadorenhos, em San Salvador. O Papa, portanto, visitaria a terra martirial, e poderia servir para a beatificação do mestre de Romero, Rutilio Grande e, talvez, para reivindicar o martírio de Ellacuría e dos jesuítas da Universidade Centro-Americana.
O segundo cenário, que aparentemente parece ser o mais viável, será em janeiro de 2019, durante a Jornada Mundial da Juventude no Panamá. Não devemos esquecer que foi Francisco quem nomeou o arcebispo salvadorenho como patrono da Jornada Mundial da Juventude, e sua canonização, com a participação de jovens de todo o mundo, significaria a universalização de sua figura e de seu exemplo.
O terceiro, o mais clássico, mas igualmente significativo, seria uma cerimônia na Praça São Pedro. Seria curioso o fato de que um arcebispo que não contou com as simpatias do Vaticano de Wojtyla (alguns acusam essa Roma de não fazer nada para evitar as ameaças contra Romero), fosse canonizado no coração da Igreja.
Seja como for, já é oficial: o Papa aprovou os milagres para canonizar Romero e Paulo VI. O milagre de Romero é a cura de um câncer incurável da fiel Cecilia Maribel Flores. O milagre atribuído a Paulo VI tem a ver com Amanda, uma menina que se encontrava no ventre de sua mãe.
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Romero e Paulo VI. Francisco canoniza duas grandes referências da Igreja do Vaticano II - Instituto Humanitas Unisinos - IHU