O desafio para as cidades do futuro é pensá-las e projetá-las de modo mais humano, defende a geógrafa Nola Patrícia Gamalho, na entrevista a seguir, concedida por e-mail para a IHU On-Line. “Enquanto as cidades forem pensadas de forma vertical, por uma ordem distante e ideológica de dominação, tem-se o predomínio dos interesses do capital, estranhos ao que dá vida às cidades, ou seja, às relações socioespaciais pautadas pela proximidade”, argumenta.
Na avaliação de Nola, as interdições feitas nas cidades, embora pareçam “aparentemente naturalizadas”, são “objetos de disputa e discursos”, como os da “cidade moderna, asséptica, ordenada, caótica”. Por conta disso, pontua, “é imprescindível problematizar a noção de ‘revitalização’” das cidades, que está relacionada com as intencionalidades e interesses que disputam a organização dos territórios.
Na entrevista a seguir, Nola Gamalho também expõe as múltiplas visões da periferia sobre o espaço urbano e relembra a constituição do bairro Restinga, em Porto Alegre, que teve “origem nas remoções de vilas de malocas das áreas próximas ao centro da cidade” e foi marcada por “processos de ‘higienização’ urbana assentados em forte imaginário de patologia e desajuste desses espaços. A origem da Restinga ocorreu de forma violenta, como uma negação do direito à cidade. Na época, não havia estrutura nenhuma no local, era o que poderíamos dizer como espaço de ausências, longe do mercado de trabalho e das estratégias de sobrevivência e solidariedades que permeavam as várias vilas removidas. Em conjunto com a violência de negar a cidade, consolidou-se a violência simbólica de definir esses sujeitos por ausências, patologias e desajustes à moderna Porto Alegre que as classes dominantes queriam imprimir à cidade. Interessante pensar o que os processos revelam e o que ocultam”, diz.
Nola Gamalho (Foto: Unipampa)
Nola Gamalho é graduada, mestra e doutora em Geografia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS. Atualmente leciona na Universidade Federal do Pampa – Unipampa, no campus de São Borja.
A entrevista a seguir foi publicada originalmente em 25-09-2017.
Confira a entrevista.
IHU On-Line – Quais os desafios para se pensar o espaço urbano do futuro?
Nola Gamalho – Penso que o conteúdo da chamada do ciclo de debates [Ciclo de debates - Gentrificação, Direitos Humanos e as cidades] trilha um pouco esse caminho: pensar cidades mais humanas. Enquanto as cidades forem pensadas de forma vertical, por uma ordem distante e ideológica de dominação, tem-se o predomínio dos interesses do capital, estranhos ao que dá vida às cidades, ou seja, às relações socioespaciais pautadas pela proximidade. Por um lado, a cidade como práticas de apropriação, por outro, como propriedade. No primeiro, tem-se cidades mais humanas, no segundo a lógica do mercado. O uso e a apropriação (LEFEBVRE, 2013) dão vida ao espaço e, nessa linha de raciocínio, contribuiriam para cidades mais seguras e plurais. Dessa forma, a cidade propiciaria palcos para o encontro do diverso, para o diálogo de antagonismos, para múltiplas manifestações culturais, políticas e sociais.
A conjuntura atual é diferente, a organização e o reordenamento espacial são objetos das administrações públicas, que muitas vezes estão em consonância com os interesses do capital, como é o caso dos processos de gentrificação. Com a população dividida em bairros, vilas e periferias, segundo as possibilidades de acesso à moradia, tem-se a fragmentação do espaço urbano conforme a possibilidade de consumo da cidade, constituindo-a como um produto, uma mercadoria. Essa divisão reproduz violências no tecido intraurbano, como por exemplo, jovens de periferias criminalizados em suas práticas socioespaciais e com a cidade interditada (um exemplo é o controle de entrada de jovens em shoppings). A cidade dos carros, com sistema de ruas e avenidas organizado de forma a priorizar o tráfego de automóveis, reduzindo a cidade dos pedestres. Nessa perspectiva, vou na linha de Jane Jacobs em “Morte e vida de grandes cidades” (2009), em que a ausência das pessoas nas ruas favorece a violência. Assim, pode-se refletir sobre o crescimento de um modo de vida individualista baseado na propriedade privada, de cunho fortemente neoliberal. Romper com essas fraturas e violências corroboraria na constituição de cidades mais humanas.
IHU On-Line – Nessa perspectiva de pensar na cidade do futuro, como aliar necessidades de mercado, da preservação histórica e ambiental e a constituição de espaços mais humanizados, que valorizem a convivência e propiciem a inclusão?
Nola Gamalho – Vivemos cidades com interdições aparentemente naturalizadas, que mesmo assim são objetos de disputas e discursos (a cidade moderna, asséptica, ordenada, caótica...). É imprescindível problematizar a noção de “revitalização”, que ignora a vida presente em determinado espaço. Essa noção está relacionada a quais intencionalidades? Atende a quais interesses, de que atores sociais? Do turismo massificado? Embora essas questões estejam relacionadas aos atores hegemônicos, a cidade é produto também de espertezas e táticas dos atores ordinários (CERTEAU, 2009), que tecem na cidade seus espaços de enunciação, resistências e memórias. Como exemplo, cito o Museu do Percurso do Negro em Porto Alegre, que identifica em locais e ruas do centro da Capital elementos da cultura e memória de povos escravizados e oprimidos. Essa história, sem a resistência, é objeto de silenciamento e predomínio de uma história única. Com frequência, os espaços (re)valorizados da cidade ocultam as múltiplas histórias e memórias. O meu entendimento é que cidades mais humanas necessariamente devem incluir, e não remover ou silenciar; reconhecer a diversidade, e não fragmentar e ocultar. Processos de renovação/revitalização urbana, como o que ocorreu no Pelourinho (RIBEIRO, 2014), demonstram que a intenção não é a promoção social, pois a população somente passa a fazer parte dessa espacialidade no que concerne a seu caráter de espetáculo e como mão de obra no turismo.
Barbosa (2016), em dissertação sobre o Cais Mauá, também aborda a espetacularização dos empreendimentos e refere-se ao cidadão consumidor, em referência à cidadania pelo consumo (novamente a cidade como mercadoria). Transformam espaços de vida, de dinâmica, em espetáculo para o consumo de estratos sociais de maior renda ou para o turismo. Novamente, rompem-se as lógicas de uso e apropriação em função da lógica do capital. E, para ações de convergência de diferentes atores e interesses, é necessário um amplo trabalho de escuta e de reconhecimento da vida que anima esses espaços de múltiplas histórias e memórias.
IHU On-Line – Como compreende o processo de gentrificação das cidades? Podemos afirmar que é uma manifestação da perspectiva do capital no espaço da cidade?
Nola Gamalho – Quando se trabalha na perspectiva da construção teórica, o conceito é operacional para interpretar os movimentos no processo urbano. São noções em disputa, ora em alargamento conceitual, ora em estreitamento. Eu compreendo o processo a partir de Neil Smith (2007) e das reflexões instigadas por David Harvey (2005 e 2014). Com base nessas ponderações teóricas, percebe-se fortemente as administrações locais em uma “guerra” (SANTOS, 2002) para atrair o capital internacional. Como argumenta Smith “(...) onde quer que os ‘pioneiros urbanos’ se aventurem, os bancos, as incorporadoras, o Estado e outros setores econômicos coletivos geralmente chegam antes” (p.18). É um processo global condicionado por empresas transnacionais e segundo a lógica de acumulação capitalista, como argumenta Sanches (2008) acerca da gentrificação na Cidade do México.
Novamente, a partir de Smith (2009), tem-se o argumento de que as regiões urbanas são plataformas para a economia global, o que articula de forma complexa e contraditória diferentes atores socioespaciais e corresponde à integração entre o urbano e o capital financeiro. Desse modo, tanto na estrutura e reestruturação físicas da cidade, quanto nas transformações simbólicas de sentidos e usos dos espaços, há interesses e intencionalidades que articulam poder público e capital. A localização da habitação nas cidades é atravessada pelas possibilidades de acesso. Logo, a escolha é condicionada e para muitos é imposta. Não há nada de natural ou orgânico nesse processo.
IHU On-Line – De que forma é possível pensar alternativas que façam frente ao processo de gentrificação das cidades?
Nola Gamalho – A partir da luta e resistência sociais. Contrariamente, a crescente constituição de cidades como espaços atomizados de moradia e consumo fragiliza, por exemplo, o movimento de moradores dos bairros como instrumento de resistência. O Estado com frequência atua em consonância ou produzindo condições para atrair o capital. A forma mais eficaz de produção de alternativas é através da resistência e de saberes populares. Poderíamos pensar em uma gestão mais democrática, em planejamentos urbanos menos tecnicistas, pautados nas experiências dos cidadãos e suas formas de organização socioespacial. Todavia, para isso é necessário pressão popular e movimentos sociais e urbanos.
O desenvolvimento urbano pautado na lógica do capital é perverso, vertical e estranho às dinâmicas próprias dos lugares. É preciso resistir e, embora façamos isso em termos acadêmicos e conceituais, o êxito das transformações passa pelos movimentos urbanos autônomos em seus enfrentamentos, debates e pressões à esfera pública.
IHU On-Line – Quando e de que forma a cidade constitui espaços de exclusão? Em que medida as periferias das metrópoles brasileiras são espaços de excluídos?
Nola Gamalho – Não diria que as periferias são espaços de excluídos, pois essa perspectiva parte das ausências, e não do que há de presença, de vida. Partir das ausências, da premissa da propriedade privada ou identificar esses espaços como problemas sociais é que legitimou e legitima processos de remoção como os que deram origem ao bairro Restinga em Porto Alegre no final da década de 1960 ou a remoção da Ocupação Lanceiros Negros em 2017. Esse imaginário subsidia as transformações da cidade, fragmentando-a segundo os interesses do capital. Todavia, talvez nas periferias, nos bairros populares, possamos encontrar indícios de cotidianos compartilhados. O que isso significa? A vida compartilhada, de problemas sociais e urbanos compartilhados e, com frequência, de soluções conjuntas. Nessa situação a cidade é pensada de forma horizontal, a partir das experiências, gerando inclusive a identidade espacial.
Tuan (1983) traz um exemplo da importância do pertencimento ao bairro nas transformações da cidade: onde o sentimento de fazer parte do lugar ocorre, há mais embate entre moradores e as transformações impostas, diferente de espacialidades em que o lugar de moradia tem poucos vínculos com a espacialidade onde está inserido. Certamente há nessas espacialidades o problema das ausências ou demora do Estado em atender às demandas quando a produção do espaço dá-se a partir de ocupações, remoções ou parcelamento irregular. Mas compreendo que podemos pensar em outros termos, entendendo essas espacialidades dentro da fragmentação desigual da cidade e como espaços diversos. E as intervenções urbanas devem seguir essa premissa e estar pautadas nas experiências e no vivido.
IHU On-Line – Como compreender a dinâmica da periferia numa cidade? O que sua experiência no bairro Restinga, em Porto Alegre, revela?
Nola Gamalho – Eu venho da periferia, nasci e cresci no Bairro Rio Branco, em Canoas. Lembro que chamávamos de Vila, uma das referências e representações associadas a periferias aqui no Rio Grande do Sul, e que eu me sentia desconfortável, como se estivesse “falsificando” aquela realidade, quando falava bairro. Os termos remetem a imaginários, hierarquias e localização diferencial na cidade. Então, posso dizer que periferias fazem parte também da minha biografia pessoal. Talvez por isso minha preocupação enquanto acadêmica em interpretar e problematizar periferias e representações. Trabalhei com o bairro Restinga no mestrado, em uma abordagem da produção desse espaço, que tem origem nas remoções de vilas de malocas das áreas próximas ao centro da cidade. Claramente processos de “higienização” urbana assentados em forte imaginário de patologia e desajuste desses espaços.
A origem da Restinga ocorreu de forma violenta, como uma negação do direito à cidade. Na época, não havia estrutura nenhuma no local, era o que poderíamos dizer como espaço de ausências, longe do mercado de trabalho e das estratégias de sobrevivência e solidariedades que permeavam as várias vilas removidas. Em conjunto com a violência de negar a cidade, consolidou-se a violência simbólica de definir esses sujeitos por ausências, patologias e desajustes à moderna Porto Alegre que as classes dominantes queriam imprimir à cidade.
Interessante pensar o que os processos revelam e o que ocultam. Esse ocultou os interesses do Estado e do setor privado na reestruturação urbana. A cidade moderna pertence a quem paga por isso, é a lógica da modernização e da propriedade privada. Todavia, também revela a força do popular, de um bairro que é produto de muitas lutas, de efervescência cultural. E aí, retorno para a compreensão de vermos e aprendermos com esses espaços intraurbanos em suas presenças e diversidades.
IHU On-Line – Você também tem uma aproximação com outros bairros de periferia da região metropolitana de Porto Alegre. Que capital é apreendida a partir do olhar de quem vive nesses bairros?
Nola Gamalho – Pergunta difícil. Eu diria que não há uma perspectiva única. De esperança, de sonho, de aventura, de medo... Em uma relação bairro X metrópole (e aí pode ser bairro da Região Metropolitana de Porto Alegre – RMPA ou da capital mesmo), o bairro aparece como espaço de segurança, como externo à cidade. Por exemplo, as trajetórias para conquistar a moradia própria são dolorosas, revelam a perversidade, as humilhações e opressões que vivenciam as pessoas nesse espaço metropolitano. A aquisição da casa própria atribui um sentimento de segurança e a casa torna-se lar. Embora sem romper definitivamente com a noção de propriedade privada, a moradia está associada ao valor de uso, e não a uma mercadoria. Para as juventudes, essa relação com a cidade pode ser de aventura: é espaço de peripécias, de anonimato (em oposição ao bairro que predomina o conhecimento/reconhecimento). As aventuras atingem seu maior grau nas disputas de marcação territorial, como a pichação.
Também podemos entender a metrópole nessa relação como espaço de convergências. Um exemplo é a “Batalha do Mercado”, batalha de rap que ocorre no centro da cidade e no qual convergem jovens de toda a cidade e RMPA. A batalha do rap e batalha de “passinhos” (passos de dança) são comuns também em outras capitais, e podem ser compreendidas como apropriações de áreas do centro ou próxima para manifestações culturais, territoriais e de resistência. Em relação às juventudes, correspondem ao cruzamento entre identidades geracionais, de classe, culturais e território. Assim, existem diversas metrópoles vistas das periferias, ora de acolhimento, ora de luta e ora de repulsão.
IHU On-Line – No que consiste um bairro dentro da dinâmica das cidades? Como são configurados os bairros e que relações se estabelecem dentro deles, nas metrópoles brasileiras do século XXI?
Nola Gamalho – Aqui me apoio nas reflexões desenvolvidas na minha pesquisa realizada no Guajuviras (GAMALHO, 2015). A diferenciação de bairros residenciais na cidade envolve questões relativas à sua produção, às materialidades, aos tipos de relações socioespaciais fomentadas pelo local, aos perfis socioeconômicos da população residente, à formação histórica, às/aos/às articulações/cruzamentos/interseções entre as escalas local e global. O bairro, além de espaço vivido, deve ser compreendido como um conceito, como uma categoria de análise capaz de evidenciar relações e práticas constituidoras do urbano relativo a esse particular arranjo espacial. Nessa linha de raciocínio, os bairros, como divisão da cidade, conformam modos de vida próprios, em que o processo de urbanização os transforma, incorporando-os nas dinâmicas metropolitanas, até o limiar do não bairro (SEABRA, 2003), ao mesmo tempo em que permanências compõem encaixes espaciais da vida de bairro.
A fragmentação entre lugar da moradia, lugar do trabalho e atomização da vida urbana conduzem à constituição de espaços em que o sentido comum de vivência dá-se por mediações desvinculadas do entorno no qual a moradia está localizada. As configurações espaciais atuais, em que predomina uma atomização da vida e do consumo de espaços no lugar de uso, conduzem ao enfraquecimento do bairro em sua característica de coexistência. A desconstituição da vida de bairro enquanto aspecto do processo urbano vincula-se ao predomínio de normatizações e relações de formalidades descoladas das lógicas de uma ordem próxima (LEFEBVRE, 2001) em que as negociações ocorrem pelo contato direto e fortemente territorializadas. Frente ao processo de homogeneização da cidade e das relações, esses espaços característicos do que aqui é denominado como modo de vida de bairro, são resíduos, permanências de relações de diversidade, o que resulta na transformação desses espaços na sociedade contemporânea em que as relações de reciprocidade e vizinhança do bairro tradicional reduzem até o seu completo aniquilamento e constituição de relações atomizadas de cidades massificadas (SOUZA, 2013).
IHU On-Line – O que os movimentos de ocupações de espaços urbanos de hoje revelam? Que relação podemos estabelecer entre essas ocupações, exclusão social e déficit habitacional?
Nola Gamalho – Revelam a inconsistência de políticas habitacionais no Brasil e o movimento de luta não apenas pela moradia, mas pelo direito à cidade. As ocupações potencializam a disputa no campo das representações do território: (re)significam a partir do vivido os sentidos de ocupar o solo na metrópole, disputando sua permanência no território. Dessa forma, correspondem a fronteiras em disputa e estratégias inerentes aos processos de dominação do território (Estado, Capital, Agentes imobiliários) e apropriação (ocupantes, movimentos sociais) (LEFEBVRE, 2013). As ocupações partem de uma necessidade básica que para significativa parcela da população torna-se inalcançável através do ideário de propriedade privada. A experiência da cidade como mercadoria é uma fábula, oculta a cidade nas suas relações de opressão e destituição de direitos. Assim, os processos de ocupação e luta por moradia correspondem a movimentos que corroboram na compreensão e possibilidades de produção dos espaços urbanos. Sigo a perspectiva de Boaventura de Sousa Santos em relação a aprendermos com os movimentos sociais, pois neles encontramos importantes reflexões sobre a cidade, sobre o urbano e propostas de humanização das metrópoles.
IHU On-Line – Deseja acrescentar algo?
Nola Gamalho – Gostaria de acrescentar muitos agradecimentos. Nas minhas trajetórias de pesquisa tive a felicidade de encontrar mulheres, homens e jovens com os quais muito aprendi. Desenvolvi minha pesquisa na Restinga entre 2007 e 2009. Uma pessoa muito importante naquela trajetória foi um líder local: José Carlos Beleza. Homem generoso, inquieto e combativo. Foi uma alegria tê-lo como interlocutor e provocador. Tenho muito a agradecer a ele. Infelizmente, hoje ele está acamado e passa dificuldades em virtude de um AVC. Com poucos recursos, a família luta para mantê-lo como pode. Beleza, como é conhecido, é um guerreiro, lutou por melhorias no bairro até pouco tempo. Um exemplo de ser humano que transformou sua história em embates por melhorias em seu bairro e cidade. São pessoas como Beleza que efetivamente atuam na construção de cidades mais humanas. Meu carinho e agradecimento ao Beleza, por sua generosidade e exemplo de luta. E por todas e todos que fazem de cada dia uma batalha para sobreviver na metrópole.
Referências
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CERTEAU, Michel de. A invenção do cotidiano: artes de fazer. 16. ed. Petrópolis: Vozes, 2009.
GAMALHO, Nola Patrícia. Das representações do espaço ao espaço de representação: a produção da Restinga-Porto Alegre/RS. Dissertação (mestrado em geografia) Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Instituto de Geociências, Departamento de Geografia, Porto Alegre – RS, 2009.
GAMALHO, Nola Patrícia. Entre dominações e apropriações, reproduções e criações, centralidades e periferias: práticas e espaços de representações de jovens do Guajuviras – Canoas (RS). Tese de doutorado. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Instituto de Geociências, Programa de Pós-graduação em Geografia, Porto Alegre, 2015.
HARVEY, David. A produção capitalista do espaço. São Paulo: Annablume, 2005.
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JACOBS, Jane. Morte e vida de grandes cidades. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2009.
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SANTOS, Milton. A natureza do espaço: técnica e tempo, razão e emoção. São Paulo: EDUSP, 2002.
SEABRA, Odette Carvalho de Lima. Urbanização e fragmentação: cotidiano e vida de bairro na metamorfose da cidade em metrópole, a partir das transformações do Bairro do Limão. 2003. Tese (Livre-Docência) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2003.
SMITH, Neil. Gentrificação, a fronteira e a reestruturação do espaço urbano. GEOUSP – Espaço e Tempo, São Paulo, nº 21, p. 15-31, 2007.
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SOUZA, Marcelo Lopes de. Os conceitos fundamentais da pesquisa sócio-espacial. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2013.
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