14 Setembro 2017
O grupo de cardeais que assessoram o Papa Francisco na reforma da burocracia vaticana usou a sua mais recente reunião para refletir sobre o que o papa disse a respeito da reforma na Igreja antes de dar sequência aos seus trabalhos.
A reportagem é de Joshua J. McElwee, publicada por National Catholic Reporter, 13-09-2017. A tradução é de Isaque Gomes Correa.
Em coletiva de imprensa nesta quarta-feira, 13 de setembro, para tratar sobre o encontro do Conselho dos Cardeais, ocorrido entre os dias 11 e 13 do mesmo mês, o porta-voz do Vaticano Greg Burke disse que o material de reflexão do grupo incluiu um discurso proferido em dezembro de 2016 do papa à Cúria Romana e a sua fala, em outubro de 2015, sobre o papel do Sínodo dos Bispos na Igreja.
Burke descreveu o mais recente encontro do Conselho dos Cardeais – o 21º desde a sua criação em 2013 – como uma “pausa para reflexão” liderada pelo cardeal hondurenho Óscar Rodríguez Maradiaga, coordenador do grupo.
Entre os temas que o porta-voz disse que foram discutidos estão: a descentralização, o papel das embaixadas vaticanas ao redor do mundo; “a cúria como um instrumento de evangelização e serviço ao papa e às igrejas locais”; e “a seleção e competência do departamento pessoal” para a burocracia vaticana.
Neste último ponto, o porta-voz falou que os cardeais refletiram sobre ter um departamento pessoal “menos clerical, mais internacional” no Vaticano.
No discurso de dezembro de 2016, Francisco criticou os prelados católicos que se opõem aos esforços que visam reformar o Vaticano, dizendo que, embora alguns cardeais e arcebispos tragam questionamentos em um espírito de boa-vontade, outros praticam uma “resistência malevolente”.
Tal oposição sinistra, declarou o pontífice na ocasião, “brota de mentes distorcidas e apresenta-se quando o diabo inspira más intenções”. O papa disse também que essa oposição “encontra refúgio na tradição, nas aparências, na formalidade, no conhecido, ou então em querer reduzir tudo a um caso pessoal sem distinguir entre o ato, o ator e a ação”.
Já no discurso de 2015 durante o Sínodo dos Bispos, Francisco delineou a sua visão de uma Igreja “sinodal” em todos os níveis, com todos escutando uns aos outros, aprendendo uns com os outros e assumindo a responsabilidade da proclamação do Evangelho.
Burke falou que dois integrantes não estiveram presentes na reunião do grupo este mês. O arcebispo de Kinshasa, Dom Laurent Monsengwo, e o cardeal australiano George Pell, que está de volta ao seu país para responder a acusações de abuso sexual histórico.
Como é de costume nos encontros do Conselho dos Cardeais, Burke disse que eles ouviram uma apresentação do cardeal-arcebispo de Boston, Seán O’Malley, membro do Conselho e presidente da Pontifícia Comissão para a Tutela dos Menores.
O porta-voz disse que O’Malley deverá se reunir em privado com Francisco na tarde do dia 13 de setembro. Perguntado se o encontro trataria da Pontifícia Comissão, Burke respondeu: “Não acho que O’Malley vai falar só sobre esse tema. Acho que ele tem outras coisas” para falar também.
A próxima reunião do Conselho dos Cardeais está marcada para os dias 11, 12 e 13 de dezembro.
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Conselho dos Cardeais faz “pausa para reflexão” em sua mais recente reunião - Instituto Humanitas Unisinos - IHU