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Neoliberalismo. “Estamos diante de um novo capítulo”. Entrevista com Wendy Brown

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02 Dezembro 2017

Após rastrear com David Harvey os fluxos do capital pelo mundo e seu impacto na política, no clima e na sociedade, a série Qué hacer. EE.UU en la era Trump avança entrevistando a cientista política Wendy Brown. Brown é uma das analistas mais refinadas do neoliberalismo. Situando o foco em fenômenos tão díspares como as grandes empresas tecnológicas do Vale do Silício, a Universidade, a perda da soberania popular, as dietas alimentares e o muro fronteiriço prometido por Trump, Brown nos oferece múltiplos exemplos dos longos tentáculos do projeto neoliberal – e dos estragos que tal expansão provoca. No entanto, onde Harvey observava continuidade e aprofundamento neoliberal na eleição de Trump, Brown descobre uma nova versão “autoritária, protecionista e nacionalista” do mesmo regime. Não deveríamos, pois, dar por acabado o neoliberalismo.

A entrevista é de Ignasi Gozalo-Salellas, Álvaro Guzmán Bastida e Héctor Muniente, publicada por Ctxt, 30-11-2017. A tradução é do Cepat.

Eis a entrevista.

No livro “Democracia en qué estado?”, você fala de como a democracia se tornou, de alguma forma, um significante vazio, e apresenta como exemplo a figura de Barack Obama. Pode explicar melhor esta aparente ambiguidade e quando começa este processo?

O que me preocupa da democracia, hoje em dia, quando me refiro a ela como um significante vazio, e do perigo que acarreta que seja um significante vazio, é que isso permite que se a apropriem, que a hasteiem ou a manipulem com fins de todo tipo. Hoje, a democracia simplesmente se equipara à existência de mercados capitalistas livres, abertos e desregulados, só às vezes combinados de maneira mínima com eleições modestamente livres. O conceito próprio de democracia e seus princípios básicos – igualdade, liberdade, soberania popular – foi ressignificado em um sentido orientado ao mercado. Desse modo, a igualdade simplesmente significa o direito de competir uns com os outros, em um mundo de vencedores e perdedores. A liberdade, novamente, passa a significar simplesmente liberdade da regulação, a liberdade de cada um fazer o que deseje como cidadão individual ou como um pedaço de capital. E a soberania popular se torna algo incoerente, porque o neoliberalismo não deixa espaço para que as pessoas se governem, em lugar de se limitar a expressar suas preferências.

Quando analisa o uso de tal conceito, você propõe por um lado os casos de Berlusconi ou Bush, mas, por outro, a pensadores como Derrida e Balibar ou então a tradições políticas como o comunismo italiano ou o movimento palestino Hamas. Quer dizer com isto que a democracia é um conceito legitimador ou, ao contrário, uma constante forma de apagar significados prévios ou originais?

A captura da democracia por parte do neoliberalismo supõe um problema grave. Reina a certeza, entre os intelectuais neoliberais e os políticos, de que os mercados decidem melhor que as pessoas. As democracias, pois, devem se limitar a encontrar o melhor gestor dos mercados que engloba um país. Assim, não deve nos surpreender uma das tendências mais claras dos quarenta anos de desdobramento do neoliberalismo: cada vez mais empresários entram na política, persuadindo a população de suas capacidades com base em sua experiência nos negócios. Trump, sem dúvida, encarna isso como ninguém. Apresenta-se dizendo: “Sou o melhor negociador. Sei fechar acordos melhor que ninguém. Convém recordar que o primeiro-ministro da Tailândia, nos anos 1990, autoproclamou-se literalmente o Diretor Executivo (CEO) da Tailândia. E não disse isto brincando.

Seu extenso trabalho no âmbito da ciência política se baseou em elaborar, entre outros conceitos, uma teoria do neoliberalismo ou, como você o denomina, a “razão neoliberal”. Para isso, situa o filósofo francês Michel Foucault como o ponto de irradiação de uma ideologia que chegará, na atualidade, a âmbitos como a educação universitária, a lei e os governos. Pode nos apresentar exemplos concretos no caso dos Estados Unidos?

Algumas das maneiras concretas nas quais a neoliberalização avançou até afetar também a democracia incluem, por exemplo, as manobras sucessivas para privatizar bens anteriormente públicos. Há muitos casos nos Estados Unidos, ainda que talvez um dos melhores exemplos seja a privatização das universidades públicas, algo que também aconteceu em grande parte da Europa. Outro exemplo é a privatização dos parques, que continuam sendo acessíveis ao público, mas são financiados com custos ao usuário. Se você deseja ter acesso ao parque, precisa pagar. Talvez o mais importante no que diz respeito à democracia em si mesma, e novamente os Estados Unidos como exemplo, é a inundação do processo eleitoral com dinheiro das grandes corporações. Tivemos uma série de sentenças do Tribunal Supremo que, baseando-se em raciocínios jurídicos neoliberais, permitiram a entrada de quantidades ilimitadas de financiamento corporativo e capital financeiro para, em essência, comprar nossas eleições.

Um aspecto relevante de sua teoria é que esta ideologia chegou a transformar tanto os princípios fundamentais das instituições democráticas liberais, como a dos imaginários democráticos mais radicais.

É preciso pensar além: o neoliberalismo não entende de partidos. Há neoliberais de esquerdas e neoliberais de direitas. É algo que sabemos desde Mitterrand, na França, passando por Blair, na Inglaterra, e os Clinton, nos Estados Unidos. Eles também basearam sua experiência, sua reputação e sua legitimidade em ser bons privatizadores, especialistas em negociar acordos, e em ser o que, aqui, chamamos ‘nerds da política’. É importante que recordemos que nos Estados Unidos foi Bill Clinton quem, segundo suas próprias palavras, “acabou com o estado de bem-estar tal e como o conhecíamos”. Foi o fim do estado de bem-estar, anunciado com grande alarde pelos Clinton, enquanto faziam gestos simbólicos para questões de justiça social.

E, depois, tem neste país o que podemos chamar de o ‘neoliberalismo do Vale do Silício’. O centro global de inovação tecnológica e criatividade é um mundo decididamente neoliberal. Acredita na desregulação absoluta, na privatização, na liberdade individual e nas grandes quantidades de capital de risco. Estamos diante de um mundo muito moderno, socialmente progressista, gay, de certo modo feminista, que faz alusões ao multiculturalismo e, no entanto, é consumadamente neoliberal, contrário à intervenção do estado e favorável aos mercados e o grande capital financeiro.

Refere-se também ao aspecto espiritual ou subjetivo do neoliberalismo. Poderia desenvolver esta ideia?

Há outro aspecto importante do neoliberalismo, que é a transformação de si mesmo, ou do sujeito. Em certa medida, não tem muito a ver com a monetização, mas com todo o leque de práticas que incluem, por exemplo, as dietas que medem as calorias, o exercício, a educação, o ócio, a contabilização da quantidade de ferro e outros nutrientes que se ingeriu. Calcular se tal ou qual investimento na educação trará maiores benefícios para nosso capital humano. Tudo isto nos faz cúmplices, e muitas vezes partidários das políticas de privatização e desregulação, mas também nos torna sujeitos altamente governados. Imaginamos que somos livres, mas, na realidade, nunca fomos tão autorregulados.

Destaca que os muros entre nações são, hoje em dia, o melhor exemplo de como a diminuição da soberania dos estados, no novo cenário de poder global, gera uma nova ansiedade nacionalista...

Minha maneira de ler este fenômeno não é tanto que os muros mantenham a raia das diferentes coisas que certos países queiram excluir, como o terrorismo, as armas, as drogas, a imigração, etc. Ao contrário, servem para mobilizar um imaginário particularmente nostálgico do passado de uma nação. Trump é muito eficaz na hora de mobilizar essa resposta racial e xenófoba aos efeitos da globalização, assim como faz a maioria dos políticos de direita. Marine Le Pen, o partido Alternativa para Alemanha, todos os partidos de extrema-direita conseguem desviar os males da globalização e o neoliberalismo para a figura do imigrante obscuro, criminalizado e terrorista. America first, “América primeiro”, “América para os americanos”, e todo o resto são agentes contaminadores. Destroem nossa comunidade, a imagem do que somos.

Pode explicar em que é diferente o significado do muro de Trump, se comparado ao antigo muro de Berlim, por exemplo?

O que Trump faz quando diz que “não se pode existir um país sem fronteira” é se dirigir precisamente a um tripé ansiedade ou medo por parte de seus eleitores: primeiro, que os trabalhos desaparecem porque são levados para outros lugares; depois, que os imigrantes entram em massa para roubar o trabalho da população autóctone; e, finalmente, que a ameaça do terrorismo e do crime também passa pela fronteira, e que se supõe que o muro deterá todas essas tendências. O exemplo perfeito é o muro fronteiriço entre os Estados Unidos e México, que na realidade não mudou a quantidade de imigrantes. Essa quantidade sobe e desce dependendo da demanda de força de trabalho indocumentada nos Estados Unidos. Mas, serve para construir um imaginário de nação. Imaginamos que somos uma nação branca sitiada por grandes quantidades de imigrantes não desejados, drogas e tudo mais, e que levantamos uma barricada contra isso para proteger nossa existência civilizada e purificada.

Podemos afirmar, então, que Trump representa uma guinada protecionista que dá por acabado a hegemonia ideológica do neoliberalismo?

Trump está preso à clássica encruzilhada neoliberal-neoconservadora, que por um lado pretende cortar impostos e, portanto, as receitas do estado, e por outro lado tem um plano de investimentos em infraestrutura descomunal, tanto em nível militar, como em construir o novo muro. Os pequenos elementos protofascistas de uma economia política construída em torno de um projeto nacionalista baseado na construção de infraestruturas em grande escala, o levantamento do muro e outros estão no ponto, mas a base econômica segue presa à lógica neoliberal de cortes, privatização e desregulação, de modo que não funcionará. Os verdadeiros princípios não passam pelo questionamento do valor máximo do mercado. O que buscam é voltar a afiançar as economias neoliberais em nível nacional. Esta versão concreta de um neoliberalismo autoritário, protecionista e nacionalista que vemos hoje em dia não supõe o fim da neoliberalização. Mas, ao contrário, acredito que estamos, sem dúvida, diante de um novo capítulo.

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